Basta olhar para uma rua qualquer e constatar: os SUVs invadiram para valer o mercado brasileiro. Para sermos mais precisos, nos últimos dez anos as vendas desse tipo de veículo mais do que triplicaram.
Um estudo divulgado este mês pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) aponta que, em 2010, os utilitários esportivos representavam apenas 7% do total de emplacamentos de automóveis e comerciais leves no país, menos do que hatches, sedãs e picapes.
Em 2019, eles passaram a concentrar 22% das vendas, o que perfaz um crescimento de 214,3%. Com isso, só ficam atrás dos hatches em volume de comercializações. Confira no gráfico abaixo a evolução ano a ano.
É claro que, em maior ou menor grau, veículos de outros tipos de carroceria sentiram o impacto dessa mudança de comportamento por parte dos consumidores.
A categoria mais afetada foi a de hatches, que detinha 53% de participação em 2010 e caiu para 40% no ano passado. Ainda é, disparado, o tipo de carro mais vendido no país, porém acumulando uma fatia 25% menor que a do início da década.
O segmento de hatches médios, em específico, praticamente desapareceu após a retirada de linha de modelos como Ford Focus, Peugeot 308, Citroën C4 e Hyundai i30.
Restam apenas Chevrolet Cruze Sport6, VW Golf (na versão híbrida GTE, com lote limitado abaixo de 100 unidades) e Kia Soul à disposição dos clientes, todos com índices baixíssimos de emplacamentos.
Os sedãs também perderam espaço, mas de maneira mais comedida. Se respondiam por 25% ou um quarto do mercado em 2010, agora aglomeram 21% de todos os emplacamentos, queda de 16%.
Já as picapes, revigoradas pela criação de um novo segmento após a chegada da Fiat Toro, viram seu “bolo” crescer de 11% para 13% no mesmo período.