A Europa fechou o cerco aos fabricantes quando se fala em poluentes. Os limites de emissão de dióxido de carbono estão cada vez menores, enquanto os impostos para modelos poluidores sobem. Como as montadoras têm uma cota de emissões para sua produção, as marcas estão se desdobrando para aumentar a eficiência dos carros. Na Audi, o arrocho europeu forçou uma troca de motores: sai o 2.0, entra o 1.8.
Uma das vítimas é o A4, que chegou ao Brasil mais enxuto, custando a partir de R$ 134 400. O sedã conta com 170 cv, 10 a menos que a motorização anterior. O torque, no entanto, foi preservado: são 32,6 mkgf, mas o pico de força se manifesta numa rotação menor (de 1 400 a 3 700 rpm). No 2.0, ela ocorria entre 1 500 e 3 900 giros. De acordo com a Audi, o A4 1.8 perdeu apenas 1 km/h na máxima (225 km/h, ante 226), mas o ganho em redução de emissões de CO2 foi expressivo: de 167 g/km para 134 g/km. Em relação ao consumo, a empresa divulga melhora de 10,6 para 14,5 km/l, em ciclo urbano, e de 17,5 para 19,6 km/l no rodoviário. No entanto, medimos 10,6 e 14,5 km/l, nos mesmos regimes. São números mais próximos aos obtidos com o motor 2.0, mas vale uma ressalva: os dados de fábrica foram obtidos com gasolina padrão,
sem etanol na composição.
O A4 agora tem start-stop, sistema que desliga os cilindros em paradas, e duas linhas de injeção (direta e indireta). A primeira atua nas partidas e sob alta solicitação – quando o acelerador está totalmente pressionado. A segunda, em conjunto com a caixa CVT, atua quando a demanda por torque é baixa. A 120 km/h, no plano, o motor gira a meros 1 500 rpm. É um pequeno milagre mecânico, mas, sem frescor no visual, o A4 se torna menos atraente perante os outros alemães, sobretudo o Classe C. Afinal, carro não é só motor.
VEREDICTO
A troca de motor não comprometeu tanto o desempenho, mas o A4 não encanta como o Classe C e BMW 320. Até o A3 Sedan (R$ 134 620, versão top) é mais convincente.