Em um ano repleto de lançamentos, em especial de SUVs, o Jeep Renegade manteve a liderança em vendas da categoria. O modelo fechou o mês de novembro com 69.621 unidades vendidas no acumulado do ano, com participação de 11,63% do segmento.
Mais barato que gasolina! Assine a Quatro Rodas a partir de R$ 6,90
Porém, pra continuar na liderança, o Renegade precisava mudar de forma mais profunda. Afinal, sua motorização, a mesma desde o seu lançamento em 2015, estava defasada em relação ao mercado e a própria linha Jeep – especialmente por Compass e o recém-lançado Commander já serem equipados com o novo motor T270 da família GSE, o 1.3 turboflex de 185 cv e 27,5 kgfm.
Além de seguir os rumos da família, o antigo propulsor aspirado 1.8 flex (139 cv/19,3 kgfm) clamava para ser substituído, pois sua falta fôlego e consumo elevado sempre foram criticados desde o lançamento – e QUATRO RODAS pode comprovar essa baixa eficiência no teste de Longa Duração após rodar 60.000 km.
Na linha 2017, o 1.8 E. torQ até foi recalibrado e ganhou coletor de admissão variável, sistema start-stop, alternador inteligente, bomba de combustível inteligente e óleos de baixo atrito proporcionando um aumento de 7 cv de potência, chegando aos atuais 139 cv. Mesmo assim, ele não desempenhava o papel vigoroso que se esperava em um Jeep.
Já com o motor 2.0 turbodiesel (170 cv/35,7 kgfm), oferecido apenas nas versões topo de linha, desempenho e eficiência não eram um problema. Porém, os preços proibitivos tornavam as versões a diesel consideravelmente inacessíveis.
Mas, ao que tudo indica com a adoção do novo motor T270 – que a partir de 2022 será a única motorização disponível para o modelo – as queixas de consumo elevado e falta de desempenho ficaram no passado. Só não se pode dizer o mesmo dos preços proibitivos, mesmo que a Jeep não tenha revelado os preços do modelo.
O Renegade 2022 só será lançado oficialmente em janeiro e isso explica o motivo de não termos a revelação completa do carro. QUATRO RODAS foi até o autódromo de Curvelo, em Minas Gerais, para conhecer e andar (ainda que pouco) no novo Renegade T270.
Como tratava-se apenas de uma apresentação prévia, os modelos estavam camuflados e não foi permitido conhecer e, tão pouco, revelar imagens do interior do SUV.
Já havíamos recebido algumas informações anteriores que além da mudança mecânica, o Renegade 2022 também passaria por uma alteração de design, que pudemos comprovar mesmo com a camuflagem.
O para-choque dianteiro ficou mais proeminente e parece mais robusto visualmente, os faróis têm novo desenho e a grade frontal tem agora molduras em alto relevo. Também foi possível notar a mudança nas lanternas que, aparentemente, serão exclusivas para o Brasil. A tampa do porta-malas também é nova, mas o volume de apenas 320 litros permanece.
Por dentro, o painel será quase o mesmo do modelo atual, mas o quadro de instrumentos deverá ser digital (vindo da Fiat Toro) e o volante será novo, o mesmo que já equipa Compass e Commander. Além disso, todas as versões do novo Renegade terão seis airbags, alerta de saída de faixa e frenagem autônoma de emergência.
Não foram reveladas também quais versões serão lançadas, mas segundo informações anteriores, haverá três versões de entrada: Sport, Longitude e Limited, sempre com câmbio automático de seis marchas e tração 4×2 (dianteira).
Mas o novo Renegade Trailhawk T270 e o inédito Renegade S T270 terão câmbio automático de nove marchas e tração 4×4 integral com seletor de modos de funcionamento. Eles serão os novos topo de linha, aposentando o motor a diesel no SUV.
E como anda o Novo Renegade?
O contato com o Renegade 2022 foi breve, com um trecho muito reduzido no asfalto. O suficiente, porém, para constatar que a nova motorização tem muito fôlego e comportamento linear. Além disso, o ruído da motorização não invade a cabine, graças ao bom isolamento acústico. O máximo de torque é entregue cedo, aos 1.750 rpm, o que torna a condução mais segura e divertida.
Dirigimos a versão Trailhawk T270, equipada com a combinação do motor 1.3 turbo com o câmbio automático de nove marchas, de bom comportamento, com trocas suaves.
A experiência mais extensa foi no off-road, situação na qual passamos por uma série de obstáculos pra atestar a capacidade fora de estrada do Renegade. E seus atributos off-road continuam incontestáveis, afinal, seus ângulos de entrada de 30° e de saída de 32° são um dos maiores do segmento. O motor, que trabalha mais em silêncio do que o diesel, oferece uma condução mais agradável em meio a lama. As versões off-road contam com cinco modos de condução: Auto, snow, sand/mud, rock e sport.
A modernização mecânica era mais que necessária e foi pra melhor. Nos resta saber se o preço também vai acompanhar essa evolução. Cena para os próximos capítulos.
Ficha técnica – Jeep Renegade T270 Flex 4×4
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., turbo, 16V, 1.332 cm³, 180/185 cv (gasolina/etanol) a 5.750 rpm (gasolina/etanol), 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 9 marchas, 4×4
Direção: elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
Suspensão: ind. McPherson (diant. e tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 215/60 R17
Peso: 1.643 kg
Dimensões: comprimento, 426,8 cm; largura, 180,5 cm; altura, 171,2 cm; entre-eixos, 257 cm; porta-malas, 320 litros
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital