Teste: o que falta no Fiat Argo 1.3 CVT, o automático mais barato do Brasil
Um dos automáticos mais baratos do Brasil, o Fiat Argo passou por atualizações para ter fôlego até ser substituído por um novo hatch

A Fiat prepara para 2026, no Brasil, um compacto inédito baseado no novo Grande Panda europeu. Por aqui, ele substituirá, de uma só vez, Mobi e Argo, ocupando o lugar dos dois hatches também na fábrica de Betim (MG).
Enquanto isso não acontece, os veteranos buscam novidades para resistirem por ao menos mais um ano. O Mobi passa a ter, enfim, motor 1.0 de três cilindros, e o Argo investe em coisas mais discretas – mas que acabam por diferenciar o modelo de sua feição anterior.
Testamos a versão Drive 1.3 do Argo 2026, a mais barata com câmbio automático, e que parte de R$ 102.990. Sem alterações visuais em lataria, a maior novidade do Argo 2026 está no conjunto de iluminação, na dianteira: as versões com motor 1.3 ganham faróis full-led de série.

Além da aparência mais moderna e refinada (com traços que remetem a seu sucessor, o Grande Panda), os faróis também dão mais segurança ao hatch, já que a iluminação evolui de forma significativa. Há boa intensidade da luz, altura adequada do facho e uma eficiente cobertura lateral. O facho alto também cumpre muito bem seu papel, já que têm sido frequentes faróis com funções altas sem tanta eficiência.
Não há, porém, acendimento automático e os faróis de neblina, também de led, são opcionais.

De série, o Argo Drive 1.3 é equipado com piloto automático, assistente de partida em rampas, ar-condicionado analógico, computador de bordo, direção elétrica, monitoramento de pressão dos pneus, vidros elétricos dianteiros, volante multifuncional e rodas de 15” de aço, com calotas. Também é de fábrica a central com tela de 7”, que tem como novidade a conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.
A unidade cedida para testes estava equipada com o pacote opcional S-Design, que custa R$ 4.090 e oferece bom custo/benefício. Ele acrescenta, além dos já falados faróis de neblina de led, vidros elétricos traseiros, ar digital, retrovisores externos elétricos, volante com revestimento sintético, rodas de liga leve de 15” escurecidas, sensores de ré, chave presencial, alças de segurança no teto e logotipos escurecidos.Câmera de ré não é oferecida nem como opcional e há apenas dois airbags, a maior falta do modelo.

Por dentro, o acabamento mescla materiais (e, agora, tem colunas e teto em preto), mas é simples e tem problemas de montagem, com rebarbas e vãos irregulares, e dispensa até apoios macios para os braços nas portas.
O quadro de instrumentos analógico também mostra simplicidade, apesar de ser funcional. Mas há um cuidado curioso nos poucos porta-objetos, que têm o assoalho emborrachado. Isso faz com que os objetos não rolem ou se tornem barulhentos.


Quanto ao espaço, duas pessoas de até 1,75 m podem viajar com conforto suficiente no banco traseiro. O porta-malas, por sua vez, tem 327 litros líquidos ou 300 litros VDA, que é a medida padrão da indústria.
A suspensão dá, o banco tira Na mecânica, nada muda. O modelo segue equipado com motor 1.3 aspirado de 98/107 cv (gasolina/etanol) e 13,2/13,7 kgfm (g/e), e câmbio automático CVT com sete marchas simuladas.

Não é, definitivamente, um conjunto feito para esportividade, e sim para conduções urbanas, com esporádicas rodagens rodoviárias. Pensando assim, o Argo cumpre bem o seu papel, com uma condução urbana ágil e confortável.
Na estrada, ele também segue bem: não há fôlego de sobra, mas permite ultrapassagens seguras e, em velocidades de cruzeiro, o câmbio CVT mantém o giro baixo para maior conforto acústico e melhor consumo de combustível.

–Caso seja necessária agilidade maior, o modo Sport (acionado por um botão no volante) eleva o giro do motor e deixa o hatch com respostas mais rápidas. Nos nossos testes, feitos com gasolina, ele foi de 0 a 100 km/h em 14,2 segundos. As médias de consumo ficaram em 12,8 km/l, na cidade, e 14,5 km/l, na estrada.
A direção leve reforça a proposta citadina, bem como sua suspensão confortável, com amortecedores de cursos longos, mas com robustez. Ou seja, o hatch absorve bem as irregularidades e passa sem pancadas por superfícies ruins, mas trabalha em silêncio e não chacoalha exageradamente, mostrando que aquilo não é um problema para ele.

Por outro lado, leva-se um tempo para se encontrar a posição ideal de dirigi-lo, já que a coluna de direção só tem ajuste de altura, e não de profundidade. Some isso aos bancos dianteiros com espuma mais fina, o que prejudica o conforto no assento e na lombar.
O Argo 2026 mudou pouco, mas incluiu itens relevantes e se mantém como uma boa opção de automático de entrada. Porém, sua lista de equipamentos é modesta e o pacote opcional é quase que obrigatório – só não corrige a falta de mais airbags.
Veredicto – Um dos carros automáticos mais baratos do país, o Argo 2026 segue atraente. Mas o porta-malas pequeno e a falta de mais airbags e de ajustes na coluna de direção são os maiores vilões do modelo.
Teste de desempenho e consumo – Fiat Argo Drive 1.3 CVT
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 14,2 s |
0 a 1.000 m | 35,9 s / 143,1 km/h |
Velocidade máxima | 170 km/h |
Retomadas | |
D 40 a 80 km/h | 6 s |
D 60 a 100 km/h | 7,9 s |
D 80 a 120 km/h | 11,8 s |
Frenagens | |
60/80/120 km/h a 0 | 17,5/29,1/61,9 m |
Consumo | |
Urbano | 12,8 km/l |
Rodoviário | 14,5 km/l |
Ruído interno | |
Neutro/RPM máx. | 45,5/68,7 dBA |
80/120 km/h | 66,8/73,1 dBA |
Aferição | |
Velocidade real a 100 km/h | 99 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h | 2.100 rpm |
Volante | 2,7 voltas |
Seu Bolso | |
Preço básico | R$ 102.990 |
Garantia | 3 anos |
Ficha técnica – Fiat Argo Drive 1.3 CVT
- Motor: flex, diant., transv., 4 cil. , 8V, 1.332 cm3; 98/107 cv a 6.000/6.250 rpm (gasolina/etanol), 13,2/13,7 kgfm a 4.000/4.250 rpm (g/e)
- Câmbio: aut., CVT, 7 marchas simuladas, tração dianteira
- Direção: elétrica Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: disco vent. (diant.) e tambor (tras.) Pneus: 185/60 R15
- Dimensões: compr., 403,1 cm; larg., 172,4 cm; alt., 151,4 cm; entre-eixos, 252,1 cm; porta-malas, 327 l; tanque de combustível, 45 l; peso, 1.140 kg