Fruto da aliança estabelecida, em 2019, entre Ford e VW para o desenvolvimento de picapes médias e vans comerciais, as novas gerações de Ranger e Amarok estão prontas.
A Ranger já está à venda em alguns mercados, como na Europa, onde é a líder do segmento, e tem data para chegar ao Brasil: 2023, vindo da fábrica da Ford, na Argentina.
A Amarok ainda não. Recentemente, a VW anunciou investimentos em sua planta argentina, que fica cerca com cerca com a da Ford, com a notícia de que a atual Amarok seguirá em produção, depois de receber uma reestilização e novos equipamentos de condução autônoma e segurança, deixando a segunda geração de fora dos planos.
A nova Amarok será produzida na África do Sul e vendida em países como Austrália, Nova Zelândia e regiões como Oriente Médio e Europa.
O lançamento europeu acontece neste mês de julho, mas nós tivemos oportunidade de conhecer a novidade antecipadamente, mesmo que o contato tenha sido com um veículo ainda camuflado.
O protótipo que nos foi mostrado era uma unidade usada em testes quase finais, que as engenharias chamam de testes de validação, nos quais se confirmam as características previstas no projeto, mas sem tempo para mudanças substanciais. Nossa impressão é de que, apesar de diferentes visualmente, Ranger e Amarok são tecnicamente muito parecidas.
“Na carroceria, as peças comuns aos dois modelos são muito poucas”, segundo o engenheiro Lars Krause, membro do conselho de vendas da VW Commercial Vehicles. “No caso, são os espelhos retrovisores, o teto e a janela traseira; o resto é completamente independente e foi criado por nossa equipe de design”, afirma.
A gama de motores é semelhante à do modelo atual (na Europa) e, não por acaso, guarda semelhanças com a oferta na linha Ford.
Haverá quatro motores diesel com quatro e seis cilindros, de 2 litros e V6 com 3 litros, para a maioria dos mercados, com faixa de rendimento entre 180 cv e 240 cv (para a Ford, aqui, fala-se em 2.0 biturbo a gasolina, de 210 cv, e 3.0 V6 turbodiesel, de 252 cv, em substituição aos atuais 2.2 e 3.2 diesel).
Países particularmente sensíveis ao preço também poderão encomendar uma versão a gasolina com câmbio manual de cinco marchas, com cabine simples. Isso também explica por que as versões básicas recebem um freio de mão manual e as variantes posicionadas acima contam com um freio de estacionamento elétrico.
Dependendo do motor, a nova VW Amarok estará disponível com tração traseira, com 4×4 sob demanda ou 4×4 permanente.
A capacidade de carga será de 1,2 tonelada (mais do que quase todos os concorrentes) e a nova Amarok pode rebocar até 3,5 toneladas.
A maioria das Amarok serão de cabine dupla, mas alguns mercados terão também uma variante de cabine simples.
Comparada com a antecessora, a nova Amarok de 5,35 metros de comprimento é 10 centímetros mais longa, 9 cm mais larga (1,86 m) e também 5 cm mais alta (1,88 m).
Mas o maior crescimento verifica-se na distância entre-eixos, que aumentou nada menos do que 17,5 centímetros, para 3,27 metros. Enquanto isso, os olhais de amarração na área de carga suportam 500 kg e o teto pode aguentar generosos 350 kg.
Por mais rústico que pareça o acabamento por fora, por dentro a picape da VW é bastante acolhedora. Os assentos são bem confortáveis e a cabine tem espaço amplo para até cinco pessoas.
As versões mais equipadas contam com duas telas digitais (uma para a instrumentação e outra, vertical, para a central multimídia) e bancos dianteiros com ajustes elétricos, além de um poderoso som do sistema de áudio da Harman Kardon, que será oferecido como opcional.
Dependendo do mercado, podem existir até cinco configurações com diferentes níveis de equipamento e acabamento: Amarok, Life, Style, Panamericana (vocacionada para 4×4) e Aventura (mais urbana).