VW anuncia layoff e carro mais vendido do Brasil terá produção reduzida
Layoff atinge um terço dos trabalhadores de Taubaté (SP) em medida anunciada depois do término do subsídio do governo ao setor automotivo
A Volkswagen suspendeu o contrato de trabalho de 800 funcionários da fábrica de Taubaté (SP) uma semana após o término do programa de incentivo à venda de carros novos lançado pelo governo federal. Esta unidade é dedicada à produção do Polo Track, sendo que o VW Polo foi o carro mais vendido do Brasil nos últimos dois meses.
A decisão foi comunicada pela montadora ao Sindicato do Metalúrgicos de Taubaté (Sindimetau) na sexta-feira (14) e será adotada a partir do dia 1º de agosto. Em nota, a entidade informou que a suspensão pode variar de dois a cinco meses e que foi tomada para “adequar o volume da produção ao mercado”.
O lay off corresponde a um quarto do total de funcionários da planta que produz o Polo Track, modelo mais vendido pela montadora no momento. Há cerca de um mês, a fábrica paulista tinha sido paralisada juntamente com as unidades de São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR). Somente a instalação de São Carlos (SP) seguiu sem alterações de produção.
“Infelizmente, a taxa de juros, a Selic, continua em 13,75% e inviabiliza a venda de carros novos, já que dois terços dessas vendas são feitas por financiamento. Com isso, as montadoras têm enfrentado um acúmulo de veículos em estoque nos pátios”, justificou o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, após assembleia feita com os trabalhadores.
Uma suspensão já havia sido manifestada pela Volks em junho e foi revogada em meio ao programa de descontos do governo, que deu créditos de aproximadamente R$ 800 milhões só para bombar as vendas de automóveis. Deste montante, R$ 100 milhões foram solicitados pela Volkswagen, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A suspensão de contratos de trabalho foi acordada pelo sindicato junto à montadora desde que mantida a estabilidade dos funcionários até 2025. O acordo foi assinado em 2020 e renovado em 2022.
Em nota, a Volkswagen ratificou o acordo com o sindicato e afirmou que a medida vai afetar um turno de produção.