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Impressões: o destino incerto do Volkswagen Fox Track

A versão aventureira mais barata destaca os atrativos do Fox – mas também denuncia que a idade chegou para o hatch

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 jun 2017, 15h03 - Publicado em 20 jun 2017, 14h57
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  • Versão Track traz molduras plásticas mais discretas que o CrossFox
    Versão Track traz molduras plásticas mais discretas que o CrossFox (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Fox não anda recebendo muita atenção da Volkswagen, mas a sobrevida dele está garantida – no lançamento do novo Polo na Europa, a VW brasileira afirmou que ele não sairá de linha. Há inclusive a informação apurada por QUATRO RODAS de que o modelo irá sofrer um facelift no próximo ano.

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    Desde seu lançamento, em 2003, o Fox passou por algumas leves reestilizações e uma melhora gradual em seu refinamento para ocupar o espaço deixado justamente pelo antigo Polo. O futuro agora parece mais incerto – o modelo já deixou de ser vendido na Europa, e no Brasil terá de ser encaixado num pequeno segmento de mercado entre o Up! e o novo Polo.

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    Enquanto as novidades não se confirmam, a linha 2018 do compacto acaba de chegar às lojas com novos equipamentos – mas menos versões. Convocamos a configuração aventureira mais barata (menos cara?), a Track, que agora parte de R$ 52.150 (R$ 3.660 a mais em relação à linha 2017). O preço subiu, mas a lista de equipamentos também cresceu.

    Posicionada entre as configurações Trendline e Comfortline, a Track vem de série com ar-condicionado, direção elétrica, faróis e lanterna de neblina, vidros e travas elétricas, sensor de estacionamento traseiro, função tilt down no retrovisor esquerdo e sistema de som com rádio AM/FM, Bluetooth e entradas para USB, AUX e SD-card. 

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    Como opcionais, a marca oferece sensor de estacionamento dianteiro, central multimídia com tela colorida sensível ao toque (com opção de GPS e App-Connect), câmera de ré, sensores crepuscular e de chuva e retrovisor interno eletrocrômico – todos os itens presentes na unidade das imagens.

    Por dentro, ele cumpre a obrigação de transmitir uma sensação de maior qualidade em relação ao Gol e Up!. Mesmo na versão Track, a segunda mais barata da linha, o acabamento demonstra cuidado nos encaixes, além da boa aparência dos materiais (apesar das superfícies rígidas). Os bancos, sempre de tecido, são confortáveis e oferecem boa aderência ao corpo.

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    Central multimídia é opcional; construção tem boa qualidade
    Central multimídia é opcional; construção tem boa qualidade (divulgação/Volkswagen)

    Outro diferencial sobre os hatches mais baratos da VW é a cabine espaçosa. Os ocupantes ficam confortáveis tanto nos bancos da frente quanto nos de trás. O teto elevado, típico de uma minivan, permite que pessoas mais altas, com cerca de 1,90 m, possam conviver tranquilamente com o modelo – são vários os casos de motoristas com este biotipo que permanecem fiéis ao modelo.

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    Entretanto, ele peca no porta-malas: são apenas 270 litros, contra 281 do Fiesta, 285 do Peugeot 208 e 300 do Citroën C3. Até o Up! ganha do irmão maior, com 285 l.

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    Se por dentro o Fox ainda rende elogios, por fora ele já apresenta sinais do tempo, mesmo com as três leves reestilizações durante seus 14 anos de vida. A carroceria é basicamente a mesma, com exceção de faróis, lanternas e alguns vincos nas portas e no porta-malas – a última atualização foi feita em 2014.

    Tudo puramente estético para disfarçar a idade. Na versão avaliada, as molduras plásticas nos para-choques e nos para-lamas dão ares mais robustos, assim como as barras longitudinais no teto. Rodas de 15 polegadas são de série.

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    Na era tricilíndrica

    O Fox foi o primeiro VW a entrar para a era tricilíndrica, em 2013. No caso do Track, o motor é sempre o 1.0 de três cilindros aspirado com 82/75 cv a 6.250 rpm e 10,4/9,7 mkgf a 3.000 rpm, com câmbio manual de cinco marchas. 

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    A configuração turbo do Up! TSI seria bem vinda, mas essa estratégia não está nos planos da Volks. Com a chegada do Polo, é possível inclusive imaginar que a marca tire o foco das versões sofisticadas do Fox com motor 1.6, abrindo espaço para as configurações mais simples do novo hatch.

    De qualquer forma, o 1.0 aspirado é suficiente no dia a dia e garante bom desempenho aos 1.068 kg do Fox, com acelerações e retomadas que não exigem tanto esforço como no antigo 1.0 de quatro cilindros.

    Nos testes de QUATRO RODAS, com gasolina, o Fox 1.0 costuma registrar tempos de aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 15,5 s – um pouco mais rápido que a média dos populares do nosso mercado. O único porém fica para o câmbio, que apesar dos engates curtos e precisos típicos da marca, poderia ter uma marcha a mais para reduzir o giro do motor em velocidades mais elevadas.

    Altura elevada em relação ao solo tem prós e contras
    Altura elevada em relação ao solo tem prós e contras (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Tanto ao volante como para os passageiros, a principal característica do Fox continua sendo a altura, seja do teto ou em relação ao solo. A primeira, como já dito, permite que pessoas mais altas viajem com conforto. A segunda torna a convivência diária mais confortável em nosso asfalto lunar, com melhor absorção das imperfeições do solo pelo ajuste macio e transposição de lombadas e valetas sem medo de que o carro raspe.

    Entretanto, as vantagens tornam-se contras em algumas situações, principalmente em velocidades mais elevadas, a partir de 100 km/h. A grande área lateral sofre pela incidência de ventos, prejudicando a estabilidade do hatch, já com tendência de ter a dianteira flutuante.

    Em curvas, a inclinação da carroceria fica mais latente que em modelos mais baixos, como o Gol – lembrando que o Fox Track não tem ESP (controle de estabilidade) nem como opcional. Tudo isso acaba afetando a sensação de segurança em velocidades mais altas.

    Perdido no mercado

    Apesar dos números de venda ainda respeitáveis (é o 13º carro mais emplacado no acumulado de 2017, atrás apenas do Gol dentro da linha VW), o Fox vive uma situação complicada frente à concorrência. Por R$ 52.150, a versão Track tem preço equivalente ao de modelos com motorização superior, como o Ford Ka Trail 1.5, que parte de R$ 52.490.

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    Na linha Onix, o VW se aproxima do Onix LT 1.4, que começa em R$ 50.790. No portfólio da Hyundai, o HB20 mais próximo é o Comfort Plus 1.6, por R$ 52.380 iniciais. Todos eles oferecem vantagens no desempenho e, para quem roda mais em estradas, até mesmo consumo menor.

    Na linha Fiat, Uno e Argo têm versões com preços próximos ao Fox Track: Uno Sporting 1.3 (R$ 51.080) e Argo Drive 1.3 (53.900). Até dentro de casa ele tem concorrência: o Cross Up!, sempre com motor 1.0 TSI, parte de R$ 55.600 com bom nível de equipamentos, mecânica superior, mas menos espaço interno – com exceção do porta-malas, 15 litros maior.

    Veredicto

    Dois fatores prejudicam o Fox em uma análise de compra racional: a idade do projeto e o preço alto. Mas o espaço para os ocupantes ainda é um dos melhores do segmento, e a qualidade de construção continua agradando. Se estivesse disponível, o motor 1.0 TSI tornaria o pacote bem mais interessante. Com a chegada do Polo, porém, é provável que o Fox lentamente caia nas sombras do mercado.

    Ficha Técnica – VW Fox Track 1.0 MPI

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