Audi Q6 e-tron tem bateria que se divide em duas e chega ao Brasil em 2024
Novo Audi Q6 elétrico estreia plataforma que será compartilhada com a Porsche e abusa da engenhosidade para melhorar sua performance e comodidade
No ano passado, QUATRO RODAS visitou uma ilha entre a Escócia e a Irlanda a fim de dirigir o novo Audi Q6 e-tron pela primeira vez. Mas aquela era uma versão camuflada e cheia de segredos do novo Q6, que, após revelações graduais, finalmente foi apresentado por completo.
Faz um bom tempo que a montadora alemã tem carros elétricos à venda, mas o novo Q6 (assim como o Audi SQ6 e-tron, esportivo) inicia uma fase importante ao estrear a nova plataforma PPE (Plataforma Premium Elétrica, em inglês). É a nova arquitetura feita especialmente para carros elétricos da Audi e Porsche, com a promessa de reduzir custos, aumentar a eficiência e melhorar aspectos de performance e tecnologia dos carros.
Uma analogia simplista mas válida é dizer que, até então, os elétricos de Porsche e Audi eram como celulares de marcas e sistemas operacionais distintos. Agora, ambos seriam iPhones vendidos por diferentes redes de varejo: as peças são mais intercambiáveis, o desenvolvimento é conjunto e a estética é o que mais se difere.
Em sua variante “mansa”, o Q6 e-tron tem 387 cv,indo de 0 a 100 km/h em 5,9 s. O Audi SQ6 e-tron chega aos 516 cv e acelera até os 100 km/h em apenas 4,3 s, apesar dos 2.350 kg. Honrando seu legado de inovar na tração integral, a Audi instalou motor síncrono no eixo dianteiro e motor assíncrono no eixo traseiro de ambas as variantes.
Dessa forma, é possível abranger mais cenários de potência, torque e até de matérias-primas necessárias à fabricação dos propulsores. Importante, dada a meta de montar 2.000 motores por dia na planta húngara de Győr.
Design do Audi Q6
Em termos de estilo, os novos Audi Q6 e SQ6 não rompem com o que conhecemos até agora, mas inovam em aspectos como os faróis bipartidos e as várias entradas de ar. Ao invés de serem posicionadas na parte de baixo do para-choque, elas ficam ao meio, onde normalmente iria a grade frontal.
As linhas da carroceria foram ajustadas delicadamente para que o coeficiente aerodinâmico fosse de apenas 0,28. Isso é possível também por conta das passagens de ar e até da cobertura opcional nas rodas, cujo tamanho varia do aro 18 ao aro 21. Também houve contribuição dos materiais utilizados na carroceria, incluindo aços especiais, alumínio e materiais sintéticos que unem rigidez e leveza.
Com 4,77 m de comprimento, o Q6 e-tron é 20 cm menor do que o Q6 (cerca de 10 cm maior do que o Q5). Em breve, toda a linha de SUVs da Audi será puramente elétrica, compartilhando o mesmo “DNA” da novidade mas trocando alguns componentes modulares que alterem tamanho e alguns outros detalhes.
Performance
A Audi alterou profundamente o arranjo de chassi e mecânica do Q6. Entre as novidades, há o uso de suspensão dianteira cujos braços oscilantes ficam na frente dos braços de suspensão e coluna de direção fixada diretamente no subchassi.
Além da suspensão a ar, há amortecedores com ajuste eletromagnético, comandados individualmente a cada milissegundo. É possível rebaixar cada um dos eixos individualmente, seja para melhorar a estabilidade ou facilitar o carregamento do porta-malas de 526 litros.
A autonomia dos novos Q6 chega aos 625 km (WLTP), e o carregamento rápido em tomadas de 270 kW permite que 10 minutos no eletroposto acrescente 255 km de alcance. Essa potência de recarga é possível graças ao sistema elétrico do carro, de 800 V. Caso o carregador não seja de tão alta tensão, porém, ele divide a bateria em duas partes, com 400 V cada, tornando possível aproveitar a potência ao máximo e acelerar o carregamento.
Outros recursos de economia incluem nova proporção de níquel, cobalto e manganês nas células (armazenando mais energia num mesmo espaço), novas formas de resfriar e aquecer as bateria (para preservá-las e carregá-las mais rápido, respectivamente) e até nova blindagem na parte de baixo do carro, que utiliza fibras compósitas bem mais leves.
Interior do Audi Q6
A PPE integra tão profundamente diferentes sistemas do veículo que os dados de GPS alimentam a inteligência artificial que, por sua vez, interpreta os hábitos do motorista e ajusta os sistemas elétricos do Q6, equilibrando performance e durabilidade.
Também há conectividade suficiente para que um carro que furou pneu na estrada, por exemplo, envie mensagem de alerta a outros carros que passarão por ali. Dados gerados por diferentes veículos ainda servem para melhorar a condução autônoma.
O painel é formado por três telas, que somam 37,3”. Além do quadro de instrumentos digital e da central multimídia, há um display extra logo acima do porta-luvas, que exibe conteúdo de áudio e vídeo com filtro para que o motorista não se distraia. O sistema operacional Android embutido possibilita mais aplicações, como o modo no qual o carona auxilia o condutor a encontrar uma vaga de estacionamento e essa é projetada direto no head-up display com realidade aumentada.
Os comandos de voz ficaram mais inteligentes e os 84 leds espalhados pela cabine interagem com a direção e até servem para que as telas pareçam flutuar à noite. O sistema de som é da Bang & Olufsen, incluindo 30 alto-falantes projetados para que o para-brisa aja como amplificador natural e softwares que melhoram a qualidade de arquivos MP3 e corrijam falhas na transmissão FM, entre outros detalhes.
Preço e lançamento
O Audi Q6 e-tron será lançado no Brasil no final de 2024, ainda sem preço definido. Na Europa, os preços de estreia vão de 74.700 euros (R$ 406.000) a 93.800 euros (R$ 510.000), cobrados pelo topo de linha SQ6.