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Novo Range Rover une motor diesel híbrido com conforto de primeira classe

Um dos carros mais luxuosos do mundo, o Range Rover tem preços milionários, mas justifica com muita tecnologia e conforto – especialmente no banco traseiro

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 17 jan 2023, 17h01 - Publicado em 17 jan 2023, 17h01

O declarado fanatismo da rainha Elizabeth II pelos Range Rover não era de se espantar. Afinal, o SUV em sua configuração clássica é, sem dúvida, um dos carros mais luxuosos do mundo. Agora em sua quinta geração, ele perde o sobrenome Vogue, mas ganha ainda mais luxo e tecnologia – e já está disponível no Brasil com preços entre R$ 1.160.650, com motorização híbrida leve a diesel (D350), e R$ 1.604.170, V8 a gasolina (P530).

Para contar como é a convivência com o novo Range Rover, seja você um potencial comprador ou apenas um fã da realeza britânica, testamos a versão First Edition D350, que sai por R$ 1.288.550.

Embora ainda guarde semelhanças com os demais modelos da Land Rover, o Range Rover 2023 estreia um novo patamar de minimalismo no visual. Por fora, o SUV mantém os clássicos faróis retangulares, espichados em direção às laterais e unidos à grade, que é totalmente em preto brilhante. Note como não há cromados nesta versão.

Novo Range Rover une motor diesel híbrido com conforto de primeira classe
SUV tem visual minimalista, mas não deixa de chamar a atenção (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

O perfil de linhas retas e paralelas mantém o aspecto robusto do SUV, reforçado pelas grandes rodas pretas de 23 polegadas. Ainda nas laterais, as maçanetas ficam recolhidas quando as portas estão travadas. O ápice do minimalismo está na traseira, que camufla as luzes em áreas pretas e acaba por dar um certo ar de mistério. As luzes de posição e freio aparecem nas porções verticais e, as de direção (que são dinâmicas), na faixa horizontal mais larga, ao lado do nome do carro.

Maior modelo da Land Rover, o Range Rover é grande e pesado. São 5,05 metros de comprimento e mais de 2,5 toneladas. Com esses números, as versões híbridas leve D350 podem até não entregar um desempenho empolgante como nas P530, mas dão conta do recado.

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Range Rover D350
Lanternas ficam “camufladas” nos acabamentos pretos e só aparecem quando acesas; rodas são de 23 polegadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

O motor 3.0 turbo diesel, com seis cilindros em linha, é auxiliado por um sistema elétrico de 48 V, especialmente para melhorar o consumo. E, aparentemente, dá certo. Em nossos testes, o SUV obteve as boas médias de 10,2 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada. Na aceleração de 0 a 100 km/h, ele levou 7,6 segundos (1,5 a mais que o declarado pela marca). Como comparação, a Land Rover diz que o modelo com motor V8 4.4 a gasolina cumpre a mesma prova em 4,6 segundos. Apesar de programações diferentes, o câmbio de ambas as versões é o mesmo automático de oito marchas da ZF.

Sempre que se fala em carro a diesel, porém, surgem dúvidas quanto ao conforto em relação a vibrações e ruídos. Por aqui, essas preocupações não existem. O Range Rover é, certamente, um dos carros a diesel mais suaves da atualidade – e engana aos desavisados que não sabem qual combustível está sendo queimado debaixo do capô. O ruído só aparece em rotações mais altas e de forma discreta, misturado ao ronco dos seis cilindros. A vibração simplesmente não dá as caras.

Range Rober
Painel possui telas em alta definição, acabamento impecável (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Ainda em movimento, apesar das boas acelerações, o SUV demonstra seu peso e tamanho em outras tarefas. É prudente não abusar em curvas fechadas quando em velocidades mais altas e se atentar a espaços estreitos em estacionamentos ou nas ruas. Em manobras, o modelo faz o que pode para ajudar: além de uma quantidade enorme de câmeras com diversas visualizações em alta definição, o eixo traseiro esterça até 7,3 graus. É uma valiosa (e visualmente estranha) ajuda.

A suspensão pneumática, que tem quatro ajustes diferentes de altura (para acesso, rodagem e duas para off–road), faz com que nos sintamos em um tapete voador em rodovias e bons asfaltos, mas frustra na absorção de irregularidades, como buracos. As pancadas deveriam ser repassadas com mais suavidade aos ocupantes. Por fim, a direção deixa de lado qualquer pretensão esportiva e aposta em um ajuste mais anestesiado, com maior peso, que acompanha o porte do SUV.


OFF-ROAD PESADO

Assim como no exterior, o interior do novo Range Rover aposta no minimalismo. O visual da parte frontal da cabine é limpo e elegante, com montagem impecável e materiais de alta qualidade, como madeira e couro, além de materiais emborrachados. Mesmo apliques de plástico rígido têm qualidade muito acima da média, afinal, é um carro milionário. Duas grandes telas representam o quadro de instrumentos e a central multimídia está logo acima dos comandos do ar-condicionado.

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Range Rover
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

 

Há botões físicos no volante, nas portas e no console. No console central, os comandos são para os modos de condução (que vão do esportivo ao econômico, passando pelos dedicados a situações off-road mais pesadas, habilidades que são questão de honra para a Land Rover), volume do sistema de som Meridian de 32 alto-falantes e a alavanca de câmbio. Outros, porém, ficam na central multimídia, que apesar da alta resolução e do funcionamento rápido, é confusa e tem inúmeros menus e submenus.

Também no console central existem três espaços para objetos, com opções de organizações diferentes e cada um com uma função. Um deles abriga o carregador de celulares por indução, o outro tem cestos para objetos menores e, o terceiro, funciona como uma geladeira, com dois níveis diferentes de resfriamento.

Range Rover
Porta-malas de 1.050 litros, com abertura em dois níveis (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

 

CARRO OU AVIÃO?  Sejamos realistas, porém: dificilmente o comprador de um Range Rover também será o motorista. A marca tanto sabe disso que todas as atenções do SUV se voltam ao espaço traseiro – e, não por acaso, esta apresentação ficou para o final por aqui.

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São até três lugares, mas o central pode ser desconsiderado por ser estreito e desconfortável, e por tomar lugar do console central dedicado aos ocupantes traseiros. Um botão faz com que o encosto central se deite e conceda diversos poderes a quem for em uma das poltronas ali dispostas como em uma classe executiva de uma boa companhia aérea. As poltronas podem ser reclinadas, têm aquecimento/resfriamento (assim como os bancos dianteiros) e zonas exclusivas de ar-condicionado (somando quatro).

À frente delas, telas de 11,4 polegadas podem reproduzir aparelhos conectados pelas entradas HDMI escondidas no console central. O áudio será reproduzido por fones Bluetooth, como um que já vem com o carro. O banco direito tem um privilégio ainda maior: uma função corre o banco do passageiro dianteiro todo para a frente, para liberar espaço e um apoio para as pernas e outro para os pés.

Range Rover
Quem vai atrás dispõe de conforto comparável ao de uma cabine de avião, na classe executiva, com tudo à mão (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

 

Mas os poderes da classe executiva continuam. Nas portas, há outros comandos como para as luzes de leitura, ajustes (e memórias) dos bancos, do som e das cortinas dos vidros laterais. No console central, onde há até um espelho guardado, os ocupantes podem definir a cor da iluminação ambiente da cabine, alterar o ar-condicionado (que tem saídas centrais e no teto), configurar as telas traseiras e abrir ou fechar a persiana do teto panorâmico.

Uma função em especial fica junto aos ajustes dos bancos: a de massagem. Todos os passageiros (exceto o traseiro central) e o motorista podem receber massagem no encosto de seus respectivos bancos. São vários tipos, como pulso duplo, ondas e pedras quentes (este com direito a uma ventilação quente durante os movimentos), com opções de direção ou foco em partes específicas das costas. A intensidade da massagem também pode ser controlada, tudo de forma individual para cada um dos quatro assentos.

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Range Rover
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

 

Pulando mais para o fundo do Range Rover, chegamos ao grande porta-malas de 1.050 litros, que também não é um simples porta-malas. Tudo começa na abertura do compartimento, que tem dois níveis: uma porta que se abre para cima e outra, para baixo.

No Land Rover, porém, tudo é feito de forma eletrônica. Para melhorar o acesso ao fundo do compartimento, é possível deixar apenas a porta superior aberta. Também para facilitar, há comandos para rebatimento elétrico dos bancos (assim, o porta-malas chega a 2.335 litros), retrair a cobertura do compartimento e elevar ou rebaixar a suspensão das rodas traseiras.

No porta-malas está ainda guardado o estepe, que, na prática, é uma quinta roda, idêntica às demais. Caso um dos pneus fure, entretanto, a missão é difícil: há certa complicação para retirar parte do assoalho que cobre o pneu. E lembre-se que se trata de uma pesada roda de 23 polegadas.

Range Rover
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

 

O Range Rover faz jus ao preço milionário. Mesmo que seu comprador viaje nos bancos traseiros, o modelo retribui o investimento com o máximo de luxo, conforto e tecnologia para que as viagens de todos os ocupantes seja o mais agradável possível.

A rainha Elizabeth, que sempre prestigiou os produtos de seu país, como se fosse uma embaixadora das marcas, com certeza aprovaria este novo Land Rover. 

Veredicto – Range Rover D350 First Edition

Apesar de se dedicar a quem viaja atrás, o novo Range Rover oferece tecnologia, luxo e muito conforto a todos os ocupantes.

Ficha Técnica – Range Rover D350 First Edition

Motor: diesel, diant., long., 6 cil. em linha, turbo, 24V, 2.997 cm³, injeção direta, 350 cv a 4.000 rpm, 71,4 kgfm a 1.500 rpm; sistema elétrico 48 V (híbrido leve)
Câmbio: automático, 8 marchas, tração integral
Suspensão: pneumática, duplo A (dianteira), multilink (traseira)

Direção: elétrica
Freios: disco ventilado (diant. e tras.)
Pneus: 285/40 R23
Dimensões: comprimento, 505,2 cm; largura, 220,9 cm; altura, 187 cm; entre-eixos, 299,7 cm; tanque, 80 litros; porta-malas, 1.050 litros; peso, 2.505 kg; altura do solo, 29,5 cm, profundidade máxima, 90 cm

Teste – Range Rover D350 First Edition

Aceleração
0 a 100 km/h: 7,6 s
0 a 1.000 m: 28ss – 191,82 km/h
Velocidade máxima : 234 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 3,2 s
D 60 a 100 km/h: 4 s
D 80 a 120 km/h: 5 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 15,7/28/63,8 m
Consumo
Urbano: 10,2 km/l
Rodoviário: 13,5 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 40,6/59,1 dBA
80/120 km/h: 61,6/67,3 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: 1.400 rpm
Volante: 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 1.288.550
Garantia: 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 25,5 °C; umid. relat., 59%; press., 1.013 kPa

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