GM acaba com serviço de robotáxi para focar em carros autônomos
GM decidiu comprar as ações de outras empresas para encerrar a Cruise e utilizar a tecnologia para melhorar seus carros
Alguns Chevrolet Bolt com retrovisores digitais e toda uma parafernália eletrônica montada no teto. Não era muito difícil notar os carros da Cruise, o serviço de robotáxi da GM que estava em operação em algumas cidades dos Estados Unidos. Estava, porque a General Motors está encerrando o serviço e está decidida a acabar com a empresa.
A população da Califórnia teve tempo de conhecer bem o serviço. Os carros da Cruise vinham sendo usados como motéis ambulantes, enquanto moradores de São Francisco descobriram que colocar cones sobre os capôs dos carros fazia com que eles fizessem uma parada de emergência, e fizeram isso para manifestar contra os testes destes carros autônomos dentro da cidade.
Os carros da Cruise eram usados em um serviço de táxi autônomo. Mas as falhas de software vêm causando a ira de moradores, irritados com engarrafamentos causados por bugs constantes. Foi o que aconteceu em Austin, no Texas, onde 10 carros da empresa causaram um congestionamento caótico por terem ficado confusos com um tráfego intenso de pedestres e veículos.
A gota d´agua, porém, teria sido o caso de um pedestre ter sido arrastado por um carro da Cruise por seis metros em 2023.
Acidentes, impopularidade e altos custos operacionais. Essa receita fez a GM decidir encerrar os serviços da Cruise. Nas palavras da empresa, estão realinhando a estratégia de direção autônoma para priorizar o desenvolvimento de sistemas avançados de assistência ao motorista para veículos pessoais. Ou seja, para tornar os carros de produção mais autônomos.
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A GM já oferece na maioria dos seus carros vendidos nos Estados Unidos o sistema Supercruise, que permite a condução autônoma (sem as mãos, mas que ainda exige a atenção do motorista) em rotas previamente mapeadas com lasers pela empresa. O sistema é opcional, mas oferecido para carros da Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick, e utiliza câmeras, sensores, GPS e dados mapeados pela GM.
Com essa mudança estratégica, a GM condena o fim da Cruise como uma empresa independente. Mas ainda terá que comprar cerca de 10% da empresa que ainda pertence a outros acionistas antes que a operação seja absorvida como parte da GM. Contudo, estima-se que essa decisão tenha poupado o investimento de mais de 1 bilhão de dólares anuais.
Estavam, inclusive, desenvolvendo um novo carro elétrico exclusivo para o serviço, chamado Origin. Contudo, agora consideram que investir em melhorar os sistemas de assistência aos motoristas será uma forma mais tangível de mostrar sua tecnologia aos clientes e obter lucros.