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Japoneses descobrem como a BYD consegue fazer carros elétricos mais baratos

Mais de 70 empresas japonesas participaram de um seminário para desmontar carros elétricos e ver as diferenças em suas construções e os chineses roubaram a cena

Por João Vitor Ferreira
23 out 2024, 18h59
Lanternas com ligação iluminada e tampa limpa lembram o Kia Sportage
O Atto3, por aqui chamado de Yuan Plus, foi o modelo da BYD escolhido para ser "dissecado" para descobrir o segredo por trás do seu preço baixo (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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As fabricantes chinesas conseguiram um feito que mexeu com o mercado automotivo mundial: construir carros elétricos por um preço muito baixo. O efeito disso é que os preços, mesmo com eventuais impostos de importação, conseguem ser mais baixos ou equivalentes aos dos demais elétricos de diferentes países ou mesmo equivalente aos preços de carros a combustão.

Dada a rápida expansão global da BYD, os japoneses ficaram curiosos para saber qual é o segredo por trás do custo de produção dos elétricos da marca. Para obter a resposta, o Departamento Econômico e Comercial do Japão Central promoveu um seminário, que contou com a presença de 70 fabricantes de autopeças para explorar as tendências em veículos elétricos a bateria.

A estrela do seminário foi o BYD Atto 3, que aqui no Brasil conhecemos como Yuan Plus. Ele foi o primeiro BYD lançado no Japão, em janeiro de 2023, e custa a partir de 4,4 milhões de ienes, aproximadamente R$ 164.300. Além dele, também participaram do estudo os NIO ET5 e o Tesla Model 3.

Tesla Model 3 Performance
Apesar do Tesla Model 3 também ter surpreendido os japoneses, quem roubou a cena foi o BYD (Divulgação/Tesla)

Após a desmontagem, o Yuan desbancou completamente os outros carros e impressionou os japoneses. Eles descobriram que o motivo dos preços tão baixos é o fato de produzirem, praticamente, todos os componentes do carro. A produção da BYD é toda verticalizada. Porém, as baterias foram o que mais chamou a atenção.

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A BYD é a segunda maior fabricante de baterias para carros elétricos do mundo, segundo dados do CnEVPost, com uma participação de 16,4% do mercado global. Ela perde apenas para a também chinesa CATL com 37,1%. Isso é de suma importância para o preço baixo dos carros, uma vez que só a bateria equivale a cerca de um terço do valor total do veículo.

A BYD também constrói o eixo 8 em 1, que consiste no eixo dianteiro ao qual está integrado o motor, o inversor, o redutor e outros sistemas de tração e energia, como uma estratégia para reduzir custos. Não só isso, o baixo número de peças no geral utilizados em cada veículo é algo que surpreendeu os japoneses.

byd dolphin
O segredo da BYD é construir suas próprias peças. No Dolphin, por exemplo, apenas os vidros e os pneus não são produzidos pela montadora chinesa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

“Fiquei surpreso com o pequeno número de peças usadas pela BYD e pela Tesla. Nossa empresa também espera usar a experiência adquirida em nossos negócios existentes para entrar no campo de veículos elétricos”, disse Sho Kato, chefe de departamento da Nissin Seiki, empresa japonesa especializada no design e fabricação de matrizes para forjamento a frio.

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Como exemplo disso, é válido citar o BYD Dolphin. De todas as suas peças e componentes, apenas os vidros (da também chinesa Fuyao) e os pneus (que podem ser de diversos fornecedores) não são produzidos pela montadora, de resto, tudo é feito em casa.

Com toda essa desmontagem, os japoneses esperam aprender com os vizinhos um novo jeito de se produzir carros elétricos. Antes reconhecidos pela engenharia engenhosa e simples para reduzir custos, agora as montadoras japonesas estão começando a ficar ultrapassadas em relação aos concorrentes.

A Toyota, apesar de nunca ter visto os elétricos como única saída para descarbonização, tem números de vendas de elétricos muito baixos. Mundialmente, 1,5% das suas vendas nos primeiros oito meses de 2024 foram de elétricos. Ou seja 97.058 dos quase 6,6 milhões. Outras montadoras tradicionais como Nissan e Honda já foram ultrapassadas, em vendas globais, pela BYD no terceiro trimestre deste ano.

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