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Teste: Volvo V60 é uma alternativa de luxo aos fãs de SUVs

Tão espaçosa quanto um XC60, só que mais barata, perua é uma ótima opção de carro familiar. Difícil é algum comprador hoje enxergar essas qualidades

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 4 fev 2019, 09h00 - Publicado em 4 fev 2019, 09h00
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  • Teste: Volvo V60 é uma alternativa de luxo aos fãs de SUVs
    A perua antecipa o sedã S60, que chega ao Brasil em 2019 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sempre que alguma novidade chega à minha garagem, tento convidar o maior número possível de cobaias para andar no banco do passageiro e dar alguns pitacos sobre o carro.

    Afinal, nenhuma avaliação deve levar em consideração apenas as preferências do jornalista. Então, é claro que não seria diferente com a recém-lançada Volvo V60.

    Para ser sincero, eu e boa parte dos colegas de QUATRO RODAS ficamos entusiasmados com a chegada de mais uma perua ao mercado brasileiro.

    Só que, para a minha realidade de hoje – morador de São Paulo (SP), a apenas 5 km do trabalho e sem filhos – até o Smart ForTwo é o carro ideal. Mas será que o modelo sueco convence o consumidor comum? E os atuais fãs de SUVs?

    Teste: Volvo V60 é uma alternativa de luxo aos fãs de SUVs
    Linha descendente do teto garante o visual esportivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Por dentro, não há muitas novidades quando comparada ao irmão (literalmente) maior, o SUV XC60. O painel segue o mesmo desenho, com direito a central multimídia com tela de 9 polegadas, quadro de instrumentos digital e até os mesmos materiais de acabamento.

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    Mas basta sentar no banco para notar a principal diferença: a posição de dirigir é baixa e esportiva.

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    Apesar do estilo refinado, faltam equipamentos à V60 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Essa vocação agressiva se torna ainda mais óbvia com a ficha técnica em mãos. O motor 2.0 turbo a gasolina com 254 cv de potência e 35,7 mkgf de torque, aliado ao câmbio automático de oito marchas, é igual ao usado no XC equivalente.

    Se esse conjunto já empolga no SUV (que tem tração integral), imagine quando aplicado à nova embalagem até 197 kg mais leve e 7,4 cm mais próxima do chão.

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    Bancos dianteiros têm ajustes elétricos (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Pensei que essa personalidade mais emotiva e passional pudesse cativar meu pai, primeiro convidado para experimentar o banco do passageiro – justamente ele, típico comprador de utilitários esportivos.

    “E de que adianta ser bom ao dirigir, se ele raspa todas as vezes que saio da garagem?”, perguntou minha cobaia em tom de desafio. E admito que o sr. Fernando realmente tinha razão.

    Automóvel V60 T5 Momentum, da Volvo, testado pela revista Quatro Rodas.
    Quadro de instrumentos digital é oferecido de série no Brasil (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    E olha que a V60 surpreendeu na pista de testes, onde só levou 7,3s para chegar a 100 km/h. Mais que isso, manteve o bom acerto da suspensão dos Volvo mais recentes: confortável na cidade, sem reduzir a estabilidade na estrada.

    E a direção progressiva também vai bem nos dois cenários. Até tentei convencê-lo com a economia de R$ 55.000 – ela custa R$ 199.950 na versão única T5 Momentum.

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    Segunda fileira tem bom espaço para apenas dois passageiros por conta do túnel central elevado (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    E pouparia combustível: a V60 fez 8,8 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada, contra 8,1 e 11,6 do SUV. Até poderia ser um ótimo negócio se a perua não tivesse perdido itens importantes do XC60.

    Quer exemplos? Não há a câmera de ré (que, de tão básico, é difícil de acreditar não ser de série) e o teto solar panorâmico. Já a chave presencial só vem nas versões mais caras do SUV.

    Automóvel V60 T5 Momentum, da Volvo, testado pela revista Quatro Rodas.
    Motor 2.0 turbo a gasolina rende 254 cv de potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Completo na segurança

    Mas não dá para dizer que ela veio pelada ao nosso mercado. Há condução semiautônoma, frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa que pode atuar no volante, proteção ativa contra saída da estrada, ar-condicionado digital com duas zonas, bancos dianteiros com regulagens elétricas (e memória para motorista), além dos sensores de estacionamento nos para-choques dianteiros e traseiros. 

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    “Não adianta ter tudo isso, se parece que estou debaixo de todos os outros carros no trânsito”, insistiu meu pai. E, de fato, essa reclamação parece ter se tornado cada vez mais comum entre as pessoas que convido para andar nos carros de passeio convencionais.

    Automóvel V60 T5 Momentum, da Volvo, testado pela revista Quatro Rodas.
    Porta-malas cresceu quase 100 litros em relação à geração anterior e agora tem capacidade de 529 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Nem meu irmão mais novo, que ficou confinado à segunda fileira, gostou de voltar ao degrau abaixo dos SUVs.

    Talvez meu maninho, apesar de ter só 9 anos de idade, tenha se sentido incomodado com o teto mais baixo quando comparado ao XC60 – ele também foi meu passageiro quando o SUV passou pela garagem lá de casa.

    E ainda pesa contra a novidade o túnel central elevado, que acaba reduzindo o bom espaço atrás para apenas duas pessoas, que ao menos têm saídas de ventilação exclusivas nas colunas.

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    Automóvel V60 T5 Momentum, da Volvo, testado pela revista Quatro Rodas.
    Rodas de liga leve têm 18 polegadas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    No fim das contas, nenhum dos meus convidados, infelizmente, trocaria o utilitário da Volvo pelo V60, apesar da economia na ponta do lápis.

    Com isso, percebi que o principal problema das peruas foi a evolução dos SUVs: eles se tornaram veículos versáteis, são agradáveis de dirigir, transmitem segurança nas ruas e já não são trambolhos com chassi de picape.

    Na cadeia alimentar automotiva, foi suficiente para engolir outros segmentos (como hatches médios e até alguns sedãs). É provável que as peruas sobrevivam como nicho de mercado, a exemplo dos discos de vinil, mas alguns perguntarão: “Quem ainda compra esses carros?”    

    VEREDICTO

    Ótima ao dirigir e mais barata que o XC60, a perua é uma boa opção familiar, mas falta a versatilidade dos SUVs no dia a dia.

    TESTE

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 7,3 s
    0 a 1.000 m: 7,3 s – 198,1 km/h

    Velocidade máxima
    235 km/h*

    *Dados de fábrica

    Retomada
    D 40 a 80 km/h: 3 s
    D 60 a 100 km/h: 3,7 s
    D 80 a 120 km/h: 4,5 s

    Frenagens
    60/80/120 km/h – 0 m: 13,6/23,6/54,7 m

    Consumo
    Urbano: 8,8 km/l
    Rodoviário: 13,7 km/l

    FICHA TÉCNICA

    Preço: R$ 199.950
    Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, turbo, 16V, 1.969 cm3; 82 x 93,2 mm, 10,8:1, 254 cv a 5.500 rpm, 35,7 mkgf a 1.500 rpm
    Câmbio: automático, 8 marchas, tração dianteira
    Suspensão: duplo A (dianteira)/multibraço (traseira)
    Freios: disco ventilado (dianteira/traseira)
    Direção: elétrica, 11 m (diâmetro de giro)
    Rodas e pneus: liga leve, 235/45 R18
    Dimensões: comprimento, 476,1 cm; largura, 185 cm; altura, 142,7 cm; entre-eixos, 287,2 cm; altura livre do solo, 14,2 cm; peso, 1.729 kg; tanque, 55 litros; porta-malas, 529 litros

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