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As vantagens das revisões pagas no ato da compra

Marcas incluem agora o plano de manutenção no financiamento do carro zero. É bom para a fábrica e melhor ainda para você

Por Gustavo Henrique Ruffo
Atualizado em 3 Maio 2021, 14h29 - Publicado em 25 Maio 2016, 15h31

Revisão programada

Uma das novidades da recém- lançada Fiat Toro é quase desconhecida pela maioria dos potenciais compradores. Não é a carroceria monobloco nem a capacidade de carga de 1 tonelada. Estamos falando da possibilidade de incluir as revisões programadas no financiamento do veículo já no ato da compra. Chamado de pacote Revisão Sob Medida, ele permite que o dono pague antecipadamente as revisões por três anos (período de garantia da picape) ou cinco, por meio da contratação da Garantia Estendida, outro produto financeiro que a Toro estreia dentro da marca.

Mas a Fiat não está sozinha nessa jogada. Financiar a manutenção na hora da compra é uma tendência que vem crescendo aos poucos no Brasil. Desde o fim do ano passado, a Volkswagen oferece um programa parecido para Gol, Voyage, Saveiro, Up!, Fox, CrossFox e SpaceFox. Nesse caso, o pacote inclui as quatro primeiras revisões de cada modelo – para os carros da família Gol, a empresa cobra R$ 999. É bem mais barato do que se o cliente pagasse as quatro revisões separadamente, que chegariam a R$ 1.488,17, ou 49% a mais (importante lembrar, porém, que a Volkswagen – assim como a Ford – estabelece um intervalo entre revisões de 5.000 km ou seis meses, enquanto a maioria das outras marcas trabalha com intervalos de 10.000 km ou um ano).

Economia semelhante ocorre no caso da Toro. Somadas, três revisões da versão 1.8 custam R$ 1.660, mas com o pacote financiado, o trio sai por R$ 1.499, uma redução de 10,7%.

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Outra fabricante que a partir do mês de abril vai permitir a inclusão dos serviços de manutenção no financiamento é a Nissan. Todas elas, porém, fazem questão de lembrar que os itens que integram os pacotes de revisão são apenas os obrigatórios, de acordo com os manuais de proprietário de cada carro. Não inclui, portanto, trocas de peças por mau uso ou desgaste excessivo.

Quem também aposta forte nessa nova estratégia são as marcas de luxo. A Jaguar Land Rover, por exemplo, oferece o programa Access, basicamente um financiamento balão. Trata-se de um plano com uma parcela final mais alta, chamada balão, que permite ao cliente entregar seu carro usado para ajudar na compra do novo, quase como em um leasing operacional. A novidade é que o Access já traz embutido o custo das revisões no financiamento. Ainda é possível incluir nesse plano o valor de acessórios adquiridos na concessionária desde que o total não ultrapasse 10% do preço do veículo.

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O nome Accesss também não é por acaso: ele é voltado só aos modelos de entrada: Jaguar XE e Land Rover Discovery Sport e Evoque. Não por coincidência, o mesmo acontece na Mercedes-Benz, para os Classes A, B, CLA, GLA e Classe C. A diferença é que aqui as revisões só podem ser parceladas em 12 vezes sem juros no cartão de crédito, de modo independente do financiamento. E o cliente escolhe o período em que fará essas revisões, que pode ser por até cinco anos – a garantia acaba em três.

Vale lembrar que, para quase todas as marcas, também é possível financiar só uma ou duas revisões, apesar de os maiores descontos estarem sempre nos pacotes fechados.

Prós e contras

Não há dúvida de que para a montadora, a nova modalidade traz vantagens, como assegurar que as concessionárias tenham um fluxo constante de clientes, especialmente em tempos de crise, além de prendê-los por mais tempo na rede autorizada. Mas onde ganha o consumidor, que gasta mais dinheiro no momento da compra?

Além do desconto no valor total das revisões (dependendo da marca), o comprador ganha uma proteção maior contra a inflação. “Pode ser interessante porque as taxas de financiamento de automóveis são muito baixas”, explica o professor da Fundação Getulio Vargas Luis Carlos de Brito Ewald, o “Senhor Dinheiro” do programa Fantástico. “Quem financia são os bancos das montadoras. Por isso, eles conseguem juros menores, pois estão financiando a atividade principal de suas empresas.” Com isso, você paga antes por um serviço que tende a ficar mais caro com o tempo, já que a inflação cresce com o passar dos anos, especialmente neste momento de incertezas.

Além disso, o custo da revisão que antes pesaria no bolso de uma só vez (um Mercedes Classe A, por exemplo, exige R$ 1.550 na sua segunda parada na oficina) ficaria muito diluído, porque os financiamentos automotivos são longos. “Os planos com o chamado juro zero duram em média 24 meses. Se necessário, há financiamentos bem mais longos”, lembra Ewald.

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No longo prazo, há ainda outro benefício ao consumidor. Os proprietários vão fazer as revisões na rede autorizada com o plano sempre vinculado ao chassi do veículo. Assim, se eles venderem o carro, o novo dono levará junto o direito de fazer as revisões sem precisar pagar por elas. Ou seja, acaba virando um grande argumento na revenda do usado.

Já a desvantagem para o comprador seria adicionar juros, ainda que baixos, às revisões. Mas esse problema só existe se não houver reajuste no custo da manutenção no período. Com sucessivos aumentos nos preços de tabelas das montadoras, porém, é cada vez mais raro esse cenário.

Pacotão de serviços
Nissan March VW Gol Fiat Toro Mercedes Classe A
1ª revisão R$ 219 R$ 260 R$ 384 R$ 900
2ª revisão R$ 329 R$ 260 R$ 652 R$ 1.550
3ª revisão R$ 329 R$ 430,19 R$ 624 R$ 900
4ª revisão R$ 537,98
total avulso R$ 877 R$ 1.488,17 R$ 1.660 R$ 3.350
total pago na compra R$ 877 R$ 999 R$ 1.499 R$ 2.979,99
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