Neylor Araújo, Mauá (SP)
Não haverá necessidade de adaptar os motores a combustão existentes atualmente ao combustível sintético.
Segundo a Porsche, que está construindo uma fábrica desse tipo de combustível no Chile, o propósito dessa tecnologia é, em resumo, extrair hidrogênio da água combinado ao CO2 capturado da atmosfera.
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O resultado desse processo seria um metanol sintético. Através de um processo de refino, esse metanol pode ser convertido em gasolina sintética de uso similar ao da derivada do petróleo. A grande vantagem seria termos um combustível renovável de emissão neutra.
O carbono resultante de sua queima é o mesmo que foi retirado da atmosfera para a sua produção. Assim, no final das contas, ele não aumenta a quantidade desse gás no ambiente. Por isso é considerado um combustível limpo.
Este combustível poderá substituir os combustíveis fósseis e permitir que os carros equipados com motores a combustão circulem sem culpa de aumentar a quantidade de poluentes na atmosfera.
Porque não usar o etanol?
O etanol é extraído da cana-de-açúcar, compensando as emissões com fotossíntese. Além de exigir adaptações nos motores, esse tipo de combustível é popular apenas no Brasil. É por isso que países da Europa têm avançado em estudos para a confecção de combustíveis sintéticos.
Por ser produzido sem petróleo e tendo como matéria-prima a água e o dióxido de carbono disponível na atmosfera, o e-fuel é a principal saída para que os motores a combustão mantenham-se em produção e uso durante mais algumas boas primaveras.
O custo de produção não é barato. Apesar dos ingredientes do eFuel serem encontrados em abundância na natureza, a captação e as reações químicas para a separação do hidrogênio e a união dele com o carbono precisam da estrutura de uma fábrica, para acontecer.
E, todo o processo consome energia elétrica que precisa ser limpa para fazer sentido do ponto de vista ambiental. Por isso, o projeto prevê a construção de uma fazenda eólica, com turbinas de captação.