VW, GM e Toyota se unem contra prorrogação de incentivos fiscais
As três marcas publicaram carta aberta na qual alegam que a extensão dos incentivos fiscais para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste é injusta
Uma polêmica anda tendo seu movimento dentro do setor automotivo brasileiro, especialmente no ABC paulista, a concessão de incentivos regionais volta a ser o foco de debates. Desta vez, General Motors, Toyota e Volkswagen se uniram contra a prorrogação do prazo de incentivos fiscais para montadoras nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, estendido até 2032, conforme proposta pelo Senado Federal.
A ação conjunta das três fabricantes, marca uma posição inédita no cenário brasileiro. Juntas para manifestar o descontentamento com a possível aprovação da medida pelo Senado, a GM, Toyota e Volkswagen publicaram uma carta aberta em diversos meios de comunicação, expressando suas preocupações e argumentos refutando a extensão do benefício.
A proposta estende o prazo em sete anos do que foi inicialmente previsto na proposta da reforma tributária, que teve passagem pela Câmara dos Deputados. Essa divergência de prazos tem gerado um incômodo no setor, dividindo as opiniões entre as montadoras hoje instaladas no Sul e Sudeste, representadas por essas três marcas, e as localizadas nas regiões beneficiadas pelos incentivos.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ressaltou a posição da entidade a favor da produção nacional, mas tentou “se desviar” da polêmica, afirmando que os incentivos regionais são uma questão exclusiva de cada montadora. Entretanto, ele elogiou a atitude das três montadoras em se posicionar abertamente sobre o assunto, promovendo um saudável debate.
As montadoras argumentam que a prorrogação proposta distorce a competitividade do setor, favorecendo de maneira desigual o Grupo Stellantis, com a Jeep em específico, que possui uma fábrica em Goiana (PE).
Os incentivos fiscais estão em vigor desde 1997 e já foram prorrogados diversas vezes. Originalmente programados para expirar em 2025, a proposta de extensão até 2032 levanta questionamentos sobre seus impactos tecnológicos, ambientais e a renúncia fiscal, levando as três montadoras a classificarem a prorrogação como um retrocesso prejudicial ao desenvolvimento do país.