Sempre que divulgamos os preços de um novo carro aparece alguém fazendo uma comparação com os muscle car norte americanos. Sim, eles realmente são bem mais baratos do que os vendidos por aqui. Mas tradicionalmente o Brasil recebe apenas as versões mais equipadas, uma maneira de se trabalhar a imagem da marca com um modelo exclusivo e raro de se encontrar.
Nos EUA, o leque de variações é enorme, com direito a versões de entrada realmente populares, com preços na faixa dos 25 mil dólares. Não há motores V8, nem luxos ou requintes que magnetizam as aspirações dos fãs. Mesmo assim, impossível não sentir inveja de um mercado tão abrangente. Veja o que cada um deles oferece:
Dodge Challenger SXT
Pelo preço sugerido de 26.995 dólares (sem frete), a versão de entrada do Challenger não tem o mesmo glamour dos Hellcat e Demon. Nem o mesmo motor: usa um V6 3.6 Pentastar com respeitáveis 309 cv e 37 mkgf – como referência, as versões intermediárias com V8 possuem 491 cv e 65,6 mkgf.
O câmbio é o mesmo dos V8, um automático de oito marchas Torqueflite, e o desempenho continua bem respeitável: de 0 a 100 km/h em 6,5 s. Além disso, o V6 é até econômico: pelos padrões americanos (e com gasolina de qualidade), chega a fazer 8 km/l na cidade.
O pacote de equipamentos é compatível com o de um sedã médio, com ar-condicionado automático de duas zonas, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, seis airbags e partida sem chave.
As forrações são de tecido, e amodesta central multimídia de 5′ parece familiar para os donos de Jeep Renegade. Não há faróis de neblina, mas o banco do motorista tem regulagens elétricas, as rodas são aro 18″, os faróis são do tipo projetor e as lanternas possuem leds.
Ford Mustang V6 Fastback
Curiosamente, a versão mais em conta do Ford Mustang não usa o motor 2.3 EcoBoost de quatro cilindros. A motorização de entrada nos EUA é o V6 3.7 aspirado de 304 cv e 38,7 mkgf (o quatro-cilindros tem 314 cv e incríveis 44,2 mkgf), que parte dos 25.185 dólares.
O câmbio é manual de seis marchas, mas pode-se escolher o automático de seis marchas por 1.195 dólares a mais. Na configuração manual, ele acelera de 0 a 60 mph (96 km/h) em apenas 5,5 s. No automático, o consumo médio é de 9,3 km/l.
O pacote inicial inclui rádio CD-Player, ar-condicionado manual, partida sem chave, sensores de chuva e crepuscular, controles de estabilidade e tração, cinco airbags, câmera de ré, retrovisores com repetidor de seta, assistente de partida em rampas, direção elétrica e rodas aro 17″.
Apesar dos bancos de tecido, da central eletrônica simples e da falta de faróis de neblina, há equipamentos interessantes, como faróis de xenônio e lanternas traseiras de leds sequenciais.
Chevrolet Camaro 1LS
Único vendido no Brasil, o Chevrolet Camaro também tem versão espartana. É a 1LS, que parte dos 25.905 dólares nos Estados Unidos. Seu motor é o 2.0 SIDI de quatro cilindros, com turbo e injeção direta, que gera 279 cv e 40,8 mkgf. O câmbio é manual de seis marchas.
Assim equipado, ele acelera de 0 a 100 km/h em impressionantes 5,4 segundos (o V8 faz em 4,0 s), com consumo urbano de 9,4 km/l. Nada mal para um quatro cilindros!
Controles de estabilidade e tração, central multimidia MyLink de 7″ com câmera de ré, direção elétrica, diferencial traseiro com deslizamento limitado, rodas aro 18″, ar-condicionado automático de uma zona e partida sem chave já estão inclusos no pacote mais simples.
Há ainda ajuste elétrico no banco do motorista, volante com regulagem de altura e profundidade, luzes diurnas de leds, oito airbags, seletor de modos de condução e ainda tem um curioso “modo de condução para adolescentes”. Quem não gostaria de ter um carro de 279 cv aos 16 anos?
O bem mais sofisticado e potente Chevrolet Camaro SS V8, que custa 42.900 dólares nos Estados Unidos, chega ao Brasil por R$ 331.000 quando acrescentados todos os impostos, custos de logística e lucro. Tendo isso como referência, um 1LS poderia custar por aqui algo ao redor dos R$ 170 mil, já considerando que pagaria IPI mais baixo por ser um 2.0.