Sem nenhum grande lançamento para esta edição do Salão de Nova York, a Volkswagen acabou atraindo mais olhares para seu estande ao exibir a picape Tarok, conceito apresentado pela primeira vez no Salão de São Paulo, no final de 2018.
O protótipo, inclusive, é o mesmo que esteve no pavilhão do São Paulo Expo em novembro do ano passado.
E a verdade é que a Tarok está chamando a atenção. Deve ser porque é inusitado para um americano ver uma picape considerada pequena num país cujos veículos com caçamba têm porte de caminhão.
Tudo bem que a Volkswagen já havia mostrado outra picape monobloco na edição anterior do mesmo evento, a Atlas Tanoak, que até compartilha a plataforma modular MQB usada pela Tarok.
Só que a Tanoak é consideravelmente maior – inclusive que a Amarok -, e por isso talvez não tenha despertado tanta curiosidade.
Diferentemente da Tanoak, cuja evolução para o estágio de produção ainda é uma icógnita, a Tarok tem seu início de produção confirmado para 2020, e mira diretamente nos compradores da Fiat Toro no Brasil.
A Volkswagen diz que a aparição da picape nos Estados Unidos não significa que existam planos para vendê-la também por lá. Mas quer saber como será a reação do público local para uma picape pequena e versátil.
Pelo menos no primeiro dia do salão aberto para a imprensa, a picape despertou interesse de jornalistas e até mesmo de fabricantes concorrentes.
QUATRO RODAS presenciou uma comitiva de executivos e funcionários da Hyundai analisando minuciosamente diversos aspectos da Volkswagen Tarok.
Um dos rituais que eles mais repetiram foi fechar e abrir tampa da caçamba, que, como na Saveiro, tem mecanismo que não permite que ela caia de uma vez.
Também observaram atentamente os bancos traseiros rebatíveis e abertura da caçamba para a cabine, que permite o transporte de cargas mais compridas.
Vale lembrar que a Hyundai também mira este mercado ainda inexplorado nos EUA. Está aí conceito Santa Cruz, apresentado em Detroit há alguns anos, que não nos deixa mentir.
A versão de produção da Santa Cruz tende a ser um pouco maior que a Tarok, por usar a base do Santa Fe como ponto de partida. Mas terá carroceria monobloco, como a Tarok e a Honda Ridgeline, que está em sua segunda geração nos EUA.
A Tarok, por sua vez, terá muitos dos seus componentes compartilhados com o Tarek, um SUV médio que será posicionado entre o Tiguan e o T-Cross, na faixa de preço liderada pelo Jeep Compass.
Ele será fabricado na Argentina e tem lançamento previsto para o segundo semestre.
O que seria uma barreira para a VW Tarok nos Estados Unidos seria sua capacidade de reboque limitada, por conta do motor 1.4 TSI de 150 cv combinado ao sistema de tração integral 4Motion.
É uma característica mais valorizada pelos americanos do que a capacidade de carga, que neste caso é de 1.030 kg.
Uma solução seria aplicar o propulsor quatro-cilindros 2.0 turbo diesel da Amarok no modelo, solução similar ao que a Fiat faz com as versões de topo da Toro. A ver se a VW terá coragem para tanto.
Venha com diesel ou não, a Tarok será produzida na fábrica de São José dos Pinhais (PR), junto com o SUV T-Cross.