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Comparativo diesel: Volvo XC60 x Land Rover Discovery Sport

Com quase o mesmo porte e motores turbodiesel, eles aproveitam um nicho pouco explorado. Mas não se engane: são completamente diferentes

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 25 mar 2020, 17h27 - Publicado em 11 dez 2018, 17h59
No nicho dos SUVs de luxo a diesel, eles são os únicos disponíveis no nosso país (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já me disseram que, para o jornalista, comparar carros caros é uma missão menos complicada. Ah, tá! Pode até ser verdade quando eles pertencem ao Olimpo automotivo: o vencedor entre Ferrari e Lamborghini pode estar mais no gosto pessoal que no custo/benefício.

Mas experimente pôr Land Rover Discovery Sport HSE e Volvo XC60 D5 frente a frente. Aí, meu amigo, a disputa fica bem mais acirrada.

Não entendeu a dificuldade? Para começar, são dois SUVs de luxo com quase o mesmo porte. Só que há um detalhe mais importante: ambos ganharam novos motores turbodiesel este ano (e até os números são praticamente iguais, com apenas 5 cv de diferença).

Entre-eixos tem 274,1 cm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se você der uma olhada na tabela de preços no fim da revista, vai perceber que esses são os únicos do segmento capazes de dividir a mesma bomba de combustível.

Mas os ingleses têm certa vantagem, porque já oferecem esse tipo de configuração no nosso mercado desde novembro de 2016. E, de lá para cá, o SUV ganhou opções mais modernas sob o capô, como a versão topo de linha HSE com 240 cv desta reportagem, que está disponível para os brasileiros desde fevereiro. Por sua vez, o rival pseudossueco (que, na verdade, passou a ser importado da China na linha 2019) chegou às lojas em agosto.

Entre eixos tem 286,5 cm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Segundo a consultoria Jato Dynamics, o Discovery Sport teve 1.777 emplacamentos na primeira metade de 2019. Disso tudo, 1.170 unidades eram a diesel, o que corresponde a 65,8% das vendas do modelo no Brasil.

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A Volvo também tem um estudo que mostra que 22% dos SUVs de luxo vendidos no Brasil possuem esse tipo de motorização – e que serão 30% em um ano.

Só que chegar atrasado não foi tão ruim assim – ao menos no caso do XC60: é mais barato que o concorrente nas configurações equivalentes, mais equipado e, na briga entre as versões D5 Momentum e HSE de entrada, é também 55 cv mais potente.

Em relação à rede de concessionárias, a Land Rover tem 40 revendas contra 33 dos suecos, que prometem inaugurar mais duas unidades ainda este ano.

Como você já percebeu – e eu antecipei no começo do texto –, a decisão entre os dois não seria tão simples. De um lado há o Discovery Sport, que é fabricado no Brasil, lidera as vendas do segmento e (alerta de spoiler!) foi melhor nos testes de aceleração, retomada e consumo da QUATRO RODAS. Do outro, um rival com qualidades suficientes para desafiar o principal oponente no país. Então, que vença o melhor!

2º – Discovery Sport HSE SD4

Cabine segue um perfil mais conservador (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se você acha que SUV precisa ser robusto e valoriza uma proposta mais bruta, raiz e sem frescuras, provavelmente escolheria o Discovery Sport. Ele não faz questão de ser sutil ou elegante: ruídos e vibrações do motor invadem a cabine como uma picape média nacional. E nem adianta procurar comandos sensíveis ao toque ou quadro de instrumentos digital.

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O comando giratório do câmbio é uma das poucas ousadias na cabine do Discovery Sport (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O painel quase monocromático e as linhas conservadoras podem ser decepcionantes para quem paga quase R$ 300.000 para levar o modelo para casa. Não bastasse faltar o controle de velocidade adaptativo, ainda é preciso desembolsar uma grana extra para acrescentar alerta de ponto cego, chaves presenciais e até retrovisor eletrocrômico, todos como opcionais.

Ele tem botões físicos em vez das telas sensíveis ao toque (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Considerando tudo isso, é provável que passageiros (e vizinhos) se perguntem por que ele é mais caro. E a resposta é simples: o Land Rover é bom de dirigir. São 21 cm em relação ao solo e 1.896 kg na balança, mas a suspensão firme mantém a carroceria sempre sob controle – apesar de transmitir batidas em buracos.

Quadro de instrumentos é analógico, com uma tela de LCD no meio (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Durante nossos testes, o SUV só precisou de 8,4 s para chegar aos 100 km/h e conseguiu as melhores médias de consumo do comparativo: 10,8 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada. Pena que a direção elétrica não seja tão progressiva e, apesar de leve para facilitar manobras, acaba sendo incômoda a velocidades mais elevadas. 

(Christian Castanho/Quatro Rodas)
(Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas lembra que eu falei do lado bruto? Além da tração integral sob demanda, o Discovery Sport tem seletor de terrenos capaz de mudar parâmetros de suspensão e câmbio, controle de descida que mantém a velocidade em ladeiras escorregadias e um sistema de saída gradativa que impede acelerações rápidas (e, claro, derrapadas) em inclinações muito íngremes.

Porta-malas do Land Rover tem 454 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Por fim, analisando só fichas técnicas, parece até que o Land Rover fica em desvantagem no espaço interno. Afinal, o entre-eixos é 12,4 cm menor que no rival da página ao lado. Só que apenas ele tem a segunda fileira sobre trilhos e encosto reclinável. E graças à falta de apoios laterais e ao túnel central mais baixo, o quinto passageiro viaja bem mais confortável.

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1º – XC60 D5 Momentum

Além dos diferentes materiais de acabamento, o quadro de instrumentos digital e a central multimídia dão aspecto mais requintado ao interior do XC60 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se você não pulou a página ao lado, percebeu que o Discovery Sport só justifica a escolha pela questão passional. Por outro lado, o XC60 é a própria racionalidade: além de custar quase R$ 25.000 a menos, ele é bem mais completo. E a parte boa dessa história? O Volvo não precisou de um projeto antigo para ter boa relação custo/benefício – pelo contrário.

Quadro de instrumentos é digital (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A cabine, como em outros modelos da marca, parece uma miniatura do XC90. Lá estão o quadro de instrumentos digital com 12,3 polegadas (agora é de série na Momentum), a central multimídia com tela sensível ao toque para controlar diferentes funções do carro, além do acabamento que mistura couro e detalhes metálicos.

Comandos ficam na central multimídia (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ao que tudo indica, os suecos têm obsessão pelo conforto. Por isso, não estranhe se você ligar o motor e achar que está na versão movida a gasolina, porque realmente não há aquele barulho típico dos motores a diesel. A direção um pouco menos direta não tem nenhuma pretensão esportiva, ainda que compense com mais peso à medida que a velocidade aumenta.

Partida por botão fica no console (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A suspensão não é tão firme quanto no Land Rover e, no dia a dia, isso facilita a vida em ruas mais esburacadas. Nada que comprometa a estabilidade na estrada – é como a diferença entre Toyota Corolla e Honda Civic, por exemplo. Só que os bons apoios laterais dos bancos parecem provocar uma tocada mais agressiva.

(Christian Castanho/Quatro Rodas)
(Christian Castanho/Quatro Rodas)

A diferença na pista foi mínima. Com 8,8 s para chegar aos 100 km/h, o XC60 foi apenas 0,4 s mais lento. O consumo também foi um pouco pior: 10,8 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada. Entretanto, ele teve uma boa vantagem nas provas de frenagem. A 120 km/h, o Volvo precisou de 4,5 metros a menos até parar – quase o comprimento do próprio Discovery Sport.

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Porta-malas do XC60 tem 505 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Além dos itens comuns ao rival, como ar-condicionado bizona, teto solar panorâmico, câmera de ré e sensores de estacionamento nos dois para-choques, há controle de velocidade adaptativo, assistente de direção semiautônoma e frenagem de emergência. Concordo que não é tão cômodo viajar no meio do banco de trás, mas isso faria você desistir da compra?

Veredicto

O Volvo é mais barato, mais moderno e mais equipado – o que já garantiria a primeira posição no comparativo. Mas ele também se destaca por oferecer maior sensação de refinamento da cabine e mais conforto a bordo.

Ficha técnica

Discovery Sport XC60
Preço R$ 297.100 R$ 275.950
Motor diesel, diant., transv., 4 cilindros, 1.999 cm3, 16V, biturbo, 240 cv a 4.000 rpm, 51 mkgf a 1.500 rpm diesel, diant., transv., 4 cilindros, 1.969 cm3, 16V, turbo, 235 cv a 4.000 rpm, 48,9 mkgf a 1.750 rpm
Câmbio automático, 9 marchas, tração integral automático, 8 marchas, tração integral
Suspensão McPherson (diant.) e multilink (tras.) duplo A (diant.)/ multilink (tras.)
Freios disco ventilado disco ventilado
Direção elétrica, diâm. de giro 11,7 m elétrica, diâm. de giro 11,4 m
Pneus 245/45 R20 235/55 R19
Dimensões compr., 459,9 cm; largura, 2,069 cm; alt., 172,4 cm; entre-eixos, 274,1 cm; altura livre do solo, 21,1 cm; peso, 1.896 kg; tanque, 70 l; porta-malas, 454 l compr., 468,8 cm; largura, 190,2 cm; alt., 165,8 cm; entre-eixos, 286,5 cm; altura livre do solo, 21,6 cm; peso, 1.990 kg; tanque, 71 l; porta-malas, 505 l

Teste

Discovery Sport XC60
Aceleração de 0 a 100 km/h 8,4 s 8,8 s
Aceleração de 0 a 1.000 km/h 29,7 s – 176,1 km/h 29,7 s – 178,8 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h 3,6 s 3,9 s
Retomada de 60 a 100 km/h 4,6 s 4,7 s
Retomada de 80 a 120 km/h 6,1 s 6 s
Frenagem 60/80/120 km/h 15,1/25,9/59,3 m 14,1/23,9/54,8 m
Consumo urbano 10,8 km/l 10,8 km/l
Consumo rodoviário  14,5 km/l 13,4 km/l

Custo

Discovery Sport XC60
Seguro R$ 12.849 R$ 10.111
Revisões R$ 4.490 R$ 10.544
Peças R$ 26.344 R$ 25.828

 

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