BMW confirma primeiro carro a hidrogênio para 2028 em parceria com a Toyota
BMW e Toyota estão reforçando colaboração de 12 anos para desenvolver a terceira geração de células de hidrogênio para viabilizar a tecnologia
A BMW e a Toyota anunciaram que estão estreitando sua colaboração para o desenvolvimento de uma nova geração de células de combustível a hidrogênio. Ao mesmo tempo, a BMW confirmou o lançamento do seu primeiro carro a hidrogênio (FCEV) com produção em escala para 2028.
Faz 12 anos que BMW e Toyota trabalham em conjunto no desenvolvimento de células de hidrogênio e dos componentes necessários para viabilizar a tecnologia, como os tanques de armazenamento. Agora, anunciam que estão dando um passo adiante: em conjunto, desenvolverão tanto a terceira geração de células quanto o conjunto de motor elétrico e baterias.
As células de combustível a hidrogênio geram eletricidade quando o hidrogênio gasoso reage com o oxigênio, filtrado do ar comprimido pelo carro para dentro da célula. É uma pilha de hidrogênio e sua energia pode seguir diretamente para o motor elétrico do carro ou ser acumulada em uma pequena bateria que funciona como uma reserva de energia para situações de grande demanda.
Enquanto a Toyota busca por meios alternativos de descarbonização para seus carros para depender menos de carros elétricos, a BMW trabalha com a diversificação de tecnologias em sua gama em vez de focar em apenas uma.
A Toyota começou a explorar as células de hidrogênio em 1992 e apenas em 2014 lançou o primeiro carro a hidrogênio, o Mirai de primeira geração. A segunda geração do modelo foi lançada em 2021 com ganho representativo na autonomia.
Contudo, atualmente o modelo é o pivô de uma crise de abastecimento de hidrogênio na Califórnia, onde houve um empenho maior em infraestrutura para o carro. Os proprietários reclamam da falta do combustível e que postos estão encerrando o seu fornecimento.
Mais recentemente, a Toyota apresentou a Hilux a hidrogênio, que utiliza a mesma célula de combustível do Mirai e pode rodar mais de 600 km sem reabastecer.
A BMW, por sua vez, criou uma frota piloto do iX5 Hydrogen com menos de 100 unidades espalhadas pelo mundo. Inclusive, pudemos dirigir uma delas. Mas vai aguardar o desenvolvimento da nova geração de células a hidrogênio para iniciar a produção em série de carros a hidrogênio como uma oferta mecânica extra em sua linha de modelos. Mas isso só vai acontecer em 2028.
Já é sabido que a questão da infraestrutura é delicada. Custa caro implantar a estrutura de abastecimento em alta pressão para veículos e é necessário ter demanda para que isso torne-se minimamente viável. Essa colaboração entre Toyota e BMW também tem a missão de gerar demanda e, ainda, estimular o uso de hidrogênio sustentável, gerado com energia limpa e de baixa emissão de carbono.
Os carros a hidrogênio são soluções complementares nas linhas das duas fabricantes. Eles combinam a disponibilidade imediata de força e o silêncio de um carro a hidrogênio, mas sem o peso das baterias e com a vantagem do abastecimento rápido. E rende muito: 6 kg de hidrogênio são suficientes para o BMW iX5 Hydrogen percorrer 504 km, de acordo com a fabricante. E a tendência é que esse rendimento só aumente com a terceira geração das células de combustível.