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Por que não há carros de passeio com motor a diesel no Brasil?

Brasil é o único país que proíbe carros de passeio com motor diesel. Faz isso desde 1976 e, após décadas, praticamente dita uma tendência mundial

Por Leonardo Barboza
Atualizado em 29 set 2024, 23h30 - Publicado em 15 jul 2023, 09h00
Potência do motor diesel do T4 é mais que o dobro do Jimny
Motor cinco-cilindros 3.2 turbodiesel do Troller T4 (Marcos Camargo/Quatro Rodas)

A venda de carros de passeio a diesel é proibida por lei no Brasil desde 1976 a partir da edição da Portaria MIC 346, pelo Ministério da Indústria e Comércio. A lei foi criada por conta da crise mundial de combustíveis e pela poluição gerada pelo enxofre presente no diesel na época, quando o País precisava importar 78% do petróleo consumido.

O Brasil é o único país do mundo que tem uma lei do tipo, embora esta restrição já exista em algumas cidades europeias.

Atualmente, segundo o engenheiro Everton Lopes, da SAE Brasil, os motores poluem pouco por conta do aprimoramento do combustível, que tornou os veículos cerca de 30% mais econômicos em relação aos modelos a gasolina, além de entregar mais torque em baixa rotação.

Mesmo com a melhora, no Brasil o diesel é utilizado de forma prioritária no transporte, visto que o modal rodoviário é o principal meio de escoar produtos em nosso país, portanto proteger essa energia para esse modal é uma questão de segurança econômica para o Brasil.

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Hoje, somente caminhões, ônibus, picapes com carga útil superior a 1.000 kg e utilitários com tração 4×4 e reduzida (ou primeira marcha mais curta, como nos Jeep Renegade e Compass) podem usar esses motores.

Houve repetidas tentativas de derrubar esse veto, mas sempre surgia algum argumento como a questão ambiental, pois no passado o diesel emitia muito material particulado prejudicial para a saúde humana. Porém com a criação do diesel S10, que tem baixo teor de enxofre em sua composição, esse argumento não faz mais sentido.

Fiat Toro Ultra 2.0 diesel 2021
Motor 2.0 Multijet é exceção ao equipar Jeep Renegade, Jeep Compass e Fiat Toro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A redução de enxofre, que é o principal responsável pela emissão de material particulado, foi expressiva. Em 20 anos passou de 13.000 ppm (partes por milhão) para 10 ppm.

Europa segue caminho contrário

O escândalo de fraude de emissões, que explodiu nas mãos da Volkswagen em 2015, o Dieselgate, se alastrou por outras fabricantes, fez a Europa desistir dos motores a diesel.

Havia um software que alterava o nível de emissões nos motores EA189 quando detectava uma situação de teste. As emissões eram até 40x menores do que em condições normais. 

Volkswagen Arteon Shooting Brake vermelho motor
Motor turbodiesel da Volkswagen promete consumo próximo dos 20 km/l no Arteon Shooting Brake (Divulgação/Volkswagen)

A Europa apostou forte nos motores diesel nas últimas décadas. De 10% em 1995, passaram a representar 60% das a venda de carros em 2011. Hoje, com maior oferta de carros híbridos (elétrico-gasolina) e menor oferta de motores diesel, os carros a gasolina já são os que mais vendem na Europa.

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Tudo indica que essa tendência continuará. Existe a desconfiança do consumidor, que pode gastar 10% menos em um carro a gasolina com motor turbo com injeção direta que entrega força e eficiência semelhantes, além da iminente eletrificação dos carros vendidos no Velho Continente, que tende a não ter carros novos com motor a combustão a partir de 2040.

No final das contas, o Brasil pode ter antecipado uma tendência em décadas.

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