Qual a influência das cores na temperatura do carro?
Cores mais escuras podem aumentar a temperatura interna do carro exposto ao Sol em até 9 ºC
Rafael Henrique Trombeta, Campinas (SP)
A cor branca reflete 80% da luz solar visível. A preta, apenas 5%. As áreas envidraçadas podem ainda causar distorções grandes no resultado do experimento (pelo efeito estufa), assim como os materiais do interior (couro esquenta muito mais que tecido, assim como revestimentos escuros esquentam mais que os claros) e as posições dos veículos em relação ao sol.
Tomados os devidos cuidados na execução do teste para deixá-los em condições iguais, a resposta é simples: o carro preto ficará mais quente.
Na edição da QUATRO RODAS de fevereiro de 1987, foi publicado um teste que mostrou isso na prática. Dois Chevrolet Monza iguais – com exceção da cor – foram deixados expostos ao sol durante duas horas, com temperatura externa média de 31 ºC. Resultado: o interior do carro preto atingiu 64 ºC e o do branco, 55 ºC.
Outra consequência desse fato pode ser uma maior economia de combustível em carros equipados com ar-condicionado automático. Neles, o compressor do ar-condicionado faz pausas no funcionamento conforme a temperatura estipulada é atingida, demandando menos energia do motor.
Em 2011, a organização inglesa Heat Island Groups testou dois Honda Civic, um prata e o outro preto, debaixo de sol. Como a temperatura do prata era em média 6 ºC mais baixa que a do preto, o ar-condiconado precisou trabalhar 13% a menos que no carro escuro.
Como resultado, o consumo de combustível foi um pouquinho menor – 1,1% mais econômico, especificamente. A economia, porém, pode ser maior em países tropicais, com temperatura mais elevadas.