Coube a um carro de sobrenome espanhol ser o primeiro representante da francesa Citroën no Brasil. E por causa da família de Pablo, o Picasso precisou ter algo por trás — no documento.
Essas são algumas das curiosidades da minivan que deixou de ser importada ao Brasil, concluindo uma história de 18 anos. Contamos a história do modelo ao longo de suas três gerações, que incluiu até a perda do Picasso (no nome).
1ª Geração (2001 – 2012)
A Citroën Picasso estreou no Brasil em 2001, três anos após seu lançamento no Brasil. O modelo chegou para disputar o então pujante segmento de minivans, que também tinha Renault Scénic e Chevrolet Zafira.
Assim como as rivais, a Picasso tinha no espaço interno seu grande atrativo, com porta-malas de 550 litros e bancos modulares — os três assentos traseiros eram ajustáveis de forma individual.
Para usar o nome do artista espanhol, porém, a Citroën precisou fazer um acordo com a família do pintor. Além do pagamento de quase R$ 600 milhões (à época), a marca deveria adotar um nome antes do Picasso.
Por conta disso o “RG” completo da minivan é Citroën Xsara Picasso, uma referência ao hatch do qual ela era derivada. Isso mudou, porém, em sua ousada segunda geração.
2ª Geração (2008 – 2014)
A primeira atualização completa do Picasso veio em 2006, baseada no C4. Por conta do custo elevado, a Citroën optou por somente importar a C4 Picasso e sua irmã alongada, Grand C4 Picasso para o Brasil.
Um dos diferenciais da minivan era o incomum volante de cubo fixo, estendido aos médios C4 hatch e C4 Pallas.
A proposta familiar se manteve firme, com direito a lanterna removível no porta-malas e ar-condicionado de quatro zonas na versão mais cara.
O motor 2.0 tinha bom desempenho, mas foi eclipsado pelo problemático câmbio automático AL4 de quatro marchas, que rendeu problemas a todos os modelos da PSA no qual foi aplicado.
O Picasso ganharia mais fôlego no Brasil somente na geração seguinte.
3ª Geração (2015 – 2019)
O novo Citroën C4 Picasso foi oficialmente importado para o Brasil até 2019.
Ele passou a adotar a arquitetura modular EMP2 e finalmente começou a ser oferecido por aqui com o motor 1.6 turbo de 165 cv, aliado a câmbio automático de seis marchas.
A vastidão da cabine mantinha como prioridade máximo ao conforto. Os bancos dianteiros tinham massagem e o do passageiro, um apoio para às pernas similar às cabines de classe executiva de aviões.
O Picasso, porém, jamais voltou a subir ou a empolgar nas vendas. Em, 2018 somente 298 unidades foram emplacadas, já que a concorrência era até doméstica, com os Peugeot 3008 e 5008.
Por conta disso, a Citroën encerrou a história do Picasso no Brasil. A morte do nome, porém, já havia acontecido na Europa. Com o fim do acordo com a família do pintor, as minivans agora são chamadas em outro mercado de Tourer.
Bônus: Citroën C3 Picasso (2011 – 2016)
O Brasil também teve um Picasso menor. O C3 Picasso chegou em 2011 com produção nacional para ser uma resposta aos SUVs compactos da concorrência.
O sobrenome famoso era usado apenas na versão “civil” do crossover, que usava o nome Aircross na variante aventureira.
Com a reestilização de 2016, o modelo passou a ter apenas a versão Aircross, aposentando de vez o Picasso feito no Brasil.