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Kawasaki Ninja 650

Uma Ninja com pinta de esportiva, mas que é boa mesmo para uso urbano e pequenas incursões pelas estradas

Por Ismael Baubeta | Fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 12h04 - Publicado em 19 set 2012, 14h20
Kawasaki Ninja 650

A Kawasaki foi a última das japonesas a aportar no florescente mercado brasileiro, depois de patinar com representantes diversos. Agora, disposta a conquistar uma fatia do mercado de motos grandes, renova seus modelos brasileiros ao mesmo ritmo dos mercados externos.

A nova ciclística que bafejou a ER-6n, também já apresentada, acaba de chegar a esta versão carenada, mais esportiva. A Ninja 650 também foi totalmente modificada. O novo chassi permitiu algum emagrecimento, afinando a linha da cintura. Agora o banco é mais estreito e, apesar de mais alto (2 cm) que o da versão anterior, facilita o apoio dos pés no chão.

O chassi de dupla trave tubular fica escondido na Ninja 650. Na irmã naked ER-6n, fica exposto. Tanta roupa, por outro lado, impõe inspiração esportiva. Ela traz novos faróis alongados ao estilo “bad boy” e mais vincos e recortes nas laterais da carenagem. Bem úteis, pois, além de facilitar a passagem do ar e a refrigeração do motor, deixam o aspecto agressivo. O tanque vulcão agora abriga a chave do contato. Não fosse o guidão montado sobre a mesa superior, a Ninja 650 facilmente se confundiria com uma esportiva. O painel foi reduzido e, mesmo minimalista, é completo. Traz na parte superior o conta-giros analógico em forma de semicírculo com fundo preto. Abaixo dele há um mostrador digital retangular com computador de bordo, que marca consumo instantâneo, médio e autonomia restante. O painel, como na ER-6n e na ZX-14R, tem o indicador Eco, que aparece em uma tocada suave, indicando baixo consumo. Ao contrário dos demais itens, não é exatamente igual ao da versão naked ER-6n.

A ergonomia é boa e a posição de pilotagem favorece a maneabilidade tanto na posição normal (relaxada) como com o corpo escondido atrás da bolha – que ganhou três regulagens de altura por meio de parafusos. As pedaleiras são mais recuadas que na versão street, mas não chegam a comprometer o conforto. A ressalva vai para o banco, que, por ser inclinado à frente, obriga a um reposicionamento dos glúteos para trás, a fim de evitar que a zona “mais sensível” do corpo masculino fique seriamente espremida contra o tanque.

Os 211 kg da versão com ABS testada – são 209 sem o sistema – parecem menos, tal a agilidade e leveza com que se pode inclinar e mudar de trajetória com a moto. Está claro que o motor de dois cilindros paralelos, duplo comando, oito válvulas e refrigeração líquida não tem aquela pegada dos quatro-em-linha e fala mais baixo, mas tem seu vigor – e a partir dos 5 000 giros empolga, com ruído estimulante. São 72,1 cv a 8 500 rpm, com torque de 6,5 mkgf a 7 000 rpm. Exatamente o mesmo que a ER-6n, números suficientes para levá-la de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos. Houve melhora nas medições da Ninja 650 em relação à ER-6n, parcialmente explicada pela carenagem, já que as relações primária e secundária são idênticas e o peso é quase igual: são só 5 kg a menos na ER-6n.


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As demais assinaturas do projeto estão à mostra, caso do amortecedor na lateral direita e da balança tubular. Ela sobe do eixo em direção ao amortecedor, em curva. O escape posicionado sob o motor também é característico, só ganhou novo formato e câmara de expansão interna.

As suspensões carecem de regulagens. Só é possível ajustar a pré-carga da mola traseira. Mesmo assim, têm maciez suficiente para rodar com conforto pelo tráfego urbano e rigidez satisfatória para uma tocada mais intensa em estradas sinuosas.

Peleja braba

O sistema de freios é bem dimensionado. Os dois discos de 300 mm com pinças de dois pistões e ABS funcionam bem e têm ótimo tato. O disco traseiro de 220 mm de pistão único também é preciso e oferece ajuda na tarefa de frear. A versão sem ABS exige delicadeza para não deixar a roda bloquear.

O segmento é uma peleja braba entre a Ninja 650 (27 990 reais a versão standard e 29 990 a com ABS), bicilíndrica, e as quatro-cilindros Yamaha XJ6 F (28 990 reais) e Suzuki GSX 650F (29 990 reais). Só a Kawasaki oferece o sistema ABS – assim como a Honda CBR 600F, que por sua vez é a única que, além do equipamento, tem um motor que chega na casa dos três dígitos na cavalaria (102 cv) e chassi de alumínio. A Honda também é a mais cara: 32 500 reais, que sobem a 35 500 com o sistema C-ABS.

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TOCADA

Muito fácil para direcionar e mudar de trajetória. As suspensões são macias e não transferem impactos ao motociclista.

★★★★

DIA A DIA

Aceita tranquilamente a tarefa. Passa
bem pelo corredor entre os carros e ainda tem ótima maneabilidade
e conforto.

★★★★

ESTILO

A agressividade visual chama atenção e suas linhas são modernas. Amortecedor e balança em evidência são a marca registrada do modelo.

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★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O motor só começa a ficar esperto
aos 5000 giros.
O câmbio é preciso e bastante macio.

★★★

SEGURANÇA

Os freios são potentes, têm ótima progressividade. OauxíliodoABSea boa ciclística garantem a segurança.

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★★★★

MERCADO

Segundo a Fenabrave, a Ninja 650 ocupa
a sétima colocação geral em emplacamentos em seu segmento. É superada por Honda CBR 600F e Yamaha XJ6 F.

★★★

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