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Clássico: BMW Série 8, o revolucionário cupê alemão com motor V12

Ícone de elegância, esportividade e tecnologia, ele reuniu qualidades que fizeram dele o BMW mais exclusivo da década de 1990 –

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 abr 2023, 10h30

A década de 1980 foi decisiva para consolidar o prestígio da BMW: foi nessa época que ela desenvolveu o motor M70, um V12 com 5 litros inteiramente de alumínio, capaz de levar o sedã 750i a 250 km/h nas Autobahnen alemãs com total suavidade. Este mesmo propulsor voltou a brilhar no Salão de Frankfurt de 1989 sob o capô do BMW Série 8.

Iniciado em 1981 pelo designer Claus Luthe, o projeto E31 tinha como objetivo enfrentar modelos GT como Mercedes C126, Porsche 928 e Jaguar XJS, notórios pelo conforto, requinte e pelo desempenho, indispensável para trafegar entre as capitais da Europa em poucas horas em segurança.

As linhas assinadas por Klaus Kapitza foram aprimoradas com técnicas de desenho assistido por computador (CAD) e testes em túnel de vento. Mais de 1 bilhão e meio de marcos alemães foram investidos para garantir um coeficiente aerodinâmico de apenas 0.29 graças a vidros rentes à carroceria e maçanetas embutidas.

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BMW 850
A traseira seguia o mesmo padrão dos sedãs executivos da marca (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Baseado na plataforma do Série 7, o cupê se destacava pelo longo capô com faróis escamoteáveis e pela cabine recuada, com espaço para quatro ocupantes apesar dos 2,68 metros entre os eixos. O padrão de acabamento era marcado pela sobriedade e elevada qualidade de construção.

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O ar-condicionado já era do tipo bizona e os difusores de ar laterais eram integrados às laterais das portas. A supressão da coluna B fazia do 850i um legítimo hardtop, com cintos de segurança integrados à estrutura dos bancos dianteiros e adoção de reforços para manter a elevada rigidez torcional da carroceria.

BMW 850
Ergonomia perfeita, com comandos de fácil acesso devido ao painel envolvente (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Sua estabilidade superava as expectativas: o acerto dinâmico foi realizado no circuito de Nordschleife em Nürburgring. A eletrônica embarcada se mostrava presente na direção Servotronic e no controle de tração: a  suspensão traseira multilink tinha efeito direcional para evitar o sobresterço repentino em altas velocidades.

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Ao fim do Salão de Frankfurt, a BMW contabilizou mais de 5.000 pedidos: a demanda era tamanha que, quando a produção foi iniciada, em 1990, a fila de espera era superior a três anos. Tudo para desfrutar o prazer de acelerar o V12 de 5 litros e 300 cv, capaz de levar o cupê de 1.790 kg de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos.

BMW 850
Espaço traseiro é adequado apenas para crianças (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O BMW 850i foi o primeiro automóvel do mundo a associar um motor V12 a um câmbio manual de seis marchas, o Getrag 560G. Para os adeptos do conforto havia o automático ZF 4HP24 de quatro marchas, sensivelmente mais lento nas acelerações: nas duas transmissões a velocidade máxima era limitada eletronicamente a 250 km/h.

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Em 1992, surge o 850CSi com o motor S70 desenvolvido pela divisão BMW Motorsport: a cilindrada ampliada para 5,6 litros resultava em 380 cv, suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em seis segundos, sempre com câmbio manual. Este motor foi a base do V12 S70/2 utilizado no McLaren F1, com quatro válvulas por cilindro e comandos variáveis Vanos.

O eixo traseiro do 850CSi contava com o Aktive Hinterachs-Kinematik, sistema eletro-hidráulico que esterçava as rodas traseiras para aumentar a aderência em altas velocidades. No ano seguinte foi apresentado o 840i, impulsionado pelo V8 M60 de 282 cv, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7 segundos.

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BMW 850i
(Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

A maior novidade de 1994 foi o 850Ci, impulsionado pelo novo V12 M73 de 5,4 litros e 326 cv associado a um câmbio automático de cinco marchas. Mesmo pesando quase 2 toneladas, o 850Ci acelerava de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos. Notório pelos problemas de corrosão interna, o V8 M60 foi substituído no 840Ci pelo M62 de 4,4 litros em 1995, mantendo a mesma potência, mas apresentando ganho expressivo de torque.

Pouco mais de 30.600 unidades deixaram a fábrica alemã de Dingolfing até o encerramento da produção, em maio de 1999. A segunda geração do Série 8 só retornaria ao mercado em 2018 em três versões de carroceria: conversível, cupê de duas portas e cupê de quatro portas, mas sem repetir a mística do motor V12 de aspiração natural.

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Motor V12 BMW 850
Cofre do motor foi projetado em CAD para acomodar o enorme V12 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Ficha Técnica

BMW 850i 1991
Motor: longitudinal, 12 cilindros em V, 4.988 cm3, alimentado por injeção eletrônica
Potência: 300 cv  a 5.200 rpm
Torque: 45,89 kgfm a 4.100 rpm
Câmbio: automático de 4 marchas, tração traseira
Carroceria:  fechada, 2 portas, 4 lugares
Dimensões: comprimento, 478 cm; largura, 185 cm; altura, 134 cm; entre-eixos, 268 cm
Peso: 1.790 kg
Pneus: 235/50 ZR 16

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