2050 é a provável data em que não teremos mais carros a combustão, e as montadoras correm contra o tempo para descobrirem as melhores soluções para o futuro da mobilidade. Os carros elétricos a bateria já são uma realidade, mas outras tecnologias estão sendo criadas para aumentar o leque de opções que teremos no futuro.
Talvez a principal alternativa às baterias que temos atualmente é a célula de hidrogênio, ao menos para a Toyota. Atualmente, a montadora já vende o Mirai com essa tecnologia em mercados como o Japão, alguns países da Europa e na Califórnia, nos EUA.
O lançamento do Mirai parece ter sido apenas o primeiro passo. Agora a intenção da Toyota é adotar essa tecnologia na Hilux. O projeto está sendo feito por um consórcio de empresas, entre elas a D2H Advanced Technologies, liderado pela Toyota e financiado pelo governo britânico.
Outras empresas que compõem o consórcio é a consultora de engenharia Ricardo, a European Thermodynamics e o centro de pesquisa automotiva da Thatcham Research.
A D2H entrará com sua expertise adquirida nas competições automobilísticas, atuando principalmente no desenvolvimento de sistemas de resfriamento e estratégias de fluxo de ar, essenciais para que a picape não perca sua eficiência quando eletrificada. O plano é que o projeto dure dois anos e os protótipos serão construídos em pequenas séries na fábrica da Toyota, em Burnaston, na Inglaterra.
Picapes elétricas não são exatamente uma novidade. GMC Hummer EV, Rivian R1T e a Ford F-150 Lightning estão aí para provar que é possível, mas a utilização de baterias gera um problema difícil de driblar: o peso.
Naturalmente, as picapes já são pesadas e o uso de grandes células de bateria, necessárias tanto para dar força aos motores gerar uma autonomia decente, só aumenta esse problema. A Hummer, por exemplo, pesa 4.110 kg, dos quais 1.326 kg – equivalente a um SUV – são só de bateria.
A célula a hidrogênio, por outro lado, não oferece um aumento tão drástico no peso do veículo. O seu problema está na produção e armazenamento do combustível, que são complicados e custosos.
Mas a Toyota já procura meios para amenizar esses problemas. A montadora trouxe o Mirai para o Brasil há poucos meses, justamente para estudar novas formas de produzir hidrogênio, assim tornando a implementação dos carros elétricos movidos a célula de combustível (ou FCEV) mais viável.
Agora resta saber como o sistema do Mirai ficará mais forte e potente para dar conta de uma picape média. O sedã tem 184 cv e 30,5 kgfm, já a Hilux tem 204 cv e 50,9 kgfm em suas versões com o motor 2.8 turbodiesel.