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Lexus RX 500h: SUV híbrido de R$ 564.990 em nada lembra o ‘primo’ RAV4

SUV troca o motor V6 por um 2.4 turbo combinado a dois motores elétricos e tem pegada de esportivo, com suspensão rígida e esterço traseiro

Por Guilherme Fontana SEGUIR SEGUINDO
26 abr 2023, 10h01

Menos de um ano após sua apresentação global, a quinta geração do Lexus RX, precursor do segmento dos SUVs médios de luxo, chega ao Brasil. Mais do que apenas acrescentar ao portfólio da marca, porém, o RX 500h representa o início de uma fase de recuperação da divisão de luxo da Toyota no mercado brasileiro.

Concorrente de Audi Q5 e Volvo XC60, o Lexus RX 500h desembarca por aqui em versão única, a F-Sport, por R$ 564.990. De acordo com a Lexus, cerca de 150 unidades do SUV serão trazidas e distribuídas entre suas nove concessionárias em operação no país. Além dos tradicionais branco, prata, cinza e preto, ele também terá os chamativos tons azul Olimpio e Bronze

Entre suas principais evoluções em relação à geração anterior, batizada de RX 450h, está o desenho do 500h, que ficou mais limpo e adotou superfícies mais arredondadas. Na dianteira, a enorme grade em formato de ampulheta ganhou uma nova interpretação e tem a parte superior fechada – em uma solução que remete aos Honda mais recentes.

A traseira vai pelo mesmo caminho, com vincos menos pontiagudos e a tampa do porta-malas mais lisa, sem a antiga delimitação do local onde vai a placa. As lanternas de led são a maior diferença, já que agora elas vão de um lado a outro na traseira, em um formato que sugere alguma agressividade visual. O nome Lexus aparece por extenso.

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De lado é possível ver como faróis e lanternas invadem mais a lateral, além das ondulações mais suaves nas portas. A tradicional coluna traseira com um aplique em forma de onda, que abriga a pequena janela espia, continua lá, mas está maior no RX 500h. As rodas têm desenho elegante e discreto, e pintura em preto fosco. Elas são de 21 polegadas, com pneus 235/50.

Diferentemente do que normalmente acontece, o Lexus RX 500h permaneceu com o mesmo comprimento em relação ao modelo anterior, com 4,89 metros. Por outro lado, cresceu em todas as demais dimensões: são 6 cm a mais no entre-eixos (2,85 m), 2,5 cm a mais na largura (1,92 m) e 0,5 cm na altura (1,69 cm). As bitolas também ficaram maiores, com 4,5 cm a mais na traseira e 1,5 cm na dianteira.

Interior esportivo e luxuoso

O interior do RX 500h faz jus ao segmento o qual ele ocupa, com materiais de alta qualidade, emborrachados, além de couro e tecidos de textura macia. Mesmo os plásticos rígidos aplicados em alguns pontos onde se fazem necessários, são superiores aos de marcas generalistas. O couro dos bancos, das portas e do console central pode ser preto ou vermelho.

Os comandos físicos são poucos, limitados aos do volante (estes funcionam também com sensibilidade ao toque) e a funções como sistema de câmeras 360º (com bom campo de visão para perto e longe do carro), estacionamento semiautônomo, autohold e freio de estacionamento eletrônico. A alavanca do câmbio é como um joystick.

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Chama bastante atenção a grande central multimídia de 14 polegadas, pouco menor que a de 15,6 do BYD Tan, mas que, ainda assim, beira o exagero. Os controles do ar-condicionado invadem a tela principal e também têm um gráfico bastante interessante, com um degradê de azul a vermelho, e a temperatura apresentada em destaque.

Ainda na cabine há o quadro de instrumentos de 7 polegadas, com boa qualidade de imagem e riqueza de informações, head-up display, retrovisor digital (que reproduz a imagem de uma câmera traseira), esquema de iluminação indireta em diversos pontos da cabine e sistema de som Mark Levinson com 20 auto-falantes + 1 subwoofer.

Nos equipamentos, além do já dito, há faróis full led adaptativos, frenagem automática de emergência, alerta de tráfego cruzado traseiro, impedimento de abertura de portas caso seja detectado um obstáculo lateral, 7 airbags, abertura elétrica das portas (que funciona por botão, não por maçanetas) e permanência e centralização do veículo na faixa.

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Na acomodação, todos os passageiros vão bem. Na dianteira, os bancos têm abas pronunciadas que seguram bem o corpo em curvas e, na traseira, há espaço para três ocupantes. O banco traseiro tem ainda ajustes elétricos para a inclinação do encosto. Também não falta espaço para as bagagens, com o grande porta-malas (de abertura elétrica) de 612 litros.

Não é apenas um Toyota de luxo

Um dos “achismos” ou preconceitos envolvendo a Lexus é de que os modelos sejam apenas versões mais luxuosas dos Toyota. Não é verdade, a começar pela vitrine de tecnologia e por características mais voltadas ao mercado norte-americano, como acabamentos e dirigibilidade.

Com as duas primeiras características já apresentadas, é chegada a hora de falarmos sobre a última, a dirigibilidade. O RX 500h é um SUV híbrido convencional, ou paralelo, como os Toyota RAV4 e Corolla Cross, ou seja, que não necessita de recarga em fontes externas. Por outro lado, também não é capaz de rodar muito em modo elétrico como os rivais Volvo XC60 e Audi Q5, que são híbridos plug-in.

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Até existem versões híbridas plug-in do RX: não estão totalmente descartadas para o Brasil, mas não estão disponíveis agora.

Por aqui, ele chega sempre com um conjunto formado por um motor 2.4 turbo de quatro cilindros a gasolina, combinado a outros dois elétricos (um dianteiro e um traseiro). Juntos, eles entregam 371 cv de potência e 46 kgfm. O câmbio é automático de seis marchas e a tração é integral.

Com eles, o SUV pode ir de 0 a 100 km/h, segundo a Lexus, em 6,2 segundos, e atingir a velocidade máxima de 210 km/h. São números superiores ao da antiga geração, que tinha um motor 3.5 V6 de 313 cv e 34,2 kgfm, e fazia a aceleração em 8,4 segundos e chegava aos 200 km/h. Ou seja, o downsizing fez bem ao SUV.

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O funcionamento é o mesmo de um híbrido convencional qualquer, como um Corolla Cross. O início dos movimentos é feito pelos motores elétricos. Em seguida, em velocidades de cruzeiro, o RX é movimentado pelo motor elétrico traseiro e pelo motor a combustão (dianteiro). Apenas em aceleração máxima todos os motores trabalharão juntos.

Assim, o SUV, que tem mais de duas toneladas, entrega acelerações fortes sem grandes esforços. Para tentar compensar a ausência do ronco do motor V6, o modelo tem sistema de ronco virtual, com um tom grave emitido pelos alto-falantes da cabine em sintonia com o funcionamento do motor 2.4 turbo – que também pode ser ouvido da cabine, mas, convenhamos, é um quatro-cilindros.

Por se tratar da versão esportiva F-Sport, a mecânica tem ajustes específicos em direção e suspensão. A direção pode oferecer o máximo do conforto, mas também bastante esportividade pela progressividade, ou seja, o peso da direção muda de acordo com a velocidade. São quatro modos de condução: Eco, Sport, Normal e Custom.

Na suspensão, o acerto é mais rígido para aprimorar a estabilidade do RX 500h e torná-lo, novamente, mais esportivo. Por enquanto, o único e breve contato com o SUV aconteceu em um circuito fechado, sem contato com buracos, lombadas, valetas ou asfalto degradado.

Na pista, a boa estabilidade está lá e permite alguns abusos – mas nem tanto, já que ainda estamos falando de um SUV grande, pesado e que não foi feito para as pistas. A carroceria tem pouca rolagem e oscilações. No acesso à pista, com asfalto mais rugoso e com algumas pequenas elevações, foi possível sentir a rigidez da suspensão, que transfere as imperfeições à cabine.

A pegada esportiva e a estabilidade também existem graças a dois outros pontos. O primeiro é o da tração integral, que tem a ajuda do motor elétrico traseiro para gerenciar as demandas do veículo. Esta tração também busca ajudar nos ângulos da carroceria em acelerações, onde o carro tende a levantar a dianteira, e em frenagens, onde o carro tende a baixar a dianteira.

RX F Sport Still 16x9 05 — – (Divulgação/Lexus)

O sistema faz um mapeamento da força aplicada e busca estabelecer um equilíbrio para reduzir o efeito de pêndulo e, assim, melhorar o conforto a bordo. O segundo ponto é o eixo traseiro dinâmico, que esterça até 4º e ajuda de manobras a altas velocidades. Abaixo dos 80 km/h, elas giram em direção oposta às dianteiras. Acima dos 80 km/h, elas giram no mesmo sentido.

Retomada e recuperação

A Lexus classificou o ano de 2023 como o ano da recuperação, já que viu suas venda caírem consideravelmente durante a pandemia. Em 2019, pré-pandemia, cerca de 1.200 modelos foram vendidos no mercado brasileiro – um resultado tido como bom pela marca. O número caiu para 390 em 2022.

Segundo a empresa, um dos fatores para a queda foi a indisponibilidade do NX, seu modelo mais vendido, por aqui. Isso aconteceu pelo desabastecimento global de componentes e que afetou a Lexus.

Agora, para este ano, a expectativa é de que ao menos 1.000 carros sejam vendidos pelas nove concessionárias Lexus presentes no Brasil – o número de lojas poderá aumentar a médio prazo, mas ainda não há nada oficial a respeito. Ainda assim, números tímidos diante da concorrência, mas que a divisão de luxo não parece se importar.

O responsável pela expectativa é novamente o NX, que deverá ter cerca de 500 unidades importadas e vendidas por aqui ainda em 2023. A marca tem expectativa de que a demanda seja até maior que a disponibilidade. Para 2024, a marca aposta no ano da retomada, com resultados ainda mais promissores, e que serão divulgados oportunamente.

Veredicto Quatro Rodas

Mais exclusivo e com mercado mais restrito que os concorrentes, o Lexus RX 500h faria qualquer dono de Audi, BMW ou Mercedes-Benz feliz. Ele tem luxo, tecnologia, espaço e desempenho de sobra – e passa longe de ser apenas um Toyota de luxo.

Ficha Técnica – Lexus RX 500h

Preço: R$ 564.990
Motor: híbrido; gasolina, dianteiro, 4 cilindros, injeção direta; 275 cv e 46 kgfm; motor elétrico dianteiro: 87 cv e 29 kgfm; motor elétrico traseiro: 54 cv e 16,8 kgfm; potência total, 371 cv
Câmbio: automático, 6 marchas; tração integral
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multibraços (tras.)
Freios: a disco
Pneus: 325/50 R21
Dimensões: compr., 489 cm; larg. 192 cm; alt., 169,5 cm; entre-eixos, 285 cm; tanque, 65 l; porta–malas, 612 l
Desempenho: 0 a 100 km/h, 6,2 s; veloc. máx. de 210 km/h (dados de fábrica)