Estamos no inverno, mas não parece. Graças a uma onda de calor, a semana começou quente em boa parte do país e o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta laranja para dez estados do país. São Paulo, por exemplo, promete máximas de 32ºC e índice de umidade abaixo dos 20%.
Se nós não estávamos preparados para isso, imagine nossos carros. O calor e o sol excessivos podem prejudicar os veículos, desde os mais conhecidos danos à pintura e estofamentos, até diminuindo a vida útil da bateria dos carros elétricos. Por sorte, existem meios que ajudam a reduzir os danos e, em sua maioria, não são caros e podem ser feitos por qualquer um.
Como proteger a pintura do sol forte?
Todo mundo sabe que deixar o carro exposto no Sol é prejudicial para a pintura. Mas pela falta de uma garagem coberta, muitos não têm outra opção e recorrem a soluções que ajudem a amenizar esse desgaste.
A mais comum e óbvia é uma capa. Elas são muito eficientes, afinal, cobrem todo o veículo contra os raios solares, protegendo não só a pintura, como também evitando que o sol desgaste o acabamento interno, como os tecidos e o couro. Porém não é só cobrir o carro com qualquer material.
Evite capas feitas de PVC ou polipropileno, já que essas protegem menos e tendem a se desgastar e até esfarelar com maior facilidade.
As ideais são feitas de polietileno especial texturizada, mais caras, porém bem mais efetivas. Também escolha um modelo que cubra seu carro por inteiro e tenha cabo de aço preso por um pequeno cadeado. Esse item evita que a capa seja furtada ou então que saia voando por causa do vento. Ela também deve ter um pequeno balão inflável, colocado entre a capa e a capota, para facilitar a ventilação.
Ao colocar a capa, certifique-se que o motor esteja frio e que nem ela nem a pintura estejam molhadas. Em caso de mau uso, a umidade pode ficar presa e acabar causando manchas na lataria.
Alguns produtos também colaboram para proteger a pintura, em especial, a cera automotiva. Diferente do polimento, que não protege e apenas dá brilho à lataria, o enceramento ajuda a reduzir os danos causados pelo sol. Além disso, o processo é bem mais simples, não necessitando do uso de equipamentos e podendo ser feito em casa.
Quem quiser um nível a mais de proteção, pode optar pelos processos de cristalização e vitrificação. Ambos precisam ser feitos por profissionais e oferecem um maior nível de proteção contra o sol. A principal diferença está no tempo de ‘validade’: o primeiro pode proteger seu carro por cerca de três meses, enquanto o segundo é mais complexo e dura até três anos.
E o motor, também sofre?
No caso do motor, é necessário ficar atento à sua temperatura. O motivo é claro: se está mais quente, ele tende a aquecer mais. Por isso, é importante sempre verificar seu nível para garantir o funcionamento pleno do motor.
Também é necessário manter a atenção com o óleo lubrificante. Além de alterar a sua viscosidade, o calor pode evaporar alguns componentes voláteis, o que também fará que o seu consumo aumente. Logo, fique sempre atento ao nível e certifique-se de usar o óleo ideal de acordo com as recomendações do fabricante do seu carro.
O calor também interfere no consumo do carro. Quando a temperatura ambiente aumenta, a densidade do ar cai, exigindo menos gasolina para a combustão completa. Então o carro tende a ficar mais econômico, pois essa relação é controlada eletronicamente pela unidade de comando eletrônico (ECU), que garante que essa proporção não varie.
Marginalmente ainda há outros fatores que podem contribuir para a redução de consumo. A pressão dos pneus aumenta 1% a cada 6 graus Celsius, o que reduz o atrito de rolamento. O motor ainda chegara à temperatura normal de trabalho mais rápido e o arrasto aerodinâmico do veículo diminui, em razão da menor densidade do ar quente. Mas o desempenho tende a ser menor
Consumo e ar-condicionado
Nesse caso, não há escapatória. Quem quiser ter uma viagem mais confortável terá que ligar o ar-condicionado e, consequentemente, vai acabar gastando mais combustível do que em um dia mais fresco.
Mas existem dicas que podem te ajudar a amenizar esse problema. Por exemplo, ao invés de entrar no carro e já sair ligando o ar no máximo, primeiro, abra as portas e janelas e deixe o ‘bafo’ quente ir embora.
Ande alguns metros com todas as janelas abertas para expulsar esse ar quente mais rápido. Só depois feche os vidros e ligue o ar. Pode até colocar no automático para acelerar o processo, mas não se esqueça de fechar o ar de fora, assim o resfriamento da cabine será mais rápido. Outra dica válida é apontar as saídas de ar para cima, isso ajuda a resfriar a cabine por inteira, chegando até a segunda fileira.
Quando a temperatura interna já estiver mais amena, você pode diminuir a potência do ar para economizar combustível. Se a viagem for curta, tudo bem deixar apenas a circulação interna, mas se for passar longos períodos dentro do carro, não se esqueça de abrir o ar de fora para que o acúmulo de CO2 não cause sonolência.
Pneus e outras partes emborrachadas
As partes emborrachadas, assim como os pneus sofrem muito com o calor e o tempo seco. O sol forte causa a perda de vulcanização do processo de cola das borrachas das portas, do limpador de para-brisa e das que fixam os vidros. Com todo o ressecamento, essas partes, assim como os pneus, tendem a rachar e ficar com um aspecto enrugado.
Para aumentar sua vida útil, a limpeza é fundamental. Nas vedações dos vidros e portas, comece tirando o excesso de sujeira com um pano seco e, em seguida, utilize um pano úmido.
Tome cuidado com os produtos de limpeza, utilize apenas detergente neutro em pouca quantidade e apenas se a situação estiver muito crítica. Alguns especialistas recomendam a aplicação leve de silicone ou glicerina, mas é importante que seja em pouca quantidade e que nunca escorra para os vidros.
Quanto aos pneus, após a lavagem do carro pode-se passar limpa pneu, mas prefira o que for à base de água, e não de óleo. Espalhe uma leve camada apenas na borracha em volta do aro, nunca nas ranhuras e na banda de rodagem. Depois, basta remover o excesso com um pano seco.
E os carros elétricos?
Os carros elétricos e híbridos precisam de atenção especial nos dias quentes. Os dias quentes podem fazer com que a sua temperatura interna ultrapasse os 50ºC, o que diminui a vida útil da bateria. Logo, é recomendado sempre estacioná-los na sombra, ou se não for possível, utilizar uma capa térmica.
O calor pode ser tão prejudicial que pode até fazer você perder a garantia. Esse é o caso do Jac E-JS1, que tem uma cláusula de perda de garantia caso o carro seja exposto a temperaturas ambiente acima de 45°C por mais de 24 horas.