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Foco e força bruta: os segredos do assustador Challenger Demon

Com 851 cavalos e 106,4 mkgf, ele acelera de 0 a 96 km/h em 2,3 segundos!

Por Leo Nishihata Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 dez 2018, 15h49 - Publicado em 12 abr 2017, 16h13
Challenger SRT Demon: recordes e superlativos abundantes
Challenger SRT Demon: recordes e superlativos abundantes (divulgação/Dodge)

Após uma longa (e irritante) programação de teasers antecipando seu lançamento, o Dodge Challenger SRT Demon finalmente foi revelado em Nova York, dias antes da abertura do Salão da cidade.

A expectativa foi cumprida com louvor: com 851 cavalos, 106,4 mkgf e um foco quase obsessivo nas arrancadas – profissionais do ramo participaram do desenvolvimento -, ele já chega reivindicando uma série de títulos:

  • o mais potente carro V8 de produção em série
  • carro de produção mais rápido no 0 a 60 mi/h (96 km/h): 2,3 segundos
  • carro de produção mais rápido a percorrer o quarto de milha (402,3 metros): 9,65 segundos, atingindo 225,3 km/h
  • maior força-g ao acelerar em um carro de produção: 1.8 g
  • maior distância percorrida com o eixo dianteiro empinando ao acelerar (é sério): 89 centímetros

No epicentro de todas essas façanhas está, claro, o motor. O V8 de 6,2 litros com supercharger tem a mesma arquitetura da usina do Hellcat, até então o mais poderoso da Dodge, com 717 cavalos e 89,8 mkgf.

V8 6.2 com supercharger tem a mesma arquitetura do Hellcat, mas ficou ainda mais forte
V8 6.2 com supercharger tem a mesma arquitetura do Hellcat, mas ficou ainda mais forte (divulgação/Dodge)

Para o Demon, foram feitas 25 modificações principais. O supercharger tem maior capacidade (2,7 litros, contra 2,4 litros do Hellcat) e maior pressão (de 11,6 para 14,5 psi).

Todo o ar sugado por ele vem de três fontes: o chamado Air-Grabber sobre o capô (o scoop funcional de maior área já instalado num carro de produção), o AirCatcher (uma abertura no farol interno do lado do motorista) e outra abertura quase imperceptível, perto das caixas de rodas.

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Air-Grabber: entrada de ar no capô
A entrada de ar no capô é chamada de Air-Grabber (Divulgação/Dodge)
Farol vazado para induzir o ar tem o logo do Demon
Farol vazado tem leds nas bordas e o logo do Demon na parte interna (divulgação/Dodge)

Combinadas, as três fontes proporcionam um fluxo de ar de 32.500 litros por minuto – mais uma vez, o maior volume de indução entre os automóveis de produção. Eles também ajudam a reduzir a temperatura do ar da admissão, incrementando as respostas do motor.

Por falar em calor, o sistema SRT Power Chiller já havia sido anunciado antes, mas continua curioso. Ele direciona o gás refrigerante do ar-condicionado da cabine para o motor, ajudando a baixar ainda mais a temperatura do supercharger.

A preocupação com a temperatura é tão grande que há também o After-Run Chiller, que mantém o sistema de refrigeração acionado após o motor ser desligado, ajudando a resfriá-lo até que o carro esteja pronto para outra arrancada.

Fluxo de ar chega a 32.500 litros por minuto
Fluxo de ar chega a 32.500 litros por minuto; gás refrigerante do ar-condicionado auxilia na redução de temperatura (divulgação/Dodge)

O bloco de 6,2 litros também recebeu reforços, com pistões, bielas, válvulas e comando de válvulas novos, elevando o limite de giros de 6.000 para 6.500 rpm.

O sistema de injeção de combustível agora tem duas bombas de dois estágios (no Hellcat, era só uma), e torna o Demon o primeiro carro de produção liberado para as ruas capaz de ser abastecido com gasolina com mais de 100 octanas, geralmente utilizada só em competições.

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Volante revestido de Alcantara e grafismos exclusivos no painel
Volante revestido de Alcantara e grafismos exclusivos no painel (divulgação/Dodge)

Mas para isso é preciso adicionar ao carro “normal” o Demon Crate, o mais legal kit de opcionais que já vimos, e que inclui um módulo de controle do motor calibrado para o combustível de competição. Acionado por um botão no painel, ele extrai o máximo da gasolina de alta octanagem, atingindo propalados 851 cavalos e 106,4 mkgf de torque.

Tela central detalha o funcionamento com combustível de competição
Tela central detalha o funcionamento com combustível de competição (divulgação/Dodge)

Com gasolina premium de 91 octanas, os números chegam a “apenas” 819 cavalos e 99,1 mkgf. E para acalmá-lo ainda mais caso você tenha que emprestá-lo, basta utilizar a chave preta (que vem junto com a vermelha), limitando a potência a 506 cavalos.

Há também um modo de condução Valet só para manobristas, que limita os giros a 4.000 rpm, reduz a saída de torque muda as relações do câmbio para fazer o carro partir em segunda marcha.

Manobristas só terão 500 cavalos à disposição...
Manobristas só terão 500 cavalos à disposição… (divulgação/Dodge)

A transmissão automática de oito marchas utilizada no Hellcat precisou de reforços para aguentar tanta força. As mudanças incluem conversor de torque, eixo cardã e semieixos traseiros com maior resistência e dois sistemas próprios para arrancadas: o TransBrake e o Torque Reserve.

O TransBrake bloqueia a transmissão e mantém o carro imobilizado enquanto o motor gira a até 2.350 rpm. Os paddle shifts atrás do volante se transformam em gatilhos, o que (segundo a Dodge) melhora o tempo de reação em até 30% em relação à partida por pedais.

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Intruções na tela central dos instrumentos ajudam a obter a melhor arrancada
Intruções na tela central dos instrumentos ajudam a obter a melhor arrancada (divulgação/Dodge)

Já o Torque Reserve permite “encher” o supercharger de ar antes da arrancada, avançando ou atrasando o ponto de ignição para equilibrar as rotações e o torque. Juntos, eles garantem ao Demon um aumento de 120% no torque disponível desde a largada, apenas 150 milésimos de segundo após o paddle shift ser acionado.

Tanta força aplicada nas rodas traseiras cria um problema comum em arrancadas: o wheel hop, quando os pneus alteram rapidamente momentos de perda de aderência e entrega de torque. A solução tradicional é aliviar o pé – mas no Demon, sensores de velocidade detectam se os pneus estão rodando em falso e limitam o torque para maximizar a tração quase de imediato, reduzindo drasticamente o risco de danos mecânicos.

https://www.youtube.com/watch?v=8i96tDSH5gs

Os pneus, por sinal, são uma loucura: feitos pela Nitto na medida 315/40 R18, foram desenvolvidos especialmente para o Demon e são próprios para arrancada – mas liberado para as ruas. Para abrigá-los, as caixas de roda foram alargadas, dando um aspecto ainda mais musculoso ao Challenger.

Pneus do tipo drag street precisam ser aquecidos com burnout para obter máxima aderência (Divulgação/Dodge)

Para otimizar o desempenho em arrancadas, as rodas e pneus dianteiros podem ser trocados por um par mais fino e leve, para reduzir o peso na frente. É nessa configuração que o Demon percorre o quarto de milha (402,3 metros) em 9,65 segundos – com os pneus originais, a marca fica em 9,9 segundos.

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Repare nos pneus dianteiros mais finos e leves: com eles, o Demon arranca mais rápido
Repare nos pneus dianteiros mais finos e leves: com eles, o Demon arranca mais rápido (divulgação/Dodge)

A arrancada gera uma força g de 1,8 no eixo longitudinal, a maior já registrada em um veículo produzido em série. O quarto de milha é feito de maneira tão rápida que ultrapassa o limite de 9,999 segundos da NHRA (a federação de arrancadas dos EUA) para carros de rua – abaixo disso, eles só podem competir com uma licença especial e uma estrutura de gaiola de proteção completa.

Em aceleração plena, a dificuldade para manter os 851 cavalos tracionando em linha reta teoricamente seria enorme.  Os amortecedores adaptativos Bilstein, as molas e barras estabilizadoras foram modificadas para maximizar a transferência de peso para a traseira, mantendo o eixo de tração com o máximo de aderência.

Comportamento dos amortecedores muda conforme a pressão no acelerador
Comportamento dos amortecedores muda conforme a pressão no acelerador (divulgação/Dodge)

Quando o motorista alivia um pouco o pé, a ação dos amortecedores dianteiros é mais comprimida, melhorando a dirigibilidade. Em modo de condução Drag, o controle de tração é desligado para permitir esquentar os pneus com um burnout – mas o controle de estabilidade permanece sempre ativado, afinal qualquer ajuda para manter esse monstro na pista é bem vinda.

Em puxadas fortes, peso é transferido para trás e deixa o eixo dianteiro suspenso (divulgação/Dodge)

Na busca por cada segundo, o Demon teve o peso aliviado em mais de 90 quilos. A dieta eliminou os bancos do passageiro dianteiro e o traseiro (ambos podem ser instalados como opcionais, cada um pelo valor simbólico de 1 dólar), o sistema de som (central, amplificador, fiação e 16 alto-falantes), o carpete do porta-malas, materiais de isolamento acústico, sensores de estacionamento e até a tampa do estepe!

O interior do Demon sem os bancos do passageiro e traseiro
O interior do Demon sem os bancos do passageiro e traseiro (divulgação/Dodge)
No lugar do banco traseiro pode ser instalada uma armação para cintos de segurança de quatro pontos
No lugar do banco traseiro pode ser instalada uma armação para cintos de segurança de quatro pontos (divulgação/Dodge)

Se o cliente quiser, podem ser inclusos um som Harman Kardon com 900 watts e 19 alto-falantes, teto solar, bancos dianteiros aquecidos e ventilados e outras comodidades típicas de carros normais.

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Mas caso o objetivo seja apenas arrepiar qualquer rival em arrancadas, o já citado Demon Crate é a cereja no bolo. O kit, que vem embalado luxuosamente em um case e pode ser transportado no porta-malas, inclui o sistema de controle para utilizar combusível especial de competição, filtro de ar menos restritivo, rodas e pneus dianteiros mais finos (só para arrancadas) e diversas ferramentas.

Os itens e o baú do pacote opcional Demon Crate
Os itens e o baú do pacote opcional Demon Crate (divulgação/Dodge)

Para completar, cada um dos 3.300 felizardos que comprarem o Demon ganharão um curso de pilotagem de alta performance no Arizona, onde fica a High Performance Driving School da Dodge / SRT, com instrutores profissionais e um dia inteiro na pista.

O preço ainda não foi divulgado, mas a Dodge já firmou parceria com a seguradora Hagerty para disponibilizar apólices para seus clientes. E ainda tem garantia de três anos (ou 58.000 km) para o veículo e cinco anos (ou 96.560 km) para o trem de força.

Com tantas situações de uso extremo pela frente, será que eles vão durar tanto assim?

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