A Troller acabou se rendendo ao câmbio automático. Logo ele: um jipe raiz.
A nova versão TX4, que chega agora às lojas, vem equipada com câmbio automático de seis marchas com três modos de uso: Drive, Sport e Manual.
E não é só isso: a TX4 traz também diferencial traseiro blocante com acionamento elétrico.
Esses dois equipamentos são recursos que os jipeiros olham com desconfiança (no caso do diferencial, pelo fato de o acionamento ser elétrico).
Mas, de acordo com a Ford, dona da marca brasileira, esse sentimento não deve durar muito porque o Troller TX4 tem maior capacidade off-road que seu irmão T4.
E capacidade off-road é tudo o que um aventureiro raiz quer. Mesmo os mais conservadores.
Com esse lançamento, a Troller passa a oferecer dois modelos em sua linha: o T4, que custa R$ 140.900, e o TX4 que chega por R$ 167.570.
Segundo a Ford, o câmbio automático era um pedido antigo de donos de Troller e pessoas interessadas em ter um.
O conjunto mecânico do TX4 veio da picape Ranger. O motor é o 3.2 turbodiesel Duratorq de cinco cilindros, que já equipa o Troller T4 e também as versões de topo da picape Ranger.
Ele tem 20 válvulas, turbo e intercooler, gerando 200 cv de potência e 47,9 kgfm de torque. A transmissão também vem da Ranger, mas com um mapeamento eletrônico específico para o jipe.
“Tivemos que adequar o momento das trocas para o tipo de uso específico do Troller, que é feito para enfrentar areia, cascalho, lama, erosão e água”, diz o diretor de transformação da empresa, Rafael Marzo.
No modo Drive, o câmbio faz trocas em rotação normal; no Sport, as mudanças ocorrem em regime mais elevado; no Manual, é o motorista quem controla as marchas, com acionamento na alavanca.
A tração 4×4 tem três modos de operação: 4×2, 4×4 e 4×4 reduzida, com seleção eletrônica por meio de um botão no console.
Nós dirigimos o TX4 no test-drive de apresentação do carro, realizado no Campo de Provas da Ford, na cidade de Tatuí (SP), passando pelos diferentes tipos de piso. E aprovamos as novidades.
No trecho conhecido como caixa de ovos, quando duas das rodas do jipe perdem contato com o piso, não tivemos dificuldade de arrancar graças ao diferencial blocante.
Na parte de areia, o câmbio manteve a rotação sem trocar de marchas, como deve ser. Na terra batida, as trocas eram suaves, enquanto o carro acelerava progressivamente.
Na lama, foi a vez dos pneus, que também são novos na versão TX4, mostrarem serviço. E eles, que têm construção tipo 80% off-road e 20% on, não negaram fogo.
A dúvida que surgiu em relação aos pneus foi sobre seu comportamento nas ruas e estradas. A impressão era de que aqueles blocos de borracha batendo no asfalto seriam fonte de ruído e também de vibração no volante.
Mas, quando rodamos nas pistas asfaltadas do campo de provas, não verificamos nem uma coisa nem outra. A impressão foi de que o TX4 roda com mais suavidade que seu irmão T4, no asfalto.
Além das mudanças técnicas, o TX4 traz novos equipamentos como para-choque mais robusto, estribo vazado, snorkel, faróis com acionamento automático e auxiliares led, de série.
O TX4 também se diferencia no visual. Por fora, a carroceria tem três opções de cor, Marrom Trancoso (igual ao modelo das fotos), Verde Margogi e Prata Geada, sempre com a grade, capô, teto e para-choques na cor Azul Naval.
Completam a lista de equipamentos teto solar duplo (fixo), bagageiro no teto, central multimídia (compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay) e ar-condicionado dual zone.
Para atender a legislação, o Troller incorporou também cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, incluindo que viaja na posição central traseira, e suporte Isofix para cadeirinhas de bebê.
E como a lei não obriga airbags para veículos classificados como fora-de-estrada, o Troller sai sem esse tipo de equipamento.