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Teste: Ford EcoSport Storm ousa na terra com pneu de asfalto

Nova versão topo de linha marca o retorno da versão 4x4 ao modelo, mas agora equipado com câmbio automático

Por Rodrigo Ribeiro
Atualizado em 15 mar 2018, 11h37 - Publicado em 30 jan 2018, 15h57
Apliques escurecidos e grade do radiador exclusiva deram um ar mais agressivo ao modelo (Leo Sposito/Quatro Rodas)

A escolha dos pneus que serão usados em um determinado veículo sempre é delicada. Não é possível aliar capacidade off-road, eficiência energética e conforto em um só composto.

Os pneus de uso misto, feitos para rodar tanto na terra quanto no asfalto, são um bom exemplo desse difícil equilíbrio: eles são a escolha ideal para a maioria dos SUVs 4×4, mas têm menos aderência, geram mais ruído e gastam mais rápido.

Isso ajuda a explicar por que a Ford optou por manter o mesmo Michelin Primacy 205/50 R17 no inédito EcoSport Storm.

O nome batiza o novo EcoSport com tração 4×4. Além do visual exclusivo (e bem chamativo), o modelo tem como maior novidade a oferta do câmbio automático de seis marchas, em substituição à antiga caixa manual de seis usada até então.

Todas as versões terão capa de estepe rígida com o nome Storm grafado (Leo Sposito/Quatro Rodas)

“Queremos posicionar o Storm acima do rival com câmbio manual e abaixo de modelos automáticos mais caros”, explica Adriana Carradori, gerente de marketing da Ford.

Ou seja: por R$ 99.990, deixaram o EcoSport com tração integral acima do Duster 4×4 (R$ 89.290) e abaixo do Mitsubishi ASX 4WD (R$ 119.490). A marca não falou em números, mas esperam um aumento da participação nas vendas da versão 4×4 dentro da gama no EcoSport.

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Apliques na cabine serão sempre em bronze e não acompanham a cor da carroceria (Reprodução/Ford)

Isso ajuda a explicar a opção por manter os pneus da versão Titanium no EcoSport Storm. Por serem voltados para o uso urbano, eles entregam melhor conforto para os ocupantes, em detrimento da capacidade no fora de estrada.

Motor 2.0 com injeção direta de até 176 cv não sofreu alterações (Leo Sposito/Quatro Rodas)

Pode parecer um contrassenso para um carro com mais capacidade off-road, ainda mais considerando que a versão anterior do EcoSport 4×4 usava pneus de uso misto.

Mas, do ponto de vista de mercado, faz sentido – Fiat e VW chegaram a disponibilizar dois tipos diferentes de pneus para a Weekend Adventure e CrossFox.

Na prática, o novo EcoSport Storm 4×4 não tem tanta versatilidade em pisos de terra batida, escorregando com mais facilidade e dando mais trabalho para o ESP e o sistema de tração integral. Mas ele pode lidar melhor com outras aventuras.

Segundo a Ford, estudos indicaram que o maior desejo do consumidor era um visual exclusivo e distinto de outras versões. O ponto de partida foi o conceito Storm, apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014 e inspirado na F-150 Raptor.

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Suspensão independente nas quatro rodas é mais eficiente, mas diferença no dia a dia é pouco perceptível (Leo Sposito/Quatro Rodas)

 

Além das adaptações necessárias para adequar o estilo ao novo EcoSport, outra mudança foi a adição do nome Storm na grade do radiador. A troca ocorreu para valorizar a versão e exigiu trabalho redobrado da equipe de engenharia e estilo.

“Tivemos que fazer diversas alterações para manter o nível adequado de refrigeração do motor”, explica Fabio Sandrin, supervisor de design.

A profusão de adesivos pela carroceria e a tampa de estepe exclusiva cumprem bem o papel de destacar o Storm em meio aos outros modelos, especialmente se for pintado na cor de lançamento Marrom Trancoso.

Porta-malas com parcos 356 litros segue como ponto fraco da atual geração do EcoSport (Leo Sposito/Quatro Rodas)

 

Além do tom exclusivo (e sem custo adicional), o EcoSport Storm será vendido nas cores branca, cinza e preta. Nesta última opção, aliás, grade, rodas e adesivos continuam pretos, eliminando boa parte do impacto visual do novo modelo.

A cabine, para o bem e para o mal, é idêntica à do EcoSport Titanium. Estão lá o prático sistema multimídia SYNC 3, teto solar, ar digital, chave presencial e bancos de couro, mas apliques bronze no painel, portas e costuras diferenciam a versão 4×4.

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Mas o excesso de plástico rígido e peças desalinhadas também se repetem no Storm. Para um carro que custa R$ 99.990, a qualidade do acabamento precisa melhorar bastante.

Grade do radiador com o nome da versão deu trabalho à equipe de engenharia para manter o bom arrefecimento do motor (Leo Sposito/Quatro Rodas)

 

 

A lista de itens de série é idêntica à do Eco Titanium, com ESP, ar-condicionado digital, sistema multimídia, sensor e câmera de ré, rodas de 17 polegadas (exclusivas) e chave presencial. A única ausência foi o alerta de veículos no ponto cego, removido para reduzir o preço final do Storm.

O conjunto mecânico acompanha as mudanças do novo EcoSport, com um 2.0 aspirado com injeção direta e 176 cv aliado a um câmbio automático convencional de seis marchas.

A tração integral e a suspensão traseira independente adicionam mais aderência e controle, sobretudo em situações em que a traseira ameaça escapar. Mas esse tipo de cenário é raro no uso urbano, e poucos motoristas vão notar a diferença.

O que dá para perceber bem é o aumento do consumo. Os 110 kg extras da versão Storm, aliados à maior perda da transmissão integral fizeram com que ele gastasse até 7,6% a mais em nossos testes, mesmo com um diferencial traseiro capaz de ser desacoplado quando não é exigido.

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Foram 9,2 km/l no ciclo urbano e 12,5 km/l no rodoviário contra 9,4 km/l e 13,1 km/l do Titanium 4×2. O Storm foi pior em quase todas as provas de desempenho.

A maior diferença foi no 0 a 100 km/h: 11,7 segundos, 1,5 mais lento. Retomada, frenagem e ruído em movimento também pioraram.

Isso não atrapalhou a dinâmica do novo Eco, cuja direção elétrica recalibrada responde bem e casa com a suspensão macia na medida certa. No final das contas, a escolha dos pneus 100% asfalto não compensou a piora da versão 4×4 e ainda prejudicou justamente sua pegada off-road.

Veredicto

O visual do Storm pode até ser exagerado, mas lhe dá exclusividade. Seus pneus, porém, não são eficientes na terra, justamente onde o 4×4 se destaca.

Ficha técnica – Ford EcoSport Storm 4×4 2.0 A/T

  • Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, injeção direta, 1.999 cm3, 16V, 87,5 x 83,1 mm, 12,0:1, 170 cv (G) / 176 (E) a 6.500 rpm, 20,6 mkgf (G) / 22,5 mkgf (E) a 4.500 rpm
  • Câmbio: automático, 6 marchas, tração integral
  • Suspensão: McPherson (dianteiro), multibraço (traseiro)
  • Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
  • Direção: elétrica, 10,6 m (diâmetro de giro)
  • Rodas e pneus: 205/50 R17
  • Dimensões: comprimento, 426,9 cm; largura, 176,5 cm; altura, 169,3 cm; entre-eixos, 251,9 cm; peso, 1.469 kg; tanque, 52 litros; porta-malas, 356 litros
  • Preço: R$ 99.990

Teste de pista (com gasolina)

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 s
  • Aceleração de 0 a 1.000 m: 33,4 s – 151,9 km/h
  • Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 5,0 s
  • Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 6,4 s
  • Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 8,4 s
  • Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 15,4 / 27,9 / 63,8 m
  • Consumo urbano: 9,3 km/l
  • Consumo rodoviário: 12,5 km/l
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