Model Y L prova que a Tesla está mais chinesa do que nunca
Com seis fileiras, multimídia maior e suspensão recalibrada, a configuração foi feita para atender ao mercado chinês

Apesar das tensões políticas e econômicas entre Estados Unidos e China, a Tesla tem atendido cada vez mais ao gosto dos chineses em seus carros. Prova disso é que, após a atualização visual com tendências claramente chinesas, o Model Y agora satisfaz mais um costume da potência oriental: uma nova versão alongada, que permite acomodar até seis pessoas, por enquanto exclusiva para a China.
Batizado de Tesla Model Y L, o modelo tem dimensões alongadas. São 4,98 metros de comprimento, 2,13 m de largura, 1,67 m de altura e 3,04 m de entre-eixos, ou seja, ele cresce 17,9 cm no comprimento, 4,4 cm na altura e 15 cm no entre-eixos, em relação ao Y convencional.

Isso permite acomodar uma fileira extra de bancos, cujo arranjo passa a ser de 2+2+2, com a fileira intermediária tendo bancos individuais e, a última, com rebatimento elétrico.
A única diferença visual do modelo para a configuração convencional está nas rodas, com 19 polegadas e desenhos exclusivos. Faróis, lanternas e para-choques são exatamente os mesmos. Na dianteira, os faróis são divididos e destaca uma barra iluminada na base do capô; na traseira, as lanternas vão de um lado a outro. Tendências chinesas.

Porém, é fácil notar que se trata do Y L: ele tem a traseira consideravelmente mais elevada e, o vidro traseiro curvo, parece estar inflado. Ainda na traseira, ele ganha um pequeno spoiler entre as lanternas e o vidro.
O interior tem exatamente o mesmo layout, sem nenhum comando físico no painel ou console central, dois carregadores por indução e um volante de aparência simples. Há apenas um discreto aumento na tela da central multimídia (que também serve como quadro de instrumentos), que passa de 15,4 para 16 polegadas. Para a segunda fileira, há uma tela de 8 polegadas.

A Tesla não detalhou o conjunto mecânico da nova configuração, restringindo-se a dizer que ela terá dois motores, 751 km de autonomia (no ciclo chinês CLTC) e que irá de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos. A marca também aponta que ele será 96 kg mais pesado do que a versão convencional, chegando aos 2.088 kg, e, por isso, terá ajuste exclusivo de suspensão.

“Talvez nunca” chegará aos EUA
Pela origem norte-americana da marca, os Estados Unidos não costumam ficar de fora das novidades da Tesla. Isso, no entanto, poderá mudar com o Model Y L – de acordo com o próprio Elon Musk.
Em uma declaração confusa, Musk disse que “o Model Y L só começará a ser produzido nos EUA no final do ano que vem”, mas, em seguida, apontou que ele “talvez nunca” seja produzido nos EUA, “dado o advento da direção autônoma nos EUA”.

Ou seja, segundo ele, o modelo não seria vendido no mercado norte-americano por causa de um avanço dos sistemas autônomos da empresa, que têm a promessa de nível 5 para breve. A imprensa local, porém, diz que o avanço dos sistemas está muito mais distante do que Musk diz e que são grandes as chances de o Model Y L estrear nos EUA no próximo ano.
A declaração, além de expor possibilidades sem datas (como o sistema autônomo), levanta uma contradição: por quê sistemas mais avançados impediriam que famílias maiores queiram um carro de seis lugares?