Impressões: novo Toyota Prius
Toyota Prius chega à quarta geração para se tornar um híbrido global, o que pode incluir a produção no Brasil
Há 18 anos, o Toyota Prius foi o primeiro carro híbrido da história produzido em escala industrial. A nova geração do modelo, portanto, marca sua entrada na maioridade e, com ela, chegam novas responsabilidades. O Prius deixa de ter o caráter experimental dos primeiros anos para se tornar um carro global. Segundo a Toyota, a quarta geração foi projetada para conquistar novos mercados no mundo.
Mostrado no Salão de Tóquio em outubro, o modelo começa a ser vendido no Japão em dezembro. A Toyota não disse quando ele chega ao Brasil, mas a previsão é para o segundo semestre de 2016. Provavelmente, ele será atração da marca no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro.
Beneficiado pela nova política fiscal do governo, que isenta os híbridos plug-in e os elétricos do imposto de importação, o novo Prius deverá ter preço mais atraente que o antecessor. O desconto seria ao redor de 30%, o que no caso da versão atual significaria uma redução na tabela de R$ 116 650 para R$ 81 700 (o preço do modelo novo não foi divulgado).
No começo, o Prius será importado. Mas, depois, embora a Toyota desconverse, deverá ser fabricado no Brasil. Segundo fontes, isso acontecerá em 2018. A favor da versão nacional há o fato do Prius ser o primeiro Toyota a utilizar a nova plataforma modular TNGA (Toyota New Global Architecture), que irá servir de base para a maioria dos futuros lançamentos da marca, incluindo a próxima geração do Corolla.
Segundo a montadora, a TNGA reúne várias características que beneficiam a dirigibilidade, como o centro de gravidade baixo, obtido a partir da redução do vão livre e da silhueta (linha de capô e teto) do carro. No caso do Prius, o vão livre caiu de 16,5 cm para 10 cm e a altura total baixou de 149 cm para 147 cm, na comparação com seu antecessor. Isso não comprometeu o espaço interno, no entanto, uma vez que a distância entre o piso e o teto foi mantida, segundo a fábrica. A cabine ficou mais espaçosa por conta do aumento da largura interna em 1,5 cm, do avanço da coluna dianteira e principalmente do deslocamento das baterias para debaixo dos assentos. A distância entre-eixos é a mesma da geração anterior: 270 cm.
Outra mudança que favoreceu o comportamento do carro foi o aumento da rigidez torcional da carroceria, que deixa o conjunto mais estável. De acordo com a Toyota, o novo Prius melhorou 60% nesse aspecto. E isso foi conseguido graças ao emprego de solda a laser, que permite maior número de pontos de soldagem, e também ao uso de aços de alta resistência. A presença desse material subiu de 3% para 19% no modelo atual, segundo a fábrica.
Além disso, a nova arquitetura incluiu também uma nova suspensão independente, do tipo duplo A, na parte traseira. Ela substitui o tradicional eixo de torção.
Em nosso test-drive, foi possível perceber que o novo Prius ficou mais gostoso de dirigir. A cabine pareceu mais confortável, com design harmonioso (o mesmo não se pode afirmar do visual do exterior, com vincos e recortes demais). Dinamicamente, o modelo ficou mais obediente. Mas restou a dúvida de como será o comportamento nas ruas irregulares brasileiras. Segundo um engenheiro da empresa, a Toyota não tem planos de alterar o vão livre do automóvel no Brasil.
Média de 40 km/l
Juntamente com a nova plataforma, a Toyota aprimorou outras partes do veículo. O pacote de novidades inclui o aperfeiçoamento do motor, que é o mesmo 1.8 VVT, mas com mudanças nos sistemas de admissão e escape para melhorar a queima, e um pacote de redução de atrito para diminuir as perdas mecânicas. Segundo a Toyota, essas alterações elevaram a eficiência térmica, embora o motor tenha 1 cv a menos que a versão anterior. A potência caiu de 99 para 98 cv. Na porção elétrica, os componentes do sistema híbrido, incluindo motor e unidade de controle, ficaram menores e mais leves, para reduzir as perdas elétricas. A Toyota não divulgou informações como potência do motor elétrico e capacidade das baterias (se é de íons de lítio ou hidreto de níquel).
A avaliação do Prius ocorreu no Autódromo de Fuji, que sediou as corridas da Fórmula 1 nos anos de 1970, mas nós não tivemos pista totalmente livre. Assim, só é possível dizer que o novo Prius tem um desempenho satisfatório para um veículo de uso diário. Em relação ao consumo, a fábrica divulgou que em regime de uso misto, no ciclo japonês, a média foi de 40 km/l em contraste com os 32,6 km/l, conseguidos pela geração anterior nas mesmas condições. Beber com moderação é sinal de maturidade.
VEREDICTO
O Toyota Prius manteve o bom desempenho e ganhou dirigibilidade. Mas o principal avanço está no preço, que pode cair até 30% no Brasil.
Motor: | conjunto híbrido composto por um motor elétrico (n/d) e baterias (íons de lítio ou hidreto de níquel) e um motor a gasolina (1 798 cm³, 80,5 x 88,3 mm, 98 cv a 5 200 rpm; 14,5 mkgf a 3 600 rpm |
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Câmbio: | CVT, tração dianteira |
Direção: | elétrica |
Suspensão: | McPherson (diant.), dupo A (tras.) |
Freios: | discos nas quatro rodas |
Pneus: | 195/65 R15 |
Dimensões: | comprimento, 454 cm; altura, 147 cm; largura, 176 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, n/d |
Porta-malas: | 502 litros |
Tanque de combustível: | 40 litros |
Desempenho: | consumo em regime misto no ciclo japonês, 40 km/l |