Como a Fiat adaptou o 500 elétrico para receber motor 1.0 do Mobi em versão híbrida
Fiat se viu obrigada a adaptar uma plataforma de carro elétrico para usar um motor a combustão e reconquistar seus clientes

A Fiat está comprometida em fazer o 500 voltar a ser um sucesso de vendas na Europa, até mesmo para recuperar suas vendas no continente. Para isso, a fabricante passou os últimos meses adaptando o Fiat 500e, versão elétrica do subcompacto, para receber o motor 1.0 Firefly – o mesmo usado nos Mobi e Argo no Brasil -, mas em versão eletrificada.
Ainda que o Fiat 500e seja extremamente parecido com o modelo a combustão vendido no Brasil de 2010 a 2017, do ponto de vista técnico são carros completamente distintos. A plataforma foi completamente modificada para transformar o Fiat 500 em um carro elétrico em 2020. Ele vendeu bem até 2022, quando suas vendas começaram a cair – levando a produção a parar diversas vezes.
Até hoje a Fiat do Brasil permite configurar unidades 2022 do 500e em seu site. O subcompacto elétrico teve apenas duas unidades emplacadas em 2025, mas a marca garante que ainda há unidades 0-km em estoque.

Quando a Fiat encerrou a produção da segunda geração do 500 na Europa (agora produzida apenas na Argélia, para abastecer África e Oriente Médio), a empresa se viu obrigada a encontrar uma forma de não perder as vendas dos carros a combustão por muito tempo. O jeito foi fazer o caminho inverso e transformar o carro elétrico em carro a combustão.
Agora que a Fiat divulgou novas imagens da produção do novo 500 Hybrid, isso fica mais evidente.

A dianteira foi levemente modificada. O novo para-choque incorpora uma entrada de ar para resfriar o motor a gasolina sob o capô. Uma escolha exótica é o próprio motor: trata-se do 1.0 Firefly, que no Brasil é usado pelo Mobi e pelo Argo, em uma versão híbrida-leve (MHEV) de 12V com pelo menos 70 cv e câmbio manual de seis marchas.

É um sistema muito parecido com o usado pelos Pulse e Fastback (que, no entanto, são turbo), com uma bateria extra de 0,13 kWh. Esta mecânica equipa hoje apenas o Panda Classic (ou Pandina), enquanto o Grande Panda usa o motor três cilindros 1.2 turbo combinado a um câmbio de dupla embreagem com motor elétrico integrado.

A escolha do motor 1.0 teria sido feita em função do espaço limitado para o motor e o câmbio. Esta plataforma STLA City foi projetada para ser elétrica, então é possível ver um espaço vazio no assoalho na região onde ficaria a bateria, enquanto o tanque de combustível encontrou seu espaço logo atrás. A tomada de carregamento deu lugar ao bocal de abastecimento.

Na cabine, o Fiat 500 Hybrid mantém o quadro de instrumentos digital de 7 polegadas e o painel do carro elétrico, mas um novo console cuidou de alocar a alavanca do câmbio manual. A central multimídia continua com 10,25 polegadas. Ainda tem frenagem de emergência, assistente de faixa, leitor de placas e outros assistentes.

A Fiat está programando para novembro o lançamento do novo 500 Hybrid e espera produzir 5.000 carros ainda em 2025. Para o ano que vem, porém, espera que o compacto alcance 100.000 unidades produzidas. Ele ainda terá versão de três portas e Cabrio, com teto de tecido retrátil. Vale tudo para tentar reconquistar os velhos clientes.