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Honda NC 700X

Ela chega com atributos de empolgar e preço duro de pagar

Por Edu Zampieri | Fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 12h05 - Publicado em 9 out 2012, 16h53
Marco de Bari

Estrela da capa da nossa edição 627 (de fevereiro de 2012), a Honda NC 700X que avaliamos na Europa mostrava armas para neutralizar a concorrência no momento em que chegasse ao mercado brasileiro. Ao menos por lá, especialmente diante da crise do euro, a proposta do novo conceito da Honda veio muito bem a calhar: boa, bonita e barata. A ideia também foi oferecer uma moto para um continente em crise financeira, em que cada centavo conta.

Com um peculiar quadro tubular de aço, balança da suspensão também de aço, uma estética à prova de críticas e utilizando componentes da linha de automóveis da marca, a NC 700X custa por lá bem menos que suas rivais de quatro cilindros – o que é absolutamente natural – e mostra boas características de versatilidade e economia.

Na Europa, a NC já nasceu vencedora. Para nossa alegria, em menos de seis meses ela aterrissa no Brasil, já montada em Manaus. Mas infelizmente não trouxe a proposta completa. Continua bonita e satisfatória, mas o preço… Quanta diferença.

Como a Honda Brasil surpreendeu positivamente com os preços da CB 1000R e da CBR 600F em 2011, era razoável esperar que para 2012 ela seguisse na mesma balada. Em nossa expectativa, nada mais justo e provável que a NC 700X – que custa 6 700 euros na Europa – chegasse por aqui em um patamar abaixo dos 25000 reais. Para nossa surpresa, a versão standard, sem seguro e sem frete, custa 27 490 reais – com C-ABS, sobe para 29 990 reais. A explicação da fábrica foi a valorização do dólar, já que a moto é inteiramente originária do Japão – não há por agora a opção de aplicar componentes nacionais por se tratar de um modelo recém-lançado no exterior.

Economia

A nova Honda tem design moderno e atraente, ainda mais na versão branca. Da dianteira para a traseira, chamam atenção as linhas pontiagudas que começam na semicarenagem do farol e terminam na rabeta fininha que sustenta a lanterna e o suporte de placa.

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A altura do banco favorece a vida dos mais baixinhos e o guidão, alto, deixa os braços bem relaxados e as costas eretas. O que aparenta ser um enorme tanque de gasolina entre as pernas é, na verdade, um generoso compartimento, suficiente para abrigar um capacete integral. Esse grande espaço, com design externo muito bem resolvido, talvez seja o único indício de que estamos pilotando uma 700 cc. O segredo do projeto é o quadro: ele tem as vigas mestras bem baixas, permitindo boa distribuição de pesos e também de volumes, criando espaços inéditos.

A NC 700X tem como concorrente direta a Kawasaki Versys City ABS, também de motor de dois cilindros paralelos, 650 cc, refrigerada a água, com quadro tubular de aço e design crossover entre supermoto e street. Em relação a essa concorrente direta, pelo menos, o preço da nova Honda é competitivo: a Versys com ABS custa 32 000 reais, cerca de 2 000 reais a mais que a NC 700X com o equipamento.

Seu motor bicilíndrico, SOHC, rende apenas 52,5 cv a 6250 rpm (o 650 de mesma arquitetura da Versys City chega a 64 cv a 8000 rpm) e foi projetado para oferecer economia e torque abundante em baixos e médios regimes, ou seja, para atender aqueles que utilizam a motocicleta na cidade e quase nunca ultrapassam os 120 km/h. Compartilhando os mesmos pistões do Honda Fit 1.4 e alimentado por corpo único de injeção de combustível, é um motor que vibra muito pouco, extremamente silencioso e que marcou na cidade o consumo de 30 km/l. No jeito esportivo de pilotar, acelerando forte, sempre até o limite de rotações, não passou de 23 km/l. Numa tocada econômica, em sexta marcha, a 100 km/h, ultrapassou os 40 km/l. O tanque, localizado embaixo do banco, tem capacidade para 14,1 litros, o que pode representar uma viagem de 400 km sem parar para abastecer.

Quem estiver procurando alto desempenho e tocada agressiva vai se decepcionar, mas quem procura equilíbrio, segurança, confiabilidade, economia e até versatilidade vai amar. É uma moto extremamente silenciosa, com câmbio macio, que freia com maestria e não cansa o piloto mesmo depois de centenas de quilômetros. Sim, um limitador corta a ignição aos 6500 rpm, mas basta trocar as marchas antes, um pouco mais rápido que em um motor de alto desempenho (o da CB 600F Hornet, por exemplo), que ela também mostra suas garras.

A pequena bolha para-brisa é insuficiente para desviar o vento do peito e o painel todo digital é completo e tem excelente visibilidade. A moto testada estava equipada com C-ABS. Esse sistema, juntamente com os bons pneus esportivos de 17 polegadas, é mais que suficiente no momento de parar. É uma Honda, com certeza. Logo nos primeiros metros, parece que é sua moto de muitos anos. O visual é moderno e o conforto é exemplar. Dentro da cidade oferece agilidade de sobra e na estrada vai suave aos 120 km/h. Ela pode atingir 180 km/h, mas a Honda disponibiliza produtos melhores para essa tarefa.

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A NC 700X é eficiente, equilibrada e segura. O único ponto negativo fica para a lacuna da linha Honda, que ela não completou por causa do preço. Ainda falta no Brasil uma moto média que se encaixe – ao menos no valor – entre a CB 300R (11690 reais) e a CB 600F Hornet (30800 reais). A ressuscitada Falcon tenta alçar esse degrau.

Os recentes lançamentos de motos bicilíndricas com preço e status de quatro cilindros preocupa. Será estratégia das fábricas aumentar a margem de lucro unitária, substituindo com motos mais simples a oferta de produtos tecnicamente mais complexos – ou encarecê-los gradualmente? Tomara que não. O baixo consumo e a versatilidade do porta-capacete são bons atributos da NC 700X, mas insuficientes para neutralizar o susto do preço.

TOCADA

Fácil e segura de pilotar. Extremamente confortável, freia
e faz curvas sem exigir força ou habilidade extra.

★★★

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DIA A DIA

Moto para um
montão de finalidades. Boa para ir à academia, faculdade, ao clube, dentista, trabalhar, viajar, namorar…

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★★★★

ESTILO

Crossover. Não é trail, não é motard, não
é touring nem naked. Coloque tudo isso na mesma receita e adicione um excelente grau de acabamento, com soluções práticas de compartimentos.

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO


Não é um motor potente, mas é silencioso e econômico. O câmbio automatizado, que viria muito bem
a calhar com a proposta, não será
nem opcional no Brasil.

★★★

SEGURANÇA

Com a excelente posição de pilotagem
e o equilíbrio geral,
a NC tem freios de sobra. O C-ABS está muito bem acertado, de modo a não influenciar no estilo de pilotagem.

★★★★★

MERCADO

A ideia conceitual da NC é excelente, mas o preço salgado pode atrapalhar
seu sucesso.

★★

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