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Fiat Strada Adventure 1.8 16V CD

A linha 2014 chega com o melhor custo-benefício, novo visual e a útil terceira porta

Por Paulo Campo Grande | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 23h36 - Publicado em 10 dez 2013, 00h35
testes

Manter a liderança entre as picapes leves é questão de honra para a Fiat. A marca criou o segmento no Brasil, com a 147 Pick-up, em 1978, e de lá para cá só perdeu a dianteira duas vezes (para Ford Pampa e VW Saveiro, nos anos 90), ocasiões lembradas com pesar pelos executivos da fábrica. Por isso, desde que retomou a ponta, em 2000, com a Strada lançada dois anos antes, a Fiat não para de aperfeiçoar sua picape, para manter a concorrência a distância.

Para 2014, a Strada ganhou retoques no visual, equipamentos (além do duplo airbag e dos freios ABS, que se tornaram obrigatórios para os novos modelos) e, como principal inovação, as versões de cabine dupla passaram a ter três portas. A melhor notícia para o consumidor, porém, está nos preços, que ficaram relativamente mais baixos.

A versão de entrada Working 1.4 CS 2014 tem preço básico de 33 750 reais, com um aumento de 1 230 reais em relação à versão correspondente da linha 2013. Mas, segundo a Fiat, se o consumidor pagasse integralmente pelos itens adicionados na linha 2014 (duplo airbag e ABS), o preço subiria para 34 320, uma vez que esses equipamentos saíam por 1 800 reais quando oferecidos como opcional. A queda do preço, portanto, foi de 570 reais. A redução varia de acordo com a versão: a maior é de 2 150 reais, para a picape Trekking, de acordo com a fábrica.

Comparando com as concorrentes, o preço da Strada Working básica fica em um patamar intermediário, entre Chevrolet Montana LS 1.4, oferecida por 32 390 reais, e VW Saveiro CS 1.6, por 33 940 reais. A Montana é uma unidade 2014 e já traz duplo airbag e ABS de série. Mas a Saveiro à venda na rede VW ainda é modelo 2013, que tem os equipamentos de segurança opcionais ao custo de 1 011 reais. Nesse caso, o preço da picape vai para 34 951 reais.

Esse tipo de estratégia da Fiat é mais fácil de fazer em um carro como a Strada, que já teve boa parte do investimento inicial no projeto abatida. Apesar da evolução evidente, entre a versão que estreou em 1998 e a atual, a Strada ainda é a mesma na essência e as melhorias, que ocorreram ao longo dos anos, também tiveram seu tempo de amortização. A redução dos preços, porém, é sempre bem-vinda.

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Na linha 2014, a Strada terá seis configurações: Working 1.4 cabine simples, estendida e dupla, Trekking 1.6 16V cabine dupla e Adventure 1.8 cabine estendida e dupla. A unidade mostrada aqui é a top de linha Adventure 1.8 16V CD, que incorpora a maioria da mudanças da família.

A maior novidade da linha é a inclusão da terceira porta, de série, nas versões de cabine dupla. Essa entrada adicional é do tipo que se convencionou chamar de porta suicida, uma vez que se abre para trás, a favor do fluxo de ar, o que facilitaria a ação dos que desejam atentar contra a própria vida – embora não existam registros na história de que esse comportamento configure uma modalidade comum de suicídio. A Strada, aliás, frustra o ato, uma vez que a terceira porta é estrutural, ou seja, faz as vezes de batente para a porta dianteira e só se abre se a outra estiver aberta. Sua maçaneta pode ser acionada tanto pelo lado interno quanto pelo externo, mas fica embutida na parte de dentro do batente.

A nova porta é uma solução para facilitar o acesso ao banco de trás, aumentando a área de entrada de 0,5 para 1 m². Mas o espaço da cabine não mudou. A Strada poderia ser definida como um 2+2, designação aplicada a esportivos como o Chevrolet Camaro, testado nesta edição (na pág. 86), em que a segunda fila de bancos é quase decorativa: leva duas crianças ou a bagagem de mão do motorista e acompanhante. Com boa vontade, um adulto consegue se acomodar atrás, mas o espaço é meio claustrofóbico para uma viagem longa, sensação que o cinto de segurança só faz aumentar – embora o cinto seja mais do que necessário (além de obrigatório) nessa posição, uma vez que não há espaço para o corpo desacelerar em uma frenagem.

Com a autoridade de quem já teve três picapes compactas, acho que a terceira porta teria mais serventia para facilitar a carga e a descarga das compras do supermercado, que costumo distribuir pelo piso, atrás dos bancos dianteiros e também no lado do passageiro (para não deixar a mercadoria solta na caçamba). Para esse fim, apreciaria mais a terceira porta do lado do motorista: assim, eu não precisaria dar a volta no carro para desembarcar as compras, na segurança da minha garagem. Mas, pensando nos passageiros, a Fiat está certa em deixá-la do lado direito, que é o de embarque e desembarque.

A Strada ganhou também novo visual. A dianteira da Adventure não mudou porque acabou de ser retocada na linha 2013, mas a lateral foi inteiramente retrabalhada. Além de novos vincos, a linha de cintura ficou mais alta e, na altura do para-lama traseiro, há um ressalto que ensaia uma caçamba flareside (mais larga em volta da roda, como da americana Ford Ranger Splash, vendida no Brasil nos anos 90). A caçamba ficou 8 cm mais alta, o que serviu para aumentar sua capacidade: na cabine dupla, o espaço subiu de 580 para 680 litros.

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Internamente, as alterações se resumem a cores, texturas e grafismo. Entre os equipamentos, Trekking e Adventure agora vêm com abertura elétrica da tampa de combustível. Alguns itens mostrados aqui (como capota marítima) e outros que não equipavam a versão fotografada (como câmbio Dualogic) são opcionais. Mas a picape estreia uma coleção de acessórios desenvolvidos pela Mopar, empresa do grupo Fiat/Chrysler. Além de central multimídia (na página ao lado, no console), há um extensor de caçamba (acima) que, além de servir de rampa de acesso, permite ao motorista ampliar o espaço de carga, com a abertura da tampa traseira. O extensor é útil e seu uso não infringe a leis, porque ele tem luzes de sinalização e suporte para a segunda placa.

Este ano, a Strada está liderando o mercado de picapes com 51% das vendas. Em segundo vem a VW Saveiro, com 28,5% de participação, e em terceiro, a Chevrolet Montana, com 18,4%.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

A Strada tem comportamento de automóvel, com direção leve, suspensão macia e freios rápidos.

★★★★

MOTOR E CÂMBIO

No asfalto, falta desempenho, mas a picape se vira bem nas trilhas se tiver o diferencial Locker, que é opcional.

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★★★☆

CARROCERIA

O face-lift não foi profundo o bastante para rejuvenescer a picape.

★★★

VIDA A BORDO

O espaço no banco traseiro é pequeno, mas a terceira porta facilita bem a vida dos usuários.

★★★★

SEGURANÇA

Além de duplo airbag e ABS, obrigatórios, tem assentos antimergulho e faróis auxiliares.

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★★★☆

SEU BOLSO

A Fiat repassou apenas parte do preço de tabela dos equipamentos incorporados e melhorou a relação custo-benefício.

★★★★

OS RIVAIS VW Saveiro 1.6

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A segunda picape mais vendida do mercado este ano custa 49 640 reais na versão Cross.

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Chevrolet Montana 1.4

649_strada_12.jpeg

Terceira no ranking de vendas do segmento, segundo a Fenabrave. Sai por 41990 reais, na configuração Sport.

VEREDICTO

A Strada ficou mais bonita e funcional, com a inclusão da terceira porta. Mas o mais interessante foi a melhoria da relação custo-benefício, uma vez que a picape ganhou mais conteúdo sem o equivalente aumento de preço.

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