Chevrolet Spin 2025 fica mais econômica, com melhor dinâmica e mais lenta

O lançamento da Chevrolet Spin 2025, com preço inicial de R$ 119.990, marca a chegada de mais uma reestilização da minivan, que foi lançada em 2012. Mas, perto dos outros GM nacionais, poderia facilmente se passar por modelo 2026 ou até 2027.

Se este não é um projeto novo e nem sequer troca o motor 1.8 aspirado, ao menos traz inovações típicas de nova geração na lista de equipamentos de conveniência e de segurança. Mas será que alguma coisa mudou no comportamento da nova Spin?

Versões, equipamentos e preços da Chevrolet Spin 2025

Chevrolet Spin LT MT6 – R$ 119.990

Desde a versão de entrada, a Spin 2025 tem 6 airbags, cintos dianteiros com pré-tensionador, faróis e lanternas de led, câmera de ré, quadro de instrumentos digital de 8”, Central multimídia Mylink de 11”, Wi-Fi embarcado, OnStar, 2ª fileira de bancos correndo em trilho e rodas de aço aro 15 com calotas.

Chevrolet Spin LT AT6 – R$ 126.990

É a versão mais barata com o câmbio automático de seis marchas e também acrescenta piloto automático e saída de ar-condicionado traseira.

Chevrolet Spin LTZ AT6 – R$ 137.990

É a Spin 2025 mais barata com 7 lugares. Esta versão também é a primeira com computador de bordo (que, pasmem, as LT não têm) e acrescenta ar-condicionado digital, chave presencial, partida por botão, sensor de chuva e crepuscular, sensor de estacionamento traseiro e troca as calotas por rodas de liga leve aro 16”.

Chevrolet Spin Premier AT6 – R$ 144.990

A versão topo de linha é a única com alerta de colisão traseira, alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, indicador de distância do carro à frente, carregador de smartphone por indução, bancos com revestimento premium, rodas aro 16 diamantadas, detalhes cromados na grade e rack de teto preto. 

Como é a nova Chevrolet Spin 2025

A reestilização serve como pano de fundo para a estreia de tecnologias inéditas em modelos mais acessíveis da Chevrolet. A nova Spin 2025 pode ter, a depender da versão, frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego, alerta de colisão traseira e alerta de saída de faixa.

E tem mais. É a Spin 2025 que estreia a nova geração da central multimídia MyLink integrada ao inédito quadro de instrumentos digital de 8”. As duas telas são integradas em uma mesma moldura e passam a impressão de serem uma só, uma estratégia que surgiu no Tracker RS na China, mas que o SUV ainda não tem no Brasil.

Outra novidade é a interação entre a multimídia e o painel digital: uma mesma informação pode ser exibida nas duas telas e há mostradores inéditos como a tensão da bateria ou o percentual da vida útil do óleo.

Reconhecer o carro com essas novidades é fácil. A carroceria da nova Spin tem nova dianteira, com estilo que acompanha os faróis divididos da picape Montana: tem faróis com luzes diurnas de leds finas na parte superior, mas interligados aos faróis principais, logo abaixo. Eles são full led, outro item inédito entre os carros mais baratos da Chevrolet. 

Também tem novas entradas de ar nas extremidades do para-choque e a grade é nova, com apliques que mudam de cor conforme a versão, mas não é ativa: antes, podia fechar a passagem de ar para otimizar a aerodinâmica. Outro elemento que muda conforme a versão é o friso que interliga as novas lanternas, que agora também são de led. A tampa do porta-malas é inteiramente nova, assim como o para-choque com refletores instalados na vertical, bem nas extremidades, que ajudam a evidenciar o alargamento das bitolas.

Na lateral, molduras pretas contornam toda a base do veículo, incluindo os para-lamas e as rodas com novo design. A solução traz a sensação de que o carro está mais largo. E está: são 3,4 cm extras em relação ao anterior. Por outro lado, a democratização disso acabou com a Spin Activ, sua antiga versão aventureira.

Como anda a Chevrolet Spin 2025?

QUATRO RODAS foi até o campo de provas da General Motors, em Indaiatuba (SP), para testar a Chevrolet Spin 2025 em sua versão topo de linha com sete lugares, a Premier.

Sim, continua com aquele mesmo mesmo motor Família I que a acompanha desde que foi lançada, em 2012: o 1.8 8V aspirado. Até teve melhorias, mas continua com 111 cv e 17,7 kgfm. 

As evoluções estão no novo módulo de gerenciamento eletrônico com o dobro da capacidade de processamento, incluindo o controle de partida a frio, e uma nova calibração, que promete redução de até 11% no consumo de combustível, segundo a marca. Outro benefício: atender a nova fase PL8 do programa de controle de emissões, Proconve, que entrará em vigor em 2025.

Não tivemos a oportunidade de avaliar o consumo da Spin em nosso ciclo QUATRO RODAS, porque testamos o carro fora da nossa pista. Mas, ao compararmos os números dos testes realizados pelo Inmetro (PBEV), houve melhora na média urbana do modelo anterior para o novo, de 9,8 km/l para 10,5 km/l (com gasolina). E, na estrada, o ganho foi de 12,3 km/l para 13,4 km/l. 

Deixar um motor antigo mais econômico e emitindo menos tem seu preço: nos testes de desempenho, a nova Spin foi mais lenta que a versão anterior. Fez de 0 a 100 km/h em 14,2 segundos, enquanto a anterior acelerou em 12,5 segundos.

Na chamada pista D1, do campo de provas – que simula trechos de serra, estradas planas e também com diversos tipos de piso em bom e mau estado de conservação – não senti diferença de desempenho na Spin. Continua com aquelas acelerações progressivas, graças à chegada do torque máximo aos 2.600 rpm. O câmbio automático de seis marchas explora bem essa característica: também foi recalibrada e as trocas são rápidas e acontecem no tempo certo, o comportamento é suave, sem trancos.

O que mais impressionou positivamente na Spin foi a melhora conseguida na estabilidade da carroceria e no comportamento dinâmico, como um todo. E atribuo esse benefício à recalibração dos amortecedores e ao alargamento das bitolas (3,4 cm mais largas).

No trecho com o asfalto remendado da D1, em Indaiatuba, pude sentir o sistema de suspensão trabalhar para filtrar as imperfeições, mesmo nos buracos maiores, por onde as rodas passavam sem que houvesse batidas secas. No contorno de curvas sucessivas, a 70 km/h de velocidade, a carroceria praticamente não rolava, apesar de a Spin ter ficado 1,6 cm mais alta graças a elevação do sistema de suspensão.

Outro ponto que merece destaque, a bordo da Chevrolet, é o conforto dos bancos, que são novos e trazem espumas de múltipla densidade que favorecem a ergonomia.

O espaço de sempre ainda sobra

As dimensões são praticamente as mesmas do modelo anterior: a Spin 2025 está apenas 0,4 cm mais comprida, devido aos novos para-choques, e 3,4 cm mais larga e 1,6 cm mais alta pois a suspensão foi elevada. 

Mas o espaço interno não foi modificado, ainda consideram um forte atributo do modelo. Em relação ao principal rival, Citroën C3 AirCross, a Spin traz melhor espaço para os ombros, portanto acomoda melhor três ocupantes na segunda fileira e para as pernas na terceira fileira.

O porta-malas continua sendo o maior do segmento com 710 litros de capacidade na versão de cinco lugares e 553 litros na de 7 lugares (com os bancos extras rebatidos. Com os sete lugares montados, sobram 162 litros.

Inclusive a Spin traz a vantagem de ter o banco traseiro montado sobre trilho – o que permite negociar com o 6º e o passageiro o espaço mais conveniente para ambos. É possível deslocar o banco até 6 cm para frente e 5 cm para trás. 

A terceira fileira de bancos continua fixada à carroceria e que pode ser rebatida quando não estiver sendo utilizada. Fora de uso, ela  toma um espação, mas a GM diz ter preferido a opção fixa, em vez da removível para priorizar a segurança por evitar uma eventual instalação equivocada e a redução de ruídos. É uma forma de cutucar a solução do Citroën C3 Aircross, que optou pelos bancos removíveis na terceira fileira, mas que que não se fixam se forem mal instalados.

As saídas de ar-condicionado localizadas no console central direcionadas para o banco traseiro agora trazem dutos direcionais que, segundo a Chevrolet, ajudam a climatizar melhor a cabine e reduzem a diferença de temperatura da primeira para a terceira fileira.

O interior é visivelmente superior com acabamento esmerado com adoção de partes emborrachadas no painel e nas portas, adoção de botão de partida e do volante de base reta – para trazer um “quê” de esportividade que o motor 1.8 não entrega. 

Completa a lista de tecnologias de auxílio à condução o indicador de distância do carro da frente em segundos. A informação do tempo aparece no quadro de instrumentos na parte superior direita quando a Spin se aproxima do carro à frente. Também é a primeira vez que a Spin tem seis airbags, que prometem proteger lateralmente até os ocupantes da terceira fileira de bancos. 

Teste de desempenho – Chevrolet Spin 2025

• Aceleração: 0 a 100 km/h – 14,2 s
  0 a 1.000 m – 35,6 s / 144,2 km/h
• Retomadas:
  D 40 a 80 km/h – 6,5 s
  D 60 a 100 km/h – 8,4 s
  D 80 a 120 km/h – 11,6 s
• Frenagens: 60/80/120 km/h a 0 – 15,4/27,7/61,9 m
• Ruído interno:
  Neutro/RPM máx. 43,6/74,1 dBA
  80/120 km/h – 61,3/73,2 dBA
• Aferição:
  Velocidade real a 100 km/h – 97 km/h
  Volante – 2,7 voltas
• Garantia: 3 anos
• Consumo (Inmetro/PBVE):
  Urbano – 10,5 km/l
  Rodoviário – 13,4 km/l

Ficha técnica – Chevrolet Spin Premier

Motor: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 1796 cm3; 8V, 111/106 (E/G) cv a 5.200 rpm, 17,7/16,8 (E/G) kgfm a 2600/2800 (E/G) rpm
Câmbio: Automático, 6 velocidades, tração dianteira
Direção: elétrica, 10,9 m (diâmetro de giro)
Suspensão: McPherson, independente (diant.), eixo de torção com molas e amortecedores (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/60 R16
Dimensões: comprimento, 442 cm; largura, 195,3 cm; altura, 169,8 cm; entre-eixos, 262 cm; peso, 1.292 kg; porta-malas, 710 litros (5 lugares) / 553 litros (7L c/ 3ª fileira rebatida); tanque, 53 litros