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Chevrolet Vega foi criado em tempo recorde e quase destruiu a imagem da GM

Projetado em tempo recorde, acabou vítima de uma disputa interna que quase destruiu a reputação da GM

Por Felipe Bitu
Atualizado em 30 dez 2024, 11h48 - Publicado em 30 dez 2024, 11h00

Chevrolet Vega

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado originalmente em 2014

O fim da década de 1960 não foi fácil para a General Motors: com o Chevrolet Corvair aniquilado por uma campanha do advogado Ralph Nader, alegando que ele era inseguro, os importados avançavam nesse território. A gigante deu uma resposta à altura em 1970, quando apresentou seu novo carro compacto: o Vega, estrela mais brilhante da constelação de Lira.

Projetado em 24 meses, ele era barato, prático e bonito: as duas portas combinavam com solteiros e famílias jovens. Havia sedã, perua, van comercial e hatch. Mesmo mais caro que Ford Pinto e Toyota Corolla, agradou a ponto de levar o título de Carro do Ano de 1971.

Mas os problemas logo surgiram: a corrosão precoce era reflexo do corte de custos, que eliminou até o revestimento nas caixas de roda. Outras falhas de projeto apareceram, evidenciando problemas internos da GM: o Vega foi vítima de uma disputa política que selou seu destino.

Como era um projeto pessoal de Edward Cole, presidente da GM, o Vega foi empurrado goela abaixo na Chevrolet. Essa quebra de autonomia da divisão soou como crítica. Desmotivados, os engenheiros da casa não se interessaram por ele.

Chevrolet Vega

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Para piorar, John DeLorean assumiu o comando da Chevrolet durante o desenvolvimento: para cumprir o cronograma, acelerou a produção e provocou a ira dos sindicalistas. O desinteresse agora vinha dos operários, que sabotavam a montagem de vários componentes. Mesmo zero-quilômetro, o Vega às vezes desmanchava em poucos meses.

O motor era uma catástrofe: um quatro cilindros com bloco de alumínio e silício, caro e sensível ao superaquecimento. Para barateá-lo, DeLorean especificou outra receita desastrosa: um radiador subdimensionado e um cabeçote de ferro fundido. O bloco empenava e os cilindros se desgastavam.

A GM perdeu milhões em consertos na garantia, mas vendeu muito: para aliviar a fábrica de Ohio, parte da produção passou a vir do Canadá. O recorde de vendas se deu em 1974, quando 452886 foram vendidos como pão quente: um deles é essa versão GT, que pertence ao Clube do Carro Antigo do Brasil.

propaganda - Chevrolet Vega

Em 1975, o Vega passou a conviver com o sucessor Monza, com quem dividia a plataforma e o problemático motor: as vendas começaram a cair até ser reprojetado em 1976. O novo motor 2.3 tinha garantia de cinco anos ou 96 000 km, mas era tarde: uma parte dos quase 2 milhões de proprietários jurou nunca mais colocar um Chevrolet em suas garagens e muitos migraram definitivamente para a concorrência japonesa. A estrela de Vega se apagou em 1977, escurecendo o céu da GM.

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DESMANCHE

Casos de Vega que desmanchavam eram tão comuns que um protótipo rodou 13 km antes de se desintegrar no primeiro teste. o projeto representou um triste fim para a gloriosa carreira do presidente Ed Cole, que deixou a GM em 1974 para comandar o fabricante de táxis Checker.

FICHA TÉCNICA – CHEVROLET VEGA
Motor 4 cilindros em linha de 2,3 litros
Potência 85 cv a 4800 rpm
Torque 16,8 mkgf a 2400 rpm
Câmbio manual de 4 velocidades
Dimensões comprimento, 445 cm; largura, 166 cm; altura, 127 cm; entre-eixos, 246 cm
Peso 1175 kg
0 a 100 km/h 12,3 segundos
Velocidade máxima 170 km/h

 

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