O novo Toyota Prius foi flagrado no Brasil, mas ele não deverá ser vendido por aqui. O híbrido chegou ao Brasil de avião e terá a missão de antecipar as tecnologias que estarão presentes no próximo Corolla, previsto para 2026.
A principal utilidade do Toyota Prius poderá ser o desenvolvimento do novo motor híbrido flex da Toyota. No caso, do primeiro sistema híbrido plug-in flex da fabricante japonesa e que será, inclusive, fabricado no Brasil. Hoje, os híbridos nacionais da Toyota tem motores importados.
O novo Prius seria o ponto de partida ideal, pois usa um motor 2.0 de 152 cv e 19,4 kgfm que representa um avanço e tanto na comparação com o 1.8 do Corolla híbrido, que tem 101 cv e 14,5 kgfm. O flagra apenas não permite identificar se o logotipo na traseira é da versão PHEV ou HEV, mas a Toyota já anunciou a nacionalização de mecânica PHEV flex.
O motor elétrico usado depende da versão. Isso porque o Prius plug-in (PHEV) tem uma bateria de 13,6 kWh que permite que o motor elétrico de 163 cv e 21,2 kgfm funcione sozinho por até 69 km. Além disso, sua potência combinada é de 215 cv.
Mas também existe o Prius híbrido pleno (HEV), como o que foi vendido no Brasil até 2019. Este tem o motor 2.0 combinado a um elétrico de 113 cv para entregar até 196 cv.
Ainda existe versões do novo Prius com exatamente a mesma potência do Corolla (123 cv) em produção no Japão. Mas a intenção da Toyota no Brasil é evoluir seus produtos para se manter competitiva com a chegada de novos concorrentes.
Motor híbrido nacional
Este motor 2.0 do Toyota Prius é da mesma família M20A do motor 2.0 aspirado que a Toyota já fabrica em Porto Feliz (SP) para o Corolla e o Corolla Cross. Isso facilitará a nacionalização, ainda que a versão de ciclo Atkinson, das versões híbridas, tenha componentes internos bastante diferentes.
A Toyota anunciou um investimento de R$ 11 bilhões no Brasil até 2023. A produção nacional de um conjunto híbrido plug-in flex, com direito a motores e baterias nacionais (com células importadas) está contemplado neste investimento.
Contudo, o próximo passo na fábrica de motores de Porto Feliz será produzir os motores 1.5 otto e 1.5 Atkinson que serão utilizados no novo Yaris Cross, que será lançado em meados de 2025. O 1.5 Atkinson equipará a versão híbrida do SUV compacto. Restará apenas iniciar a produção do 2.0 Atkinson para que a unidade esteja produzindo os quatro motores previstos para ela.
O Toyota Yaris Cross demandou um investimento de R$ 1,7 bilhão, sendo que a fabricante japonesa consumirá R$ 5 bilhões até 2026. Isso leva a crer que os novos Corolla e Corolla Cross chegarão neste momento e que a futura picape intermediária híbrida da Toyota ficará para a terceira fase deste ciclo de investimentos, estreando entre 2026 e 2030.
A picape será baseada na mesma plataforma do Prius e do Corolla, a TNGA, e será beneficiada por uma tração 4×4 elétrica: o novo sistema híbrido plug-in prevê a instalação de um motor elétrico traseiro extra, usado apenas quando mais tração é necessária.
Testes do plug-in flex começaram há um ano
Na falta do Prius, a Toyota iniciou os estudos para a tecnologia híbrida plug-in flex com um RAV4 plug-in. Este usa um 2.5 aspirado de ciclo Atkinson, mas com projeto semelhante ao do 2.0, o que pode ter ajudado a antecipar alguns estudos.
“É importante ressaltar que esses testes estão alinhados com nossos planos de futura produção nacional de veículos PHEV-FFV (híbridos plug-in flex fuel), reforçando nosso compromisso com a inovação e o crescimento sustentável da indústria nacional, e que se traduz em geração de empregos e benefícios para a economia”, disse o então presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, em setembro de 2023, antes mesmo do anúncio do novo ciclo de investimentos.