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Teste: novo Ford Territory tem tamanho (e preço) de SUVs grandes

Vendida a R$ 187.900, versão topo de linha Titanium chega importada da China com motor 1.5 turbo de 150 cv de potência

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 9 ago 2020, 11h36 - Publicado em 7 ago 2020, 11h00
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  • Desde que a direção da Ford mundial resolveu concentrar sua estratégia de produto em SUVs e picapes, em meados de 2018, a filial brasileira só viu sua linha encolher.

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    Entre modelos fabricados aqui e importados, a fábrica disse adeus a Fiesta (hatch e sedã), Focus (hatch e sedã) e, mais recentemente, Fusion (sedã). Sem falar da divisão de caminhões, que era uma área de atuação em que a matriz já não investia havia anos, mas ainda resistia no Brasil.

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    Agora, com o SUV que você vê aqui ao lado, as coisas começam a mudar. O Territory é o primeiro produto da nova fase da marca a desembarcar por aqui.

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    De lateral, ele é quase igual ao Yusheng S330, vendido na China há quatro anos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Até o fim do ano, a Ford do Brasil deve apresentar outra novidade. E, na sequência, chegam a nova geração do EcoSport, prevista para 2021, e pelo menos mais dois SUVs, que serão desenvolvidos no Brasil, devendo estrear nos anos seguintes: um deles em 2022 e outro em 2023.

    Tem também uma picape intermediária, mais conhecida como Ford Anti-Toro. Mas esse ainda é um segredo guardado a sete chaves.

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    Lanternas traseiras diferem no desenho interno em relação às mostradas em 2018 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Ford Territory chega às lojas este mês em duas versões, SEL (R$ 165.900) e Titanium (R$ 187.900), as quais nós já testamos e apresentamos a seguir.

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    O Territory é conhecido nosso. Ele foi anunciado pela Ford às vésperas do Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, quando as notícias vindas da matriz ainda estavam sendo digeridas por aqui.

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    A amplitude da cabine não é apenas impressão pelas cores claras (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    De fato, ele é uma versão ocidentalizada do chinês Yusheng S330, feito pela Jiangling Motor Corporation, parceira da Ford há 25 anos e que produz veículos de passeio desde 2010. Ele estreou no Salão de Pequim de 2016, com linha 2017.

    Como outros chineses, em diferentes segmentos, o SUV aposta em duas frentes para conquistar o consumidor. Uma delas é o porte superior à média da categoria. A outra é uma lista de equipamentos recheada.

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    O acabamento usa bons materiais, ainda que algumas peças destoem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Enquanto o líder do segmento, o Jeep Compass, mede 4,41 m de comprimento, por 1,82 m de largura e 1,63 m de altura; o Territory tem, respectivamente, 4,58 m x 1,94 m x 1,67 m. Como resultado, o novo Territory oferece espaço suficiente para três adultos viajarem na segunda fileira sem esbarrarem os ombros.

    Para você ter ideia, eu, com 1,78 m de altura, cruzo as pernas sem nenhum sofrimento (para quem estiver no meio, o túnel central é baixo e largo). Pena que o assento seja um pouco curto, como uma picape média. Já os bancos dianteiros tratam ainda melhor quem estiver ali, com aquecimento e ventilação sob o revestimento perfurado, além de ajustes elétricos para motorista.

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    Quadro de instrumentos e central multimídia são vistosos, mas também confusos ao mexer (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os equipamentos, o Territory estreia central multimídia com Apple CarPlay e carregador para celular, ambos sem fio, assim como o serviço de conectividade que permite controlar funções por meio de um aplicativo, e há comodidades como saídas de ventilação na traseira, porta USB e teto solar panorâmico.

    Se você dirigiu algum Ford feito no Brasil, sabe que, por alguns anos, o acabamento não era tão bom, né? Tudo bem que EcoSport e Ka já melhoraram, mas o chinês está um passo à frente, com superfícies macias e bom encaixe das peças.

    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Só que alguns detalhes deixam a desejar, como difusores de ar com aspecto frágil, manopla de câmbio feita de plástico rígido e hastes atrás do volante inspiradas nos Mercedes (sem ser Mercedes).

    Também poderiam melhorar a ergonomia, já que o ajuste de altura dos fachos dos faróis fica escondido sob o painel e existem poucos porta-objetos na cabine.

    Hastes atrás do volante imitam peças da Mercedes-Benz (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Pelo menos há uma evolução em relação a outros projetos conterrâneos, como o Caoa Chery Tiggo 5X e o Jac T60, que não têm regulagem de profundidade da coluna de direção e seletor do ar-condicionado com precisão.

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    Outro reparo: a central multimídia é confusa. Se estiver com o celular conectado à tela, terá que retornar ao menu principal e acessar a aba da ventilação quando for mudar a temperatura.

    Alavanca destoa dos bons materiais da cabine (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O sistema também desabilitou funções por vontade própria – como o carregador por indução. Para reativar, apenas com o veículo parado.

    Confesso que, desde quando surgiram as primeiras conversas sobre o Territory, ainda em 2018, minha maior preocupação era em relação ao motor 1.5 turbo. Isso porque, apesar das novas tecnologias, que incluem até injeção direta de combustível, esse motor é derivado de um projeto antigo da Mitsubishi, que existe desde 1977.

    Há carregador para celular e Apple CarPlay, ambos sem fio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Para aumentar ainda mais as dúvidas, o ciclo Otto, mais comum, foi substituído pelo ciclo Miller, que privilegia a eficiência e, em troca, compromete o desempenho. Para minha surpresa, no entanto, o SUV se saiu relativamente bem em nossa pista de testes e foi melhor que, veja só, o Compass.

    O Territory acelerou de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos, contra os 11,8 segundos conseguidos pelo Jeep, na configuração Sport Flex.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Já o consumo foi ruim, com as médias de 9,3 km/l, na cidade, e 11,5 km/l, na estrada. O Compass fez 9,7 km/l e 13,3 km/l, respectivamente. Por aqui, o novato manteve o apetite só para gasolina, já que, ao menos por enquanto, não será flex.

    Mas não pense que os engenheiros brasileiros só assinaram embaixo do projeto chinês. Para o carro chegar ao nosso mercado, foram necessárias algumas mudanças. A suspensão, por exemplo, foi um dos sistemas que passaram por novo desenvolvimento. Foram trocados amortecedores, buchas e molas. E o resultado é impressionante.

    Há ajustes elétricos para o motorista (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Como já é comum (e elogiado) entre os carros da Ford, o ajuste é um pouco mais firme, ainda que não comprometa o conforto a bordo. Se quase não houve mudanças no motor, exceto pela adaptação para nossa gasolina batizada com etanol, a nova calibração do câmbio automático CVT também foi outro trabalho essencial para garantir mais disposição ao conjunto mecânico.

    Concordo que o Territory não é rápido. E essa nem é a pretensão do SUV, que tem fôlego mais que suficiente para as situações que realmente importam: fazer ultrapassagens em segurança e retomar velocidade sem tanto sofrimento. E posso dizer que, considerando o peso (e o tamanho), a dinâmica merece elogios.

    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Não se preocupe com a direção leve, porque é apenas para manobras e ela fica mais pesada à medida que a velocidade aumenta. Meu conselho: ignore o modo Sport quase figurativo para curtir o piloto automático adaptativo e o ótimo isolamento acústico.

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    A missão do Territory não é fácil. E ele chega brigando nas faixas de preços superiores, se posicionando acima da maioria dos rivais como VW Tiguan, Chevrolet Equinox e Mitsubishi Outlander, além do Compass.

    Não falta espaço para três adultos viajarem com conforto na segunda fileira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto

    O Territory tem bons pontos, como amplo espaço interno e lista de equipamentos recheada. O problema é que o preço acima do Jeep Compass, líder do segmento, acaba com qualquer racionalidade nessa escolha – que também sofre pelo consumo elevado, motor a gasolina. Por esse motivo, o SUV, não terá vida fácil em nosso mercado.

    Motor 1.5 turbo tem injeção direta de combustível (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Teste

    Aceleração
    0 a 100 km/h (s) 10,8
    0 a 1.000 m (s; km/h) 32,5/159,1
    Velocidade Máxima (km/h*) n/d
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h (s) 4,7
    D 60 a 100 km/h (s) 5,8
    D 80 a 120 km/h (s) 8,0
    Frenagens
    120/80/60 km/h – 0 (m) 57,8/24,7/14,1
    Consumo
    Urbano/rodoviário (km/l) 9,3/11,5
    Ruído interno
    PM/ Rot. Max/80/120 km/h (dBA) 44,6/66,3/62,4/68,3
    Aferição
    Velocidade indicada (km/h) 100
    Velocidade real (km/h) 97
    Rotação do motor (rpm) 1.750
    Seu bolso
    Preço (R$) 187.900
    Garantia/assistência 24h (anos) 3 / 1
    Revisões (3) (R$) 1.382
    **Seguro (R$) n/d

    *Dados de fábrica   **TEx/Teleport

    Porta-malas tem capacidade para 420 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha técnica

    Preço: R$ 187.900
    Motor:
    gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, turbo injeção direta, 16V, 1.490 cm³, 76 x 79 mm, 11,4:1, 150 cv a 5.300 rpm, 22,9 kgfm a 1.500 rpm
    Câmbio: automático, CVT, 8 marchas simuladas, tração dianteira
    Direção: elétrica, 11,9 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.) / multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.) / disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/55 R17 (SEL) / 235/50 R18 (Titanium)
    Peso:
    1.602 kg (SEL) / 1.632 kg (Titanium)
    Peso/potência: 10,7/10,9 kg/cv
    Peso/torque: 69,9 / 71,2 kg/kgfm
    Dimensões: comprimento, 458 cm; largura, 193,6 cm; altura, 167,4 cm; entre-eixos, 271,6 cm; vão livre do solo, 21,5; porta-malas, 420 l; tanque de combustível, 52 l

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    (Arte/Quatro Rodas)
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