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BYD D11B: dirigimos o ônibus elétrico de 22 m fabricado no Brasil

O D11B é o primeiro articulado elétrico da BYD no país e começou a circular em outubro em São José dos Campos (SP) sem uma gota de gasolina ou diesel

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 nov 2021, 14h20 - Publicado em 30 out 2021, 10h17
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  • D11B BYD Articulado
    Design futurista foi feito em parceria com a encarroçadora Marcopolo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O transporte coletivo terá importante papel na mobilidade, não só pelas questões ambientais como também pela falta de espaço nas ruas, considerando o adensamento das áreas urbanas. Este ônibus BYD D11B mostrado aqui ainda não é conectado. Não troca informações com outros veículos e também não é autônomo. Mas antecipa conceitos que vão orientar projetos do futuro.

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    Sua carroceria foi desenhada em parceria com a empresa Marcopolo. Seu visual é moderno, com destaque para a ampla área envidraçada e as rodas com coberturas aerodinâmicas (embora nas baixas velocidades em que o ônibus circula, elas tenham apenas função estética).

    Tecnicamente chamado de VLP, Veículo Leve sobre Pneus, ele é o primeiro ônibus articulado elétrico da BYD feito no Brasil. Foi produzido pela BYD, na cidade de Campinas (SP), e terá as primeiras 12 unidades rodando em São José dos Campos (SP), a partir de outubro.

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    De um para-choque ao outro, o D11B mede 22 metros de comprimento. Na configuração feita para a prefeitura de São José dos Campos, ele tem capacidade para 168 passageiros mais um cadeirante, que conta com local para fixar a cadeira de rodas e rampa de acesso.

    D11B BYD Articulado
    Posição de dirigir confortável e boa ergonomia para o motorista, com visor de funções no painel de instrumentos e câmeras no lugar dos retrovisores. Há chave geral e extintores de incêndio, em caso de emergência (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Todos os assentos possuem tomadas USB, as poltronas são forradas e receberam adesivos com tratamento antimicrobiano, assim como nos pontos de apoio como balaustres e pega-mãos da cabine. Há também ar-condicionado com sistema de desinfecção do ar, feita com raios UV-C, som ambiente e tela de vídeo na dianteira.

    O D11B tem propulsão elétrica. São quatro motores (do tipo síncrono com ímãs permanentes), instalados diretamente nas rodas dos eixos de tração, que são o segundo e o terceiro eixos, ambos com rodado duplo.

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    Cada motor gera 201 cavalos de potência máxima e 56 kgfm de torque máximo, força mais que suficiente para impulsionar o ônibus, que tem PBT (Peso Bruto Total, resultado dos pesos do chassi, carroceria e carga máxima) de 41 toneladas.

    D11B BYD Articulado
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ao volante, com o ônibus vazio, levando apenas o fotógrafo e um funcionário da BYD, foi possível constatar que, ao contrário dos automóveis elétricos, que arrancam com muita disposição, o D11B se comporta como um ônibus comum, equipado com motor diesel, arrancando com velocidades que aumentam gradualmente.

    A posição de dirigir é bem confortável. O motorista viaja como se estivesse sentado em uma cadeira, como era a proposta das minivans, formando ângulos retos nas articulações dos joelhos e bacia. E, além do amortecimento do assento, a suspensão a ar também favorece o conforto a bordo. A direção é leve e não exige muitas voltas, apesar do comprimento do carro.

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    D11B BYD Articulado
    Os motores são instalados nas rodas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Isso porque o quarto eixo é direcional, facilitando as manobras. Ao virar em esquina, um motorista de primeira viagem só precisa ficar atento ao espaço necessário, porque, mesmo abrindo bastante a curva, a traseira tende a fechar a trajetória. Mas, para isso, o veículo conta com câmeras que substituem os retrovisores e ajudam bem.

    O câmbio tem duas marchas, uma para a frente e a ré. E o painel é bem similar ao de um ônibus comum. Há diferenças básicas. A primeira é uma tela que projeta imagens da cabine, para o motorista supervisionar os passageiros.

    A segunda é um visor no centro dos instrumentos, que exibe as principais funções do veículo, como reserva de energia, modo de condução e consumo. E a terceira são três chaves que acionam extintores de incêncio, localizados em diferentes pontos do chassi e que em condições normais são acionados automaticamente em caso de incêndio. 

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    D11B BYD Articulado
    Centrais eletrônicas e o controlador do motor comandam o funcionamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    As baterias do BYD são de fosfato ferro-lítio (LiFePO4) e ficam acondicionadas em dois grupos, que podem ser instalados no piso ou no teto do ônibus dependendo do projeto. Jun-tas elas têm capacidade de 553 kWh, o que, segundo a BYD, garante uma autonomia de 250 km. E seu tempo de recarga é de 2 a 3 horas em uma tomada com tensão de 380 volts.

    A prefeitura de São José dos Campos tem histórico no uso de veículos elétricos. Em 2018, a frota de 30 carros da Guarda Municipal da cidade foi transformada em elétrica. Segundo a BYD, que forneceu os novos carros, com essa iniciativa, em um ano, a prefeitura economizou R$ 850.000 com combustível.

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    D11B BYD Articulado
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    “Antes da implantação do novo modelo, a administração dispendia R$ 933.600 com gasolina e álcool por ano e agora, com energia elétrica, foram gastos no mesmo período R$ 156.600”, informou a empresa.

    Além disso, com a frota totalmente elétrica, a prefeitura deixou de emitir cerca de 400 toneladas de CO2 (dióxido de carbônico) no primeiro ano de funcionamento do novo sistema, de acordo com dados da BYD. O preço básico do D11B é de R$ 3.420.000, mas o valor pode variar de acordo com os equipamentos instalados no veículo e também a quantidade negociada.

    Ficha Técnica – BYD D11B:

    Preço: R$ 3.420.000
    Chassi: tubular, aço, 168 passageiros
    Motor: 4 elétricos, síncrono de ímãs permanentes, 201 cv e 56 kgfm cada um
    Baterias: LifePO4, 553 kWh 380 V; carga 2-3h
    Câmbio: automático 2 marchas (frente e ré), redução 1:22
    Direção: eletro-hidráulica, diâmetro giro, 24 m, eixo tras. direcional
    Suspensão: pneumática, dois bolsões nos eixos auxiliares e quatro nos motrizes
    Freios: disco, ABS, EBS e sistema regenerativo
    Pneus: 295/80 R22,5
    Dimensões: comprimento, 21,3 m; largura, 2,32 m; altura, 2,53 m; entre-eixos, 5,7 m, 8 m, 1,5 m; balanço, 2,59 m (diant.), 3,53 m (tras.);
    PBT, 41 toneladas

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