Novos Mini Cooper e Countryman elétricos chegam a 313 cv e ousam no painel
Com visual renovado e interior sem quadro de instrumentos, novos Mini corrigem falhas em busca de concretizar potencial de relevância entre os elétricos
Carros elétricos não são exatamente novidade no catálogo da Mini, mas a fabricante (de propriedade da BMW) precisava renová-los. Afinal de contas, é mais uma das várias montadoras que pretende, a partir de 2030, abandonar de vez a gasolina.
Um avanço nesse plano acaba de ser dado com o lançamento de uma nova geração do Mini Cooper elétrico, corrigindo pontos fracos do modelo anterior. Além disso, é a vez do Mini Countryman ganhar sua primeira versão elétrica, além de atualizações estéticas e tecnológicas.
Por fora
Ingleses são orgulhosos, e seria difícil que a Mini “profanasse” a estética de um dos automóveis mais famosos da história.
O novo Mini Cooper Electric, como é oficialmente chamado, tem muita semelhança com o Cooper S E, e, na frente, se destaca apenas por ser mais clean. As entradas de ar ganham aspecto minimalista e as passagens aerodinâmicas laterais até dão lugar a superfícies lisas, enquanto a curiosa “alça” do capô deixa de existir.
Atualizações são mais notáveis atrás, onde as lanternas ganharam forma de asa delta e cada uma delas representa parte da Union Jack, bandeira do Reino Unido, através de quadradinhos de leds, interligados por uma régua preta horizontal. Também é louvável o fim das rodas inspiradas em tomadas domésticas: agora elétricos são a regra, e é desnecessário remeter à eletricidade em todo tipo de aspecto visual.
No caso do Countryman houve menos cautela: o SUV está, em geral, mais quadradão, e parece maior nas fotos do que é de fato. Os faróis ganharam arestas e, ainda que o para-choque dianteiro esteja também mais simples, se destaca o padrão pontilhado onde antes ficava a grade com malha hexagonal.
A versão de lançamento do Countryman Electric tem teto em bronze que, junto das janelas laterais em forma de trapézio, causam uma confusão óptica no bom sentido. A opção pelas linhas retas também se repete nas lanternas, com os mesmos leds pontilhados do Cooper.
Por dentro
Os designers da Mini amam o interior dos modelos antigos da marca, mas como inovar sem esquecer do passado? A resposta está na abordagem radical das telas: o quadro de instrumentos não existe mais, e algumas informações vitais ficam restritas ao head-up display.
A central multimídia não tem só a moldura redonda, mas display completamente circular com 24 cm de diâmetro, que exigiu imenso trabalho dos engenheiros de software. No fim, apps que vão do GPS ao Spotify foram adaptados para preencher a circunferência e a interface pode ir do retrô ao moderno. Android Auto e Apple Carplay funcionam, mas quebram o charme do visor, ressalta a Mini.
Charme esse que está ligado aos tecidos que revestem os carros, e poderiam facilmente compor a tecelagem de uma marca de roupas dos jovens. Eles substituem plásticos e escolhas comuns como o couro, interagindo também com os leds que variam de cor e iluminam com força as cabines — mais espaçosas principalmente no caso do Countryman.
Mecânica
Se a estética evoluiu com moderação, o novo Mini Cooper elétrico está bem melhor em termos mecânicos, aproveitando base elétrica do GWM Ora. Antes, era difícil rodar mais de 200 km com uma carga; agora, a autonomia da versão topo de linha deve superar os 400 km. Isso, claro, tem a ver com baterias maiores (de 32,6 kWh para 54,2 kWh), mas também melhorias no sistema de gerenciamento térmico, por exemplo.
O Cooper E, básico, estreia com 184 cv e 29,6 kgfm, enquanto o Cooper SE, mais caro, atinge 218 cv e 33,4 kgfm. Ambos são monomotores, mas isso basta para ir de 0 a 100 km/h em 6,7 s no modo esportivo, que transforma a tela em uma espécie de Mario Kart da vida real.
O Mini Countryman E tem 204 cv e 25,5 kgfm, com bateria de 66,5 kWh que provê alcance de 462 km. O Countryman SE ALL4 não carece de esportividade, com dois motores (e, portanto, tração integral), 313 cv e 50,4 kgfm. O SUV “modernoso” pode ir de 0 a 100 km/h em 5,6 s e, quando ligado à corrente contínua, ser carregado de 10% a 80% em 28 minutos.
Dá para dizer que a proposta do Mini Cooper sempre casou com a eletrificação, mas os pontos fracos do primeiro modelo a bateria limitaram seu sucesso. Com estética renovada e, principalmente, atributos mecânicos robustos, temos motivos para acreditar que, finalmente, a inglesa ganhará a importância esperada nesse segmento.
Os Mini Cooper e Countryman elétricos chegam às lojas ainda neste ano, com valores que partem do equivalente a R$ 176.702 e chegam à casa dos R$ 250.000, no mercado alemão. Em seguida eles também virão ao Brasil, onde, no caso do Cooper E, não seria espanto se os valores se mantivessem em torno dos R$ 250.000 atualmente praticados.