O Brasil ainda é o país dos 1.0. Mas no extremo oposto, o segmento dos carros premium, tudo vai muito bem também. Não à toa, marcas como Mercedes-Benz, BMW, Mini e Land Rover têm ou terão fábricas instaladas por aqui para produção de modelos para o mercado interno. A Audi – que já esteve no país entre 1999 e 2006 – não ficou de fora. E o carro que traz a marca das argolas de volta à condição de fabricante local, o A3, já pode ser encontrado nas concessionárias. Nós achamos o nosso – e o trouxemos para o Longa Duração.
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Fechamos a compra do nosso A3 na concessionária paulistana Sorana, que cobrou R$ 98.227 por um exemplar da versão Ambiente. Um erro na emissão da nota fiscal (gerada com valor de R$ 98.718) acarretou uma demora de dez dias na retirada do sedã. Assim como o último automóvel de marca premium a fazer parte da frota de Longa Duração, o Mercedes-Benz A 200, o A3 é azul metálico (azul scuba). Ligamos na Sorana um dia antes da data de retirada do A3. Como um cliente comum, nos mostramos interessados em um carro igual ao nosso. “O preço de tabela é R$ 119.390, mas estamos com uma oferta e ele sai a R$ 99.990. E você ainda pode parcelar esse valor dando 60% de entrada e dividindo o restante em 18 vezes sem juros. E o IPVA é por conta da casa”, disse a atenciosa vendedora. “Agora, se for pagar à vista, faço por R$ 94.000, também com o IPVA incluso”, completou ela, nos dando, sem saber, a certeza de que havíamos fechado um mau negócio lá mesmo, na Sorana.
Escolhemos a versão Ambiente, que custa, de acordo com a tabela da Audi, R$ 11.000 a mais do que a Attraction e oferece faróis e limpador de para-brisa com acionamento automático, volante multifuncional com borboletas para troca de marchas, rodas aro 17 e pneus 225/45 (205/55 R16 na Attraction). O pacote da versão básica também é interessante, com sensor de estacionamento, trio elétrico, faróis de xenônio, ar-condicionado, bancos dianteiros com ajuste de altura, airbags laterais e de joelho (para motorista), alarme antifurto, freio de estacionamento com acionamento elétrico, controle de estabilidade, computador de bordo e som com viva-voz Bluetooth.
A retirada
Na Sorana, antes de colocar o responsável pela entrega em contato com a gente, o vendedor puxou conversa. Queria se desculpar pelo problema na emissão da nota: “Tivemos uma lamentável falha técnica no sistema da área fiscal no processo de transição do A3 importado para o nacional e o valor acabou saindo errado”, justificou.
Já dentro do carro, ouvimos as explicações do técnico, que foi bastante breve, indo direto aos pontos diferenciais ou mais importantes do A3. Ele mostrou o botão de inibição do sensor volumétrico do alarme e do controle de estabilidade, destacando os riscos de sua utilização de forma incorreta. Reforçou ainda a possibilidade de personalização das luzes, via seletor giratório no console.
Nossa experiência com retiradas de carros de Longa nos permitiu aferir duas condições atípicas: o marcador do nível de combustível do A3 indicava 1/4 de tanque (o normal é vir no fim da reserva) e o hodômetro já registrava 57 km rodados (a média é de somente 15 km).
O repórter Vitor Matsubara fez suas considerações ao ver o novo sedã de Longa: “Achei que a cor combinou com o veículo e o interior parece que não deve nada ao importado”. O diretor de arte Tarcísio Alves foi até a garagem receber o estreante: “Gosto das linhas do carro, mas a queda em arco na traseira que confere uma ar de esportividade acaba reduzindo demais a altura. Quem viaja atrás, vai com a cabeça rente ao teto”, disse ele, que tem 1,74 metro de estatura.
Se zero-quilômetro o A3 já rendeu tantos comentários espontâneos da nossa equipe, imagine ao longo dos 60.000 km que estão por vir.
Versão: | Ambiente 1.4 Turbo Flex |
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Motor: | 4 cilindros, dianteiro, transversal, 1.395 cm³, 16V, flex, 150 cv a 4.500 rpm, 25,5 mkgf a 1.500 rpm |
Câmbio: | automático, sequencial, 6 marchas |