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Dafra Sym Next 250

Com jeito de grande e bom preço, a moto é nova oção de entrada

Por Ismael Baubeta | Fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 11h58 - Publicado em 17 jul 2012, 12h04
Dafra Sym Next 250

As coisas nem esfriaram na Dafra, depois do lançamento da coreana Daelim Roadwin 250R, e a próxima – ou melhor, a Next 250 – já está nas lojas. O segmento de entrada no mundo das motos está mudando: as motos de até 150 cc já não atendem aos anseios de status e diferenciação, tornaram-se sinônimo de veículos utilitários, de trabalho. A tarefa de conduzir o motociclista iniciante a passeio, durante o lazer ou nos deslocamentos pessoais, está sendo transferida para as 250 cc.

Como é de praxe na Dafra, uma empresa com raízes na distribuição de veículos, a solução tentada é a abordagem do mercado através da busca de uma parceira, a Sym, chinesa de Taiwan, com quem a marca já alcançou um sucesso, o scooter Citycom 300. Apenas neste primeiro trimestre de 2012, a empresa já lançou duas motos de 250 cc, quase uma admissão de que é nele que vê perspectivas de crescimento.

A Sym Next vem com a pegada do preço, o mais baixo do segmento, aliado a um design moderno e agradável, “inspirado” nas motos de maior cilindrada, como a Honda CB 1000R e suas asas aerodinâmicas laterais em forma de Z.

A Dafra está pedindo 10190 reais pela Next. Compare: a coreana Kasinski Comet GT 250 (motor V2) tem preço regular de 10990 reais, mas estava em promoção em abril por 9990 reais; a Yamaha Fazer 250 sai por 11279 reais, e a Honda CB 300R, 11690 reais.Veja como são as coisas: a mais cara lidera…

Tecnicamente, a Next 250 não incorpora, a bem da verdade, grandes novidades. Seu maior diferencial diante da concorrência é ter câmbio de seis marchas – todas as rivais têm apenas cinco. É bom na estrada, mas evoca um daqueles dilemas shakespearianos: sua maior virtude técnica é também seu vício mais evidente. O câmbio, mesmo com as seis marchas, é ruim. Entre a primeira e a segunda, quando se dá gás, ele nos deixa no vazio: a segunda entra e pula. O giro sobe no vazio. É chato. Também o escalonamento entre as engrenagens deveria ser repensado, pois a perda de rotações em uma troca de marchas é notável.

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O motor de um quarto de litro tem comando simples para as quatro válvulas no cabeçote, sistema de injeção eletrônica Keihin sem sensor de oxigênio (sonda lambda) e refrigeração líquida. Chassi e suspensões são para lá de convencionais. Nessa seara, sua maior graça é a economia: tem consumo de 22,1 km/l andando de mão embaixo e de impressionantes 47,8 km/l quando pilotada com total amor e carinho – com “mãos de fada”, como se usava dizer.

Cobertor curto

Tão econômica, não poderia mesmo oferecer desempenho agressivo. O motor produz 25cv a 7500rpm – só fica engraçado mesmo a partir das 6 000 rpm, momento de pico do torque, o que significa que sua faixa de uso divertido é curta, de apenas 1500 rotações. O torque é de 2,75 “quilos” a 6 500 rpm.

Na prova de aceleração, a Next atingiu 100 km/h em 12,1 segundos, apenas 3 décimos mais rápida que a Yamaha Fazer 250. Já a Honda CB 300R obteve 9,7 segundos nessa prova. É. Deixo todos os comentários a seu critério.

Visualmente, a moto é bonita, moderna, mesmo sem ter identidade própria ou design original. O farol tem formato de escudo e logo acima dele – em bloco separado – há uma pequena carenagem para acolher o painel combinado de conta-giros analógico redondo com tela de cristal líquido quadrada. O LCD traz hodômetro total e parcial, relógio, velocímetro, marcador de combustível e indicador de marchas, com fundo iluminado por leds azulados. Detalhe visual bastante positivo é a ausência de parafusos visíveis nas fixações dos plásticos, que deixa o aspecto mais clean.

A posição de pilotagem é satisfatória, bem relaxada: a altura do guidão combina bem com o recuo das pedaleiras. A espuma do banco é macia demais, permitindo que a estrutura rígida do banco comece a se “destacar” depois de algum tempo na estrada – em viagens, torna-se um problema. O tanque é bastante estreito entre as pernas do piloto.

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Rodas, motor, balança, bengalas, laterais, é tudo pintado de preto fosco, em combinação rubro-negra com o vermelho da unidade avaliada – a Next está disponível também nas cores preta e branca. Sintoma de problemas surge na grande ponteira oval de aço inoxidável, amarelada pelo calor na extremidade, apesar do pouquíssimo uso.

O banco é bipartido e chega a lembrar um cockpit. Lá atrás, bem no finzinho, a alça para garupa tem jeitão de asa aerodinâmica – é útil e também serve para amarrar coisas. Sob ela, uma bonita lanterna de leds se integra à rabeta.

Em formato de estrela com cinco pontas curvadas, as rodas são exuberantes, com uma particularidade: o desenho está voltado para o lado oposto ao dos freios, como nas motos equipadas com balança traseira monobraço.

Por trás das laterais plásticas, que valorizam o design ao imitar vigas de alumínio, esconde-se o chassi tubular. Sua atuação dinâmica é bastante estável, leve e fácil de colocar a moto na trajetória. Rodando a velocidades mais altas, o chassi começa a dar sinais de torção, fazendo a moto balançar, principalmente em condições de piso irregular.

As suspensões estão bem acertadas para uma tocada mais esportiva, mas são um pouco rígidas para absorver as imperfeições do asfalto em uso urbano, transferindo ao condutor parte dos impactos. Por outro lado, os pneus Pirelli Sport Demon garantem grip para fazer curvas e dão confiança nas frenagens mais fortes, mesmo no molhado.

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Malha de aço

Outra novidade para o segmento vem com o sistema de freios: as mangueiras do sistema hidráulico têm reforço de malha de aço (ao estilo aeroquipe). O acessório é importante para preservar a pressão hidráulica no sistema mesmo com o aquecimento do fluido, evitando aquela desagradável sensação de freios borrachudos e manete baixando. O disco dianteiro de 260 mm mordido por uma pinça de dois pistões funciona muito bem para a performance da motocicleta, permitindo boas frenagens em qualquer situação. Um disco de pistão único na roda traseira é ótimo.

A Next 250 é boa cartada da Dafra em busca dos consumidores das 250 cc, sejam eles oriundos da populosa categoria abaixo, sejam os cada vez mais numerosos motociclistas de primeira viagem. Melhor para o mercado.

TOCADA

Fácil de colocar
na trajetória, leve
e ágil. parece maior do que é, mas passa tranquilamente entre os carros.

★★★★

DIA A DIA

Tem a cara da moto de todo dia. o contraponto é o banco, macio demais: pode se tornar cansativo após muitas horas de uso.

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★★★

ESTILO

Imponente, com
visual moderno. parece maior e não tem parafusos aparentes. o bom uso do preto fosco valoriza o pacote.

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O motor sobe devagar até as 6000 rpm; a partir daí, acorda. o câmbio de seis marchas não é dos mais precisos e seu escalonamento poderia ser mais curto.

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★★★

SEGURANÇA

As suspensões copiam as irregularidades com facilidade. os freios, combinados ao bom grip dos pneus, garantem aderência nas curvas e nas frenagens.

★★★★

MERCADO

O porte e a qualidade visual do acabamento se aliam ao menor preço do segmento, o que pode render bons frutos para a dafra.

★★★

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