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Ferrari Roma: dirigimos um legítimo Gran Turismo com V8 de 620 cv

Feita para o dia a dia, com espaço, conforto e comportamento tornado dócil, a GT não decepciona quando o motorista decide pisar fundo

Por Paulo Campo Grande, de Maranello (Itália)
Atualizado em 3 abr 2024, 14h48 - Publicado em 27 dez 2022, 11h53

Quando Ferrari, McLaren, Porsche classificam um carro como GT (Gran Turismo), querem dizer que aquele modelo é mais confortável, espaçoso e luxuoso que outros esportivos de suas linhas, mas sem abrir mão das características genéticas mais viscerais dessas marcas. A Ferrari Roma não foge à regra.

 

Eu já sabia disso quando a Ferrari convidou QUATRO RODAS para dirigir a Roma, na Itália. Mas uma coisa é saber, a outra é provar o que isso significa na prática.

Saí da fábrica da Ferrari, em Maranello, pela famosa portaria da Via Abetone Inferiore, número 4, ao volante da Roma com o manettino (seletor de modos de condução) na posição Comfort. Há cinco opções: Wet, Comfort, Sport, Race, ESC-Off, do mais ao menos vigiado pelos controles eletrônicos. O Wet, feito para ser usado em pisos molhados ou com neve, é o mais restrito. O ESC-Off é o mais permissivo: conta apenas com o ABS como assistente. Os modos ajustam as respostas de direção, suspensão motor e transmissão.

Ferrari ROma
Aerofólio (parte com a inscrição Ferrari) é acionado acima de 80 km/h (Divulgação/Ferrari)

Optei pelo Comfort, por dever do ofício, sabendo que seria por um tempo breve, apenas para saber como o carro se comportava nesse padrão, para poder comparar com os demais, mais divertidos.

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O modo Comfort é o mais indicado para o uso diário, em pisos de boa aderência, proporcionando o máximo de conforto que, no caso da Roma, se traduz em um conjunto de suspensão eficiente, que faz o carro rodar com suavidade, direção leve e motor com acelerações progressivas mas graduais, como se o curso do pedal do acelerador fosse longo, ou seja: para arrancar é necessário pisar um pouco mais fundo. O som característico do V8 se manifesta como música ambiente, que pode facilmente ser abafado pelo sistema de áudio JBL Professional de 1.280 watts do carro.

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Ferrari Roma
Design dos controles da transmissão remetem às guias dos câmbios manuais (Divulgação/Ferrari)

Mesmo no modo Comfort, porém, constatei com satisfação que a Roma não disfarça tão bem o superesportivo que traz dentro de si. O sistema que denuncia isso com maior nitidez é o da direção que, apesar de leve, é rápido e preciso. O conjunto mais competente em parecer civilizado é o da suspensão. E essa habilidade se nota assim que se seleciona o modo Sport. Basta isso para que os amortecedores eletrônicos fiquem mais firmes. Mas ainda garantindo certa suavidade ao rodar no asfalto das ruas.

À medida que o motorista gira o manettino no sentido horário, a Ferrari vai deixando seu lado bem comportado para adotar uma postura mais rebelde. No modo Race, a Roma faz jus ao cavalinho rampante que traz na grade frontal e no centro do volante.

Ferrari Roma
(Divulgação/Ferrari)

As respostas do motor passam a ser imediatas, as trocas de marchas acontecem de forma rápida e todos os demais sistemas contribuem para um comportamento dinâmico realmente esportivo. A suspensão firme reduz a quase zero as oscilações da carroceria. A direção fica firme e parece ainda mais precisa na orientação do chassi de alta rigidez que, por sua vez, obedece a todos os comandos sem hesitar.

Ferrari Roma
(Divulgação/Ferrari)

O motorista sente confiança para acelerar e, ao se aproximar de uma curva, deixar para frear no último instante, para em seguida voltar a retomar velocidade. E, para completar, o ronco do motor que era discreto se faz presente com seu timbre típico – nessa hora, o melhor a fazer é desligar o sistema de som.

Escondida sob o design elegante da carroceria (e a eletrônica embarcada que a torna mais dócil), a Roma traz uma construção de carro de pista. O motor V8 3.8 32V, biturbo, com injeção direta, rende 620 cv entre 5.750 e 7.500 rpm e 77,5 kgfm entre 3.000 e 5.750 rpm. E está acoplado a um câmbio automatizado de oito marchas.

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Ferrari Roma
A tela do painel traz todas as informações e o motorista pode acionar a maioria dos sistemas por meio de comandos no volante. Motor V8 biturbo gera 620 cv de potência (Divulgação/Ferrari)

O chassi privilegia o equilíbrio dinâmico, com o motor instalado na posição central dianteira e a transmissão traseira, o que ajuda na divisão de peso na razão 50/50. Os pneus têm medidas 245/35 R20, na frente, e 285/35 R20, atrás. E os freios usam discos cerâmicos ventilados, tendo 390 mm de diâmetro e seis pistões, na dianteira, e 360 mm e quatro pistões, na traseira.

A suspensão é independente do tipo duplo A nos dois eixos. E até a carroceria tem atributos do mundo das competições, como a aerodinâmica trabalhada em túnel de vento e um aerofólio embutido na traseira, que se projeta acima de 80 km/h.

Segundo a fábrica, a Roma acelera de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e atinge a velociade máxima de 320 km/h.

Ferrari Roma
(Divulgação/Ferrari)

Como convém a um GT, o projeto não se descuida do espaço a bordo. Como todo 2+2, a Roma não leva quatro passageiros, mas sua cabine é mais espaçosa que a de outra Ferrari como a 296 GTB ou mesmo a F8 Tributo, cuja posição de dirigir se aproxima à de um monoposto.

Há espaço para o motorista interagir com o passageiro ao lado e com o carro, durante um passeio. O painel de instrumentos tem o visual típico das Ferrari atuais, mas não há instrumentos físicos, e sim uma tela digital de 10,5”, que reproduz os mostradores, além de concentrar a maioria das informações.

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O volante também tem raios revestidos de material que se parece com o da tela e reúne desde os tradicionais, como indicadores de direção, troca de marchas no modo manual, computador de bordo e o manettino, até um mouse para navegação entre os menus da tela e o botão de partida.

Ferrari Roma
(Divulgação/Ferrari)

O acabamento é de primeira qualidade, com couro legítimo e fibra de carbono exposta. No console central existe um tablet de 16”, que permite acessar as funções de conforto, como ar-condicionado, e comodidade, como o sistema de navegação. O seletor do câmbio, também no console, reproduz o desenho das guias que existiam antigamente nos carros com câmbio manual.

Ao lado, o passageiro conta com uma tela de 8,4” exclusiva à sua frente por meio da qual tem acesso ao sistema de navegação, som e às informações de velocidade do carro.

Vendida na Itália ao preço básico de 200.936 euros, a Roma chega ao Brasil por cerca de R$ 3.500.000. Assim como toda Ferrari, porém, a GT pode receber diversos equipamentos e diferentes materiais de acabamento, para personalização, que elevam seu custo final.

Veredicto Quatro Rodas – Tem tudo que um GT deve ter, sem abrir mão do DNA da marca

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Ficha Técnica – Ferrari Roma

Motor: gas., diant. long. V8 32V, inj. direta, biturbo, 620 cv a 5.750 rpm, 77,5 kgfm a 3.000 rpm
Câmbio: aut., DSG, 8 m., tração tras.
Suspensão: duplo A
Freios: disco cerâmico ventilado
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 245/35 R20 (diant.) 285/35 R20 (tras.)
Dimensões: compr., 465,6 cm; largura, 197,4 cm; alt., 130,1 cm; entre-eixos, 267 cm; peso, 1.570 kg; porta-malas, 272 l
Desempenho: 0 a 100 km/h, 3,4 s; vel. máx., 320 km/h

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