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Plymouth Superbird: o mais famoso V8 das pistas da Nascar nos anos 70

O mais famoso dos guerreiros alados da Nascar foi um fracasso comercial, mas hoje desfruta do merecido reconhecimento histórico

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 ago 2021, 00h15
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  • SuperBird
    Seu coeficiente de arrasto aerodinâmico era de apenas 0,31 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por muito tempo o ditado “Vença no domingo, venda na segunda-feira” fomentou o mercado americano de automóveis, época em que era possível entrar numa concessionária e levar para casa um modelo semelhante ao das provas da Nascar (Associação Nacional para Corridas de Carros de Série). Foi nesse contexto que surgiu o Plymouth Superbird.

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    Fundada pelo piloto Lee Petty, a equipe Lee Petty Engineering iniciou suas atividades competindo com um cupê Plymouth em 1949. A parceria de Lee com a divisão mais popular da Chrysler consolidou-se em 1959, ano em que seu filho Richard foi agraciado com o prêmio de piloto-revelação.

    Richard Petty venceu o primeiro de seus sete títulos na Nascar, em 1964, pilotando um Plymouth Belvedere com o descomunal V8 Hemi de 7 litros. Mas o título de construtores ficou com a Ford, repetindo a conquista do ano anterior e mantendo uma hegemonia que duraria sete anos consecutivos.

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    Em 1967, Richard conquista seu segundo título e em 1968 passa a competir com o Road Runner, um Plymouth acessível com motores V8 de grande cilindrada e o mínimo necessário a um muscle car. Com ele Petty vence 16 das 49 provas, mas perde o campeonato de 1968 para o arquirrival David Pearson e seu imbatível Ford Torino.

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    Superbird
    O som da buzina imita o Papa-Léguas, da Warner Bros (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Superbird
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Insatisfeito, Petty abandona a Plymouth e em 1969 fecha contrato de um ano com a Ford para pilotar o novo Torino Talladega, desenvolvido em túnel de vento para superar os 290 km/h.

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    A perda foi sentida pela Chrysler, que em setembro de 1968 lança o Dodge Charger 500, também com modificações aerodinâmicas. Em 1969, surge o Dodge Charger Daytona, com um prolongamento dianteiro em forma de cunha e uma gigantesca asa traseira.

    Superbird
    O V8 de 7,2 litros, com três carburadores de corpo duplo, gerava 390 cv de potência. Reforços estruturais suportavam o downforce da asa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Desenvolvido no túnel de vento da aeroespacial Lockheed Martin, o Daytona apresentava coeficiente aerodinâmico de 0,28 e em 1970 quebrou a barreira das 200 milhas por hora (321 km/h) com o piloto Buddy Baker no oval de Talladega, no estado do Alabama.

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    A Plymouth, por sua vez, foi até a Nasa e trouxe o engenheiro aeroespacial Gary Romberg, que trabalhou com o departamento de estilo para apresentar o Superbird como a novidade para 1970. A versão especial do Road Runner era menos aerodinâmica que o Daytona, mas trouxe Richard Petty de volta, fato muito explorado na publicidade da Plymouth.

    Os cerca de 1.700 kg do Superbird eram impulsionados pelo V8 Super Commando 7.2, com carburador de corpo quádruplo e 375 cv brutos: três carburadores de corpo duplo elevavam a potência a 390 cv.

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    Superbird
    Trambulador Hurst, manopla Pistol Grip e 150 mph no painel (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Superbird
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Para acelerar de 0 a 96 km/h em 5,5 segundos, havia o V8 Hemi de 7 litros, alimentado por dois carburadores de corpo quádruplo para chegar aos 425 cv. A cavalaria era transferida aos pneus Goodyear Polyglas pelo indestrutível eixo Dana 60, passando pelo câmbio manual Chrysler A833 de quatro marchas ou pelo automático Torqueflite de três.

    A suspensão dianteira de braços duplos contava com barra estabilizadora e os freios adotavam duplo circuito hidráulico e discos ventilados de 11 polegadas, na dianteira.

    Oriundos do Dodge Coronet, os paralamas dianteiros traziam saídas de ar que só eram funcionais no modelo de pista: para se adequar ao regulamento, a Plymouth declarou que serviam para evitar o contato com os enormes pneus.

    Superbird
    Revestimento dos bancos era sempre de vinil preto ou branco (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Superbird
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O teto revestido de vinil era obrigatório, pois ocultava as modificações que deixaram o vidro traseiro rente às colunas traseiras.

    Daytona e Superbird venceram quase 80% das provas da Nascar em 1970: o campeonato ficou com Bobby Isaac, da equipe Dodge. O sucesso das pistas não se repetiu nas vendas: boa parte dos 1.900 Superbird produzidos para homologação encalharam nos concessionários e muitos acabaram sendo reconvertidos para Road Runners comuns.

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    Banido das pistas em 1971 (uns dizem que foi por questões de segurança, em razão da velocidade alcançada; outros afirmam que era para manter a competitividade entre os carros), o Superbird é hoje cotado pelo valor médio de US$ 200.000, mas os exemplares mais raros já superam meio milhão de dólares.

    Superbird
    A asa permitia ajuste e ficava em posição elevada para evitar a turbulência da cabine (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ícone da cultura automotiva americana, o Superbird foi representado no filme de animação Carros pelo personagem Rei, o campeão da Copa Pistão, e foi dublado pelo próprio Richard Petty.

    Superbird
    Reforços estruturais suportavam o downforce da asa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha Técnica Plymouth Road Runner Superbird 1970

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