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Mercedes-Benz 300 SL Coupé é ícone e já tinha injeção direta há 70 anos

Portas que abriam para o céu e intimidade com os pódios eternizaram o “Asa de Gaivota”, tudo graças a um certo norte-americano importador de carros europeus

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 13 nov 2024, 12h22 - Publicado em 13 nov 2024, 12h00
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  • Max Hoffman é um nome para ser lembrado na história do automóvel. O americano, um importador de carros europeus, sugeriu às fábricas a criação de algumas lendas dos anos 50. Porsche 356
    Speedster, Alfa Romeo Giulietta Spider, BMW 507… Mitos que só nasceram devido a um palpite certeiro de Hoffman.

    Nenhum, porém, é mais admirado que o Mercedes-Benz 300 SL, apresentado em 1954 no International Motor Sports Show, realizado em Nova York. Este eterno clássico está completando 70 anos em 2024.

    O 300SL, automóvel da Mercedes-Benz testado pela revista Quatro Rodas.
    (Dulla/Quatro Rodas)

    Certo dia, Hoffman pediu à Mercedes que fizesse uma versão de rua de seu vitorioso 300 SL (Sport Light) de corrida, que alcançara as duas melhores colocações em Le Mans em 1952, além de outros triunfos pela Europa. Foi graças a Hoffman que existiu o clássico que seria conhecido como Mercedes “Asa de Gaivota” (Gullwing, em inglês).

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    Quando foi lançado, seu preço impressionou tanto quanto o carro: o cupê custava 29.000 marcos – caríssimo, considerando que o Mercedes mais barato era vendido a 7.900 marcos. O desenho se manteve o mais fiel possível à aerodinâmica da versão de pista. O capô tinha duas faixas protuberantes e cada para-lama trazia ressaltos semelhantes na parte superior, acentuando a já reduzida altura do automóvel.

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    O 300SL, automóvel da Mercedes-Benz testado pela revista Quatro Rodas.
    (Dulla/Quatro Rodas)

    Mas nada chamava mais atenção que a abertura das portas para cima. Quando acionadas, lembravam uma gaivota em voo. Porém elas não eram só um exercício de estilo. A estrutura tubular que sustentava a carroceria – tão fina que pesava só 82 dos 1.295 kg – elevou-se nas laterais de tal maneira que inviabilizou o uso de portas convencionais. Para reduzir o peso total, o alumínio entrava na fabricação de partes como capô, tampa do porta-malas e as famosas portas.

    O painel do 300SL, automóvel da Mercedes-Benz testado pela revista Quatro Rodas.
    (Dulla/Quatro Rodas)

    O motor de 6 cilindros derivava do que era usado no Type 300 “Adenauer”. Mas teve de ser inclinado em 45 graus para caber no baixo cofre do motor, o que limitou o espaço para os pés do passageiro. Em vez do carburador, a Mercedes instalou uma inédita injeção direta de combustível, ainda mecânica. Com isso, rendia 215 cv e chegava a 260 km/h.

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    Espelho retrovisor do 300SL, automóvel da Mercedes-Benz testado pela revista Quatro Rodas.
    (Dulla/Quatro Rodas)

    Os primeiros 300 SL chegaram à Europa ainda em 1954, enquanto as vendas nos Estados Unidos começaram em março de 1955. Entretanto, cerca de 1.100 dos 1.400 Asa de Gaivota produzidos atravessaram o Atlântico para atender o pedido de Hoffman.

    O motor do 300SL, automóvel da Mercedes-Benz testado pela revista Quatro Rodas.
    (Dulla/Quatro Rodas)

    Novamente ouvindo sua clientela americana, o importador sugeriu um roadster, sendo atendido em 1957. Nesse ano, o cupê que deu asas aos sonhos dos admiradores da marca saiu de linha para entrar para a história, deixando o roadster no lugar – que durou até 1963, com 1.858 unidades fabricadas.

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    Quase 50 anos depois, o 300 SL eternizou-se na galeria das lendas: em 1999, foi eleito por um júri internacional como o “Carro Esporte do Século”.

     

    Ficha técnica – Mercedes-Benz 300 SL

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