Europa sofre com expansão de elétricos chineses e diminui incentivos
Apoio a carros elétricos está prejudicando o mercado europeu, por conta disso, diversos países estão diminuindo seu auxílio ou acabando com ele
Os incentivos dados pelos países europeus aos carros elétricos se tornaram um problema e já começaram a ser revistos, de olho na crise econômica enfrentada pela Europa, especificamente no setor de energia. Além da crise, porém, a ameaça sentida após o anúncio de uma avalanche de carros elétricos chineses para o continente ligou o alerta vermelho.
A Alemanha já havia reduzido os incentivos durante este ano, uma vez que os elétricos já se tornaram comuns por lá, por questões de mercado e poder aquisitivo, mas já estuda eliminar os subsídios nos próximos anos. A Suécia também cessou os auxílios, assim como o Reino Unido, que passou a cobrar impostos iguais aos cobrados para carros a combustão.
O mais recente caso de revisão dos planos vem da França, logo após os chineses mostrarem a sua força com diversas opções de elétricos movidos a bateria e a hidrogênio, e com preços abaixo dos modelos europeus. Atualmente, os incentivos franceses para a compra de um elétrico pode chegar a 7.000 euros, desde que o veículo não ultrapasse os 47.000 euros.
Em 2023, este o bônus será reduzido a 5.000 euros e poderá ter uma segunda restrição, que promete ser polêmica. A proposta é de que a medida valha apenas para elétricos produzidos na Europa, a fim de valorizar o mercado europeu ou, talvez, incentivar a instalação de novas fábricas no Velho Continente.
Enquanto o ministro das finanças francês, Bruno Le Maire, resiste sobre a possibilidade, o presidente da França, Emmanuel Macron, dá forças à ideia. “Defendo fortemente uma preferência europeia nesta área e um forte apoio à indústria automotiva, devemos assumir isso e deve acontecer o mais rápido possível”, disse o chefe de estado.
Além disso, Macron usou os Estados Unidos como exemplo, dizendo que os americanos têm seguido uma estratégia bastante ofensiva e protegendo seu mercado, assim como os chineses fecham seus mercados para si. “Não podemos ser a única área, a mais virtuosa em termos climáticos, que considera que não há preferência europeia”, reforçou.