Dodge Charger Daytona poderia ter motor V8, mas não conte com isso
Segundo um engenheiro da marca, há impedimentos físicos para que o modelo tenha o motor V8, mas também há questões financeiras e de marketing

A substituição dos clássicos Dodge Charger e Challenger pelo novo Charger Daytona foi, sem dúvidas, uma das maiores rupturas da indústria e do mercado automotivo nos últimos tempos. Entre as “tristezas” por parte do público estão as novas mecânicas do modelo atual, que dispensa o tradicional motor V8 HEMI em detrimento de um seis cilindros ou de um conjunto elétrico.
Mas a pergunta que ficou foi: e se a marca resolvesse voltar atrás e inserir um motor de oito cilindros no novo Charger Daytona? A resposta, segundo o site Jalopnik, traz esperanças, mas também acaba com elas. Isso porque essa possibilidade simplesmente não existe – embora fosse possível.

Explicamos: de acordo com a publicação, um engenheiro anônimo da marca disse que o antigo V8 não cabe fisicamente no cofre do novo modelo, exigindo assim grandes (e custosas) modificações estruturais, pois mudaria a dinâmica do carro em colisão frontal. Mais do que isso, também haveria a necessidade de alterações na parede corta-fogo, já que a atual foi projetada para motores menores e/ou elétricos. Todas as mudanças seriam proibitivas no sentido financeiro, mas possíveis no sentido da engenharia.

Por outro lado, o site The Drive diz que o atual motor de seis cilindros em linha do Charger Daytona é maior do que o antigo Hemi V8 – sem saber a configuração interna do cofre de ambos os modelos. Ou seja, embora exista um fator confrontante, é possível que, de fato, existam limitações e necessidade de altos investimentos, a depender de configurações externas ao motor.
O site The Drive também levanta as questões de que a Stellantis não tem passado por uma situação financeira confortável para fazer extravagâncias e precisa reduzir as emissões, seguindo regulamentações globais. Por fim, também diz que, por isso, não assumiria a possibilidade pelo risco de uma cobrança incessante por parte do mercado.

Já o engenheiro da Dodge diz que existe ainda uma questão de filosofia e marketing, já que o novo Charger Daytona chega com a premissa, por parte da Dodge, de ser “o muscle car do futuro”. O Hemi V8 seria, então, um motor “do passado”.
O cupê foi lançado inicialmente com um conjunto elétrico, sempre com dois motores, um em cada eixo, caracterizando tração integral. A versão de entrada, R/T, tem 462 cv de potência, que pode subir para 503 com a função PowerShot, algo como um overboost, com duração de 15 segundos. A Scat Pack tem 637 cv e, com a função de boost, chega a 679 cv.

As duas versões são equipadas com bateria de 100,5 kWh, que promete uma autonomia média de 510 km na versão R/T e de 418 km, na Scat Pack. Para um futuro próximo, é possível que o modelo ganhe uma versão ainda mais insana, de olho no Tesla Model S Plaid e que deixaria todos os seus antepassados, como Hellcat e Demon, empolgados. Trata-se de uma versão elétrica de três motores com totais 1.338 cv.
Além dos elétricos, o Charger Daytona também tem versões a combustão. Estas trocam o Hemi V8 por um motor de seis cilindros em linha, 3.0, biturbo, da linha Hurricane. É o mesmo motor utilizado pela nova Ram 1500, que acaba de estrear no Brasil. Como na picape, a versão mais “mansa” tem 426 cv de potência, enquanto a topo de linha oferece 558 cv.