Ford F-150 2024 tem novo visual e pode vir ao Brasil em versão híbrida
Mais do que visual renovado, Ford F-150 2024 aposta em tecnologia embarcada e sucesso de versões híbridas, que a marca considera interessantes para o Brasil
A Ford F-150 é, há décadas, o veículo mais vendido dos Estados Unidos. A fim de manter essa hegemonia, a Ford sabe que precisa priorizar a eletrificação e, por isso, além da reestilização e novidades tecnológicas, a F-150 2024 estreia com prioridade para versões híbridas — e isso pode impactar diretamente o Brasil (leia mais abaixo).
A nova F-150 foi apresentada ao público com festa em Detroit, Michigan, que sedia nesta semana a edição anual de seu tradicional salão. Entretanto, notar o que muda na versão que chega às ruas norte-americanas no início do ano que vem não é tão fácil assim.
Em termos estéticos, a dianteira da picape mudou com mais ênfase na sua grade. Se antes a entrada de ar das versões mais caras (como a Platinum vendida no mercado brasileiro) predominava cortada por uma régua cromada, o estilo se inverteu. As barras cromadas ganham espaço, com um elemento central maior acompanhado de filetes acima e abaixo.
Os faróis também estão diferentes, e as DRLs em forma de letra C dão lugar a duas tiras de leds levemente separadas. As setas estão na lateral do conjunto óptico e o para-choque está levemente alterado. Na traseira, a mudança fica mais destacada pela nova assinatura das lanternas, cujas luzes vermelhas ocupam quase toda a peça e possuem destaques luminosos que invadem a lateral da carroceria.
Automação veicular
Em linhas gerais, o painel da F-150 se mantém inalterado, mas a Ford equipou sua fullsize com central multimídia de 12″ em todas as versões. Antes exclusiva dos modelos mais caros, a tela é maior e tem maior qualidade de imagem e resposta ao toque, além de trazer sistema operacional Sync 4 com opções de inteligência artificial e comandos de voz, por exemplo.
Em termos tecnológicos, destacam-se estreias como o head-up display e o BlueCruise 1.2. Esse último é o piloto automático da Ford, que permite condução sem mãos no volante em rodovias.
Além de manter a caminhonete centralizada na via, o BlueCruise é capaz de trocar de faixa automaticamente e se adapta à existência de reboques, entre outros aspectos. Na estrada, é possível ligá-lo e soltar o volante por longos períodos.
A marca também enfatiza a tampa da caçamba, agora com opção de abertura que não utiliza toda sua largura disponível. Tal opção facilita o acesso quando há trailers acoplados, por exemplo, e vem acompanhada de um degrau de acesso mais ergonômico. A opção de abri-la completamente, claro, segue disponível.
Foco nos híbridos
A Ford destacou que pretende aumentar bastante a parcela de venda da F-150 híbrida, com planos de torná-la o híbrido mais vendido dos EUA. Essa variante conta com motor V6 3.5 turbo que, junto ao elétrico, rende 436 cv e 78,8 kgfm.
Além da eletrificação, o câmbio automático de 10 marchas contribui para consumo na casa de 10,2 km/l a gasolina. Mas o grande atrativo fica mesmo com o torque generoso.
A gama de motores na família segue ampla, incluindo o V8 5.0 vendido no Brasil com 405 cv e 56,7 kgfm.
A variante Tremor, com preparo off-road, tem o V6 3.5 sem motor elétrico e atinge 405 cv e 69,1 kgfm, além do V8 5.0 aspirado com a mesma potência. Dos modelos básicos à superesportiva F-150 Raptor R, opções incluem um 2.7 turbo (329 cv/55,3 kgfm) e um V8 5.2 (710 cv/88,5 kgfm).
Mas para que as híbridas se sobressaiam em meio a tantas opções, deve haver cortes significativos no preço e introdução de modelos eletrificados em outros países.
Em entrevista coletiva, o presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo, disse que “sem dúvidas” há espaço para a F-150 híbrida no Brasil. Entretanto, é necessário cautela em quesitos como a adaptação dos carros para a gasolina nacional, misturada com etanol.
Outro aspecto importante é que, com a provável maior demanda nos EUA, faltariam unidades para exportação. O Brasil já ganhou prioridade no caso da Maverick Hybrid e agora ficaria em posição menos privilegiada na fila de espera da irmã maior.
Mas tudo parece questão de tempo. “A F-150 veio para ficar. (…) No futuro, à medida que o produto evoluiu vamos adaptando-o ao mercado nacional”, frisou.