QR de Novembro: novo Creta estreia em comparativo e o adeus do Compass
Novidade entre os SUVs compactos, Hyundai Creta estreia novo visual e nova motorização; hatches abaixo dos R$ 100.000 brigam pra saber quem é o melhor e mais!
Esse foi um mês de novidades e, claro, que QUATRO RODAS colocou-a à prova contra seus principais rivais. Em novembro, o Hyundai Creta reestilizado enfrentou de uma vez três rivais de peso: Jeep Renegade, Honda HR-V e o líder entre os SUVs compactos, Volkswagen T-Cross.
É como o nosso cartão de boas-vindas a todo veículo novo do mercado. Embora já conhecemos o bem o Hyundai Creta, o modelo não só passou por uma reestilização profunda, abandonando o polêmico visual da geração anterior, como também promoveu mudanças nos seus conjuntos mecânicos. A versão escolhida — ou melhor, oferecida — foi a topo de linha Ultimate, equipada agora com o motor 1.6 turbo de 193 cv e 27 kgfm, que substitui o antigo 2.0 aspirado. Será que é o suficiente para vencer os rivais?
Ainda no clima de embate, colocamos frente os “menos caros” do mercado. Eles não têm o glamour e o nível de equipamento dos SUVs do outro comparativo, mas todos custam abaixo dos R$ 100.000 e têm, no mínimo, câmbio automático.
Representando a Fiat, temos o Argo Drive CVT, custando R$ 97.990 e sendo o único com motor aspirado. A Citroën trouxe dois concorrentes para a pista: o C3 You! e o Basalt Feel, ambos com o preço promocional de R$ 96.990 e motor 1.0 turbo acoplado ao câmbio CVT. Da Renault, vem Kwid E-Tech representando os elétricos, mostrando que é possível ter um carro movido a baterias pagando o mesmo do que um acombustão.
E tem mais
Adeus, Jeep Compass…
É o fim da jornada do nosso SUV de Longa Duração. O Jeep Compass percorreu 100.000 km e quem acompanhou essa saga, sabe de alguns problemas que ele teve. Agora desmontados descobrimos as causas dos barulhos vindos do motor 1.3 turbo e o que o descuido das montadoras causou ao nosso carro.
A diferentona
Enfim, conseguimos testar a Tesla Cybertruck e confirmamos: a picape é sim diferente de tudo que já vimos antes. As linhas e carroceria em aço inoxidável são apenas a ponta do iceberg de um veículo ambicioso. Afinal, sua terra natal, os EUA, é dominada por picapes grandes e de renome, como a Ford F-150, a Chevrolet Silverado e a Ram 1500.
Vida longa aos carros manuais
O Kardian já havia feito sua estreia, mas a Renault tinha uma carta na manga. A versão manual chegou neste mês com uma proposta que não é muito comum entre os SUVs compactos. Mas a seu favor, o Kardian é o único SUV do Brasil com pedal de embreagem e motor turbo.
De novo o Creta
Quando a novidade é grande, ela rende assunto. Além de encarar os principais concorrentes do mercado, o Creta também aparece em um voo solo para conhecermos mais da nova geração. Aqui, te contamos todas as novidades da família, que agora tem visual mais descolado, novas versões, novo motor e até a aposentadoria de um velho conhecido.
Carta ao Leitor
O joio e o trigo
No dia em que o apresentador Silvio Santos morreu, um sábado de manhã, eu tomava café em uma padaria, quando ouvi a notícia. Um funcionário passou no corredor atrás de mim e gritou para o que estava do outro lado do balcão: “Silvio Santos morreu”. O atendente à minha frente duvidou: “Não é fake news, não?”
Não me pareceu um fã se recusando a acreditar na má notícia. Mas alguém desconfiado. Pensei: a proliferação de produtores de conteúdo deu nisso: ninguém acredita mais nas notícias que lê, vê e ouve. Eu sofro desse mal. Sempre que comento algo que li, cito a fonte da informação. Assim, a notícia já sai com a advertência: “Sujeito a checagem”. Muitas vezes, porém, não me lembro onde li. O esquecimento é outro fenômeno da multiplicação das mídias. Seja lá como for, não quero incorrer em erro.
Minha esperança é que as pessoas prestem atenção e aprendam a separar o joio do trigo, quando estão se informando. Mentira tem perna curta, diz a sabedoria popular. Fake news, sensacionalismo e outras variações da mentira podem render frutos breves como audiência, o novo ouro na economia da atenção. Mas credibilidade é outra coisa. É um valor perene. E quem pensa em construir relações consistentes, saudáveis, de longo prazo deve investir em ativos mais sólidos, como se diz em economia.
Na QUATRO RODAS, nós sempre escutamos cobranças e acusações de que favorecemos ou prejudicamos uma ou outra marca, uma ou outra tecnologia. Sempre foi assim. E essa vigilância do público é natural e importante. Mas, agora, esse mar de fontes de informação muitas vezes nos confunde (não conseguem diferenciar jornalismo das outras formas de produzir conteúdo).
QUATRO RODAS segue sua pauta de forma coerente há 64 anos. Se tivesse algum viés, alguma tendência, todos já saberiam. Se falarem que nós incentivamos paixão pelo automóvel, boas práticas ao volante, cidadania, segurança, tecnologias e meio ambiente, aí sim: aceitamos de bom grado. Qualquer outra impressão confusa, apressada ou desatenta repudiamos. Quero sentar no balcão da padaria e ouvir conversas sobre carros de modo que, quem reproduz a informação diga que leu na QUATRO RODAS, se sentindo seguro e orgulhoso de estar transmitindo uma informação verdadeira.
Boa leitura!